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ADVERTENCIA

Apés uma interrupçäo de quatro annos 1eappa- rece a Revista do Museu Paulista. Foi esta pausa motivada por multiplas circumstancias, sobretudo pelo periodo anormal pelo qual, em 1915 e 1916, passou o Museu, com a sua vida regular suspensa pelos trabalhos do inquerito administrativo a que nelle se procedeu e, como consequencia, lhe trouxe a mudança de direcção. Alem desta ordem de ques- tões de vida interna, occorreram os lorgos e Jaboriosos tramites do inventario, geral e minuciosissimo, pro- cedido em todas as collecções do Ypiranga, por or- dem do Governo do Estado de São Paulo. Este serviço, que desde muito se impunha inadiavel, occupou durante varios trimestres além dos dignos e conscienciosos inventariantes extranhos ac esta- belecimento, os srs. drs. Antonio de Barros Barreto, Reynaldo Ribeiro e Sebastião Felix de Abreu e Castro todo o pessoal do Museu.

Em Agosto de 1916, ao dr, Hermann von Ihe- ring substituiu na Directoria do Instituto, o dr. Ar- mando da Silva Prado, nomeado en. comraissao. Mui- to poucos mezes occupou, porém, o novo iirector o cargo, de que o afastaram as exigencias do seu movi- mentado escriptorio forense. Em Fevereiro de 1917 cabia-nos substitail-o, egualmente em commissão, e em virtuds da indicação altamente honrosa. do nosso mo- desto nome, feita ao Exmo. Sr. Presidente do Estado, Dr. Altino Arantes, -pelo Exmo. Sr. Secretario do In- terior, Dr. Oscar Rodrigues Alves. Alheio até então à esphera dos museus ao assumir a direcção do Mu- seu Paulista agitava-nos o receio, tão justo quanto fundado, das responsabilidades do cargo, e o receio

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de não podermos corresponder plenamente à tão desvanecedora investidura e à confiança manifestada pelos altos poderes do Estado. Assim nos ia caber trabalhar em terreno novo e desconhecido, animado apenas pela vontade de bem cumprir o nosso dever e bem servir ao Brazil.

Nesta conjunctura valeram-nos, acima de tudo, o apoio mora! e material do Secretario a cuja pasta se subordina o Instituto, o Sr. Dr. Oscar Rodrigues Alves, que, mau grado as grandes difficuldades da época atravessada, soccorreu quanto pôde o Museu, cuja dotação, de 1916 para 1917, se reduzira de quasi 35 por cento, em virtude de disposição legis- lativa, e conseguiu para o orçamento de 1918 o restabelecimento de grande parte das antigas verbas. Prestigiador de seus auxiliares, incansavel em promo- ver o incremento das repartições a cuja vida superin- tende, attendendo carinhoso aos institutos scientificos do Estado, fez o Sr. Dr. Oscar Rodrigues Alves o que pôde em prol de nossa instituição e não pode- mos deixar de exprimir quanto foi tal interesse con- tinuo e extenso no sentido de nos promover a ef- ciencia da commissão assumida.

Cabe-nos ainda exprimir funda gratidão pelas grandes demonstrações de amizade, e serviçalismo, contemporaneamente havidas do Sr. Dr. Arthur Neiva, o eminente scientista, em tão bôa hora collocado à testa da defesa sanitaria do Estado de São Paulo, pelo actual governo. Chefe de Serviço em Man- guinhos, discipulo muito querido de Oswaldo Cruz, summamente relacionado nos circulos de natura- listas, conhecedor perfeito da vida dos grandes mu- seus do mundo, havendo longamente trabalhado em Washington, em Buenos Ayres, em Stockolmo etc., ao lado de scientistas illustres, não lhe de- vemos os mais experimentados e excellentes conse- lhos e indicações como suggestões de optimas ini- ciativas e a approximação de varias personalidades eminentes entre os homens de laboratorio do Bra- zil e do Exterior.

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Apenas empossado da Directoria do Museu co- gitâmos immediatamente da organização de um tomo da Revista que havia mais de tres annos não se editava. Assim, pondo-nos a campo tratämos de angariar, e com a maior rapidez, elementos para um numero de quinhentas paginas. Tornava-se neces- sario demonstrar ao publico, em geral, e sobretudo aos Institutos do Universo, em relação com o nosso, que a vida scientifica do Museu Paulista recomeçãra. Assim recorremos a quantos naturalistas e cultores em destaque de sciencias biologicas no Brazil conhe- ciamos, solicitando-lhes o amparo para o novo nu- mero em elaboração. Tivemos a grande satisfação de receber de todos os lados adhesões as mais desvanecedoras e comprobatorias de uma sympathia sobremodo honrosa.

Cabe-nos aqui exprimir quanto ficâmos a dever ao nosso presado primo e amigo Sr. Dr. Henrique de Beaurepaire Aragão, o joven e acclamado proto- zoologo, uma das fortes individualidades de Mangui- nhos, como se sabe. Por seu intermedio puzemo- nos em communicação com varias das nossas mais elevadas personalidades de laboratorio. Honrou-nos com um excellente artigo sobre assumpto em que é tido como mestre e sua recommendação valeu a Revista a optima contribuição do Sr. Dr. Lauro Tra- vassos, o tão jovem e reputado helninthologo de Manguinhos e a do Prof. Mello Leitão, cuja aucto- ridade em arachnologia tanto honra a nossa cultura das sciencias naturaes.

Da congregação do Museu Nacional recebemos contemporaneamente os mais efficientes auxilios, re- presentados pelos trabalhos dos Professores Alipio de Miranda Ribeiro, Alberto Betim Paes Leme e Alberto J. de Sampaio, nomes täo prestigiados no nosso paiz, quanto no Exterior, e cujas contribuições para o estudo das sciencias naturaes no Brazil tem o relevo que se sabe.

Ao mesmo tempo ao nosso appello correspon- diam os dignos naturalistas do pessoal restricto e

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desfalcado do Museu: o entomologo Sr. H. Lueder- waldt e o botanico Dr. EF. C. Hoehne com diver- sos artigos merecedores de justos encomios, inedi- tos, conscienciosos e resultantes de aprofundado es- tudo. De varios especialistas, altamerte reputados, recebiamos simultaneamente valiosas contribuições como os artigos dos tão acatados botanicos e ento- mologos que são os Drs. Alvaro da Silveira, Adol- pho Hempel e Adolpho Ducke. Refez o ultimo destes naturalistas o seu ainda inedito Catalogo de vespas socraes do Brazil pondo-o em dia com as ultimas descobertas scientificas. Do Revm.° Sr. D. Amaro van Emelen, O. S. B., cuja sciencia apicola tanto é conhecida e consultada, nos veio o valioso e curioso estudo de um caso de symbiose entre abe- lhas domesticas e sylvestres. Do saudoso Ricardo Krone, emerito conhecedor das nossas questões de prehistoria, tão incipientemente estudadas ainda, uma contribuição nos chegou de alto valor documental, do Dr. Alberto Childe, o erudito conservador de an- tiguidades orientaes no Museu Nacional, um estudo sobre assumpto summamente interessante, do Sr. Julio Melzer, reputado coleopterologo, optimas obser- vações sobre um caso em que disserta com verda- deira mestria. Com a contribuição do Dr. João Florencio Gomes, o joven e reputado herpetologo, um dos mais brilhantes elementos do Instituto de Butantan, chegára rapidamente o nosso tomo às quinhentas paginas fixadas para o seu desenvolvi- mento. Attendendo ao facto porém da longa solução de continuidade havido na publicação da Revista, decidiramos, mediante previo assentimento do Dr. Secretario do Interior, dobrar-lhe o volume, e isto nos proporcionou o ensejo do recebimento de novos artigos de real merecimento.

Affeitos às questões ethnographicas relativas aos indigenas de São Paulo, trouxeram à Revista tres excellentes estudos o virtuoso e abnegado missiona- rio Frei Mansueto de Val Floriana, evangelisador forrado de glottologo, e o Sr. Dr. Geraldo H. de Paula Souza, o joven e prestigiado professor da Fa-

VII

culdade de Medicina de Säo Paulo, cuja elevada cultura geral o levara 4 observaçäo dos nossos ulti- mos Kaingangs. Deu-nos o eminente zoologo Pro- fessor Alipio de Miranda Ribeiro quatro artigos sobre a sua especialidade predilecta, além do bello estudo de controversia impresso no principio do livro. Para lhes apontar a importancia e o interesse basta lembramos que nelles descreve nada menos de cinco generos e vinte especies novas de peixes brasileiros e amplia consideravelmente as descripções de nume- rosas outros generos e especies da nossa ichtyofauna. Do Dr. Frederico Hoehne, igualmente valiosas foram as comunicações relativas à descripçäo de varias novas leguminosas, assim como as do Sr. Lueder- waldt relativas à biologia, tão mal conhecida ainda dos bradypodidæ e o estudo dos valiosissimos pa- drões vicentinos de nossa archeologia, recentemente incorporados ao Museu, pormenorisada e erudita- mente estudados por Benedicto Calixto, perfeito co- nhecedor dos assumptos ventilalos. Ao volume en- cerra a bibliographia de obras nacionaes e estran- geiras referentes ao estudo das sciencias naturaes e biologicas no nosso paiz organisado pelo Sr. Andréa Do, Bibiiothecario-traductor do Museu. Extensa esta resenha, trabalhosa e paciente, representa meritorio labor e prestará, estamos certos, real serviço aos seus consultantes. Era do nosso dever manifestar pelas paginas da Revista o jubilo causado, em nosso Instituto, pela passagem do centenaric da fundação do Museu Nacionale o profundo pesar que nelle cau- sara o desapparecimento dos amigos illustres que foram o sabio geologo Dr. Orville A. Derby e o tão modesto quanto erudito e operoso Ricardo Krone. De accordo com excellente ponto de vista dos an- tigos redactores de nosso orgão que em quasi todos os volumes fizeram inserir artigos relembradores dos grandes vultos de naturalistas a quem deve o Brasil serviços eminentes resolvemos publicar no pre- sente tomo os tres estudos de Alfredo de Carvalho sobre o Barão de Langsdorff, Swainson e Waterton,

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nao.sd pelo que valem, como em homenagem à memoria do illustre e mallogrado historiographo e brazilologo pernambucano tão cedo arrebatado a vida.

Devido a grande irregularidade na ordem da entrega dos artigos não nos foi possivel reunil-os, como tanto fora de desejar, segundo a similitude de assumptos a que se subordinam, sob pena de demo- rar immenso a publicação do volume. 5

Durante vinte annos ( 1895-1915), redigida a Revista pelos Srs. Dr. Hermann Von Ihering e Ro- dolpho Von Ihering, dos summarios dos nove tomos que a este antecedem resalta a noção das preferen- cias dos dous naturalistas pelos assumptos em que se especialisaram, angariando justa e dilatada nomeada.

Até agora, quasi exclusivamente, foi uma re- vista de Zoologia. Dos cento e oito artigos que nella figuram oitenta e dous correspondem a assum- ptos zoologicos, de systematica, quasi sempre, quinze a anthropologicos e ethnographicos, oito a questões paleo-zoologicas. Sobre mineralogia, geologia e bo- tanica nenhuma contribuição jamais se inseriu a não ser umas summarias considerações para c esta- belecimento de um museu botanico, do Sr. Taubert e uma pequena notica descriptiva das cavernas da Ribeira do Sr. Ricardo Krone.

Assumindo a redacção da Revista. pretendemos modificar-lhe um pouco os moldes. Nella publicare- mos, sem distincção especial, contribuições que se refiram não a todas as sciencias naturaes como à biologia em geral e à archeolcgia paulista.

K' o nosso intento editar, dentro em breve, e no menor prazo possivel, novos tomos da Revista, que para tanto temos abundante e optimo mate- rial reunido : trabalhos realizados no Museu, de cor- respondentes do Instituto e collaboradores diversos. Desejamos e faremos o possivel para que o nosso orgão possa sahir com uma regularidade compensa- dora da grande e ultima demora de sua distribuição.

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As difficuldades oriundas da contlagração mun- dial e a alta excessiva de todo o material de im- prensa, sobretudo de gravura, fizeram com que não nos fosse possivel illustrar o nosso periodico como desejariamos faze-lo. Esperamos que em breves e melhores dias haveremos de supprir a semelhante inferioridade e inconveniente voltando aos antigos padrões da Revista.

Altamente injusto seria de nossa parte deixar de consignar aqui quanto tivemos a nossa tarefa diminuida pelas attenções e vontade de servir com que, no Drareo Official, fomos sempre acompanhado. Cabe-nos portanto manifestar a nossa funda gratidão aos dignos Director daquella grande casa de trabalho, Snr. Horacio de Carvalho, e Gerente Snr. Dr. Bento Lucas Cardoso, de quem recebemos sempre todas as gentilezas.

Ao digno Chefe das Officinas, Snr. Rubem Leal, os nossos muito especiaes agradecimentos. Desve- lou-se em servir ao Musen pelo cuidado com que encaminhon a impressão da Revista, o interesse para que a sua factura fosse a mais cuidada e os prazos de publicação diminuidos. Por todos estes serviços os nossos mais cordiaes protestos de vivo reconhecimento.

AFFONSO D EscRAGNOLLE TAUNAY,

Professor na Escola Polytechnica de S Paulo.

Director, em commissão, do Museu Paulista.

Paulo, Outubro de 1918

INDICE GERAL

INDICE GERAL

O Museu Paulista nos annos de 1913, 1914 e 1919

Relatorio do Museu Paulista referente ao an- no de 1916 .

Notas Myrmecologicas. por IH. Luederwaldt .

As jazidas mineraes brasileiras, pelo Prof. Dr. Alberto Betim Paes Leme.

Scytodidas e pholcidas do Brasil, nm Prof. Dr. C. F. de Mello Leitão.

Um caso de symbiose entre a apis sid e uma melliponida indiigena, a jaty, por D. Amaro van Emelen O.S. B..

O Mandapuçã, pelo Dr. Alvaro da Silveira .

Notas de prehistoria paulista: o cemiterio do Pombéva, por R. Krone

Descripção de sete novas especies de cocci- das, por Adolpho Hempel .

Descripção de uma nova especie de aleuro- dido, por Adolpho Hempel

Contribuição para o conhecimento da fau- na helminthologica do Brasil. Especres brasileiras do genero Thelazia, Bosc. 1819, pelo Dr. Lauro Travassos

Ipemea Glaziovii U. Dann. pelo Prof. A. J. de Sampaio . aD AR Ce ear ae

Considerações sobre os generos Brachyplatys- toma e Platistomatichthys de Bleeker, pelo Prof. Alipio de Miranda Ribeiro .

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XIV

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O Herbario e o Horto Botanico do Museu Paulista, por H. Luederwaldt .

Catalogo das Vespas Sociaes do Brasil, pelo Dr. Adolpho Ducke

Notas Ixodidologicas, pelo Dr. Henrique de Beaurepaire Aragao

Observação sobre os cerambycidas do grupo de compsocerinr, por Julio Melzer .

Orchidaceas novas e menos conhecidas dos ur- redores de S. Paulo, por F. G. Hoehne.

Industrias metallurgicas na antiguidade, pelo Dr. Alberto Childe

Contribuicao para o conhecimento dos ‘ophi- dios do Brasil Opludios do Museu Ro- cha ( Ceara), pelo Dr. João Florenc o Gomes .

Ensaio de Grammatica Kainjgang, por Fr. Mansueto Barcatta de Val Floriana

Uma critica ao « Vocabulario da lingua dos Kainjgangs» do Visconde de Taunar, por Fr. Mansueto Barcatta de Val Flo- riana

Tres generos e dezesete especies novas de peixes brasileiros determinados nas col- leccoes do Museu Paulista, pelo Prof. Dr. Alipo de Miranda Ribeiro

Catalogo e revisão das leguminosas do Her- bario do Museu Paulista, com a de- seripção de algumas especies e vare- dades descobertas no mesmo, pelo Dr. E. G. Hoehne

Lista dos peixes brasilemros do Museu Pau lista ( Primeira parte), pelo Prof. Alipio de Miranda Ribeiro

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Notas sobre uma visita a acampamentos de indios caingangs, pelo Prof. Dr. Geraldo ER dean Souza els, io.

Lista dos peixes brasileiros do Museu Pau- lista ( Terceira parte), pelo Prof. Ali- node Miranda Ribeiro os.

Dous generos e tres especies novas de pei- ves brasileiros determinados nas col- lecções do Museu Paulista, pelo Prof. Alipio de Miranda Ribeiro .

Observações sobre a preguiça ( Bradypus tedactylus L.), em liberdade e no ca- ptiveiro, por H. Luederwaldt .

Notas de archeologia pawlesta, por Benedi- cto Calixto

O primeiro naturalista de S. Paulo, por Af- fonsond tes Paunagos Ms:

U centenario do Museu Nacional Tres naturalistas, por Alfredo de Carvalho . Necrologia: Orville Adalberto Derby ECA AG IR TORE Gye ls)! cee Bibliographia, por Andréa

Relatorio relativo ao anno de 1917.

PGS.

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INDICE ANALYTICO

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INDICE ANALYTICO

ADMINISTRAÇÃO DO MUSEU :

Advertencia . BESSY SEs ALES DARE SERPENT © Museu Paulista nos annos de 1913, 1914 e 1915. RO o NRO ET RM PRE

Relatorio do Museu Paulista referente ao anno de 1916

Relatorio do Museu Paulista referente ao anno de 1917

BOTANICA :

O Mandapucä, pelo Dr. Alvaro da Silveira, com uma estampa fora do texto.

A Ipomea Glaziovii, pelo Prof. A. J. de Sam- palo, com sete estampas fora do texto .

O Herbario e o Horto Botanico do Museu Paulista, por H. Luederwaldt, com uma estampa fora do texto

Orchidaceas novas e menos conhecidas dos arredores de S. Paulo, pelo Dr. F. C. Hoehne, com tres estampas fóra do texto.

Catalogo e revisão das leguminosas do Her- bario do Museu Paulista, com a de- scripcdo de algumas especies e varie- dades descobertas no mesmo, pelo Dr. F. C. Hoehne, com oito estampas fora do texto

PGS. :

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ETHNOGRAPHIA E ANTHROPOLOGIA :

O cemiterio do Pombéva, Ricardo Krone; com dezesete figuras intercaladas ao texto e tres fora do texto .

Ensaio de Grammatica Kainjgang, por Frei Mansueto Barcatta de Val Floriana .

Tina critica ao «Vocabulario da lingua dos Kainjgangs» do Visconde de Taunay, por Frei Mansueto Barcatta de Val Flo- riana RR digit ih Ahn EBD iy te IRL

Notas sobre uma visita a acampamentos de indios Caingangs, pelo Prof. Dr. Geral- do H. de Paula Souza, com seis estam- pas fora do texto.

GEOLOGIA E MINERALOGIA :

As jazidas mineraes brasileiras, pelo Prof. Dr. Alberto Betim Paes Leme.

ZOOLOGIA :

MAMMALOGIA :

Observações sobre a preguiça, Bradypus tri- dactylus, L por H. Luederwaldt .

IcHTYOLOGIA :

Considerações sobre os generos Brachypla- tystoma e Platystomatichthys de Blee- ker, pelo Prof. Dr. Alipio de Miranda Ri- beiro, com oito estampas fóra do texto.

Tres generos e dezesete especies novas de pet- ges brasileiros determinados nas collec- ções do Museu Paulista, pelo Prof. Dr. Alipio de Miranda Ribeiro . oa

PGS.

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NXI

Lista dos peixes brasileiros do Museu Pau- sta (1. Parte), pelo. Prof. Dr. Lo de Miranda Ribeiro

Lista dos peixes brasileiros do Museu Pau- lista (3.2 Parte), Le Prof. ane de Miranda Ribeiro

Dous generos e tres especies novas de peixes brasileiros determinados nas collecções do Museu Paulista pelo Prof. Dr. Alipio de Miranda Ribeiro, com duas estampas fora do texto

OPHIDIOLOGIA :

Contribuição para o conhecimento de ophi- dios do Brazil: Ophidios do Museu Rocha ( Ceará ) pelo Dr. João Florencio Gomes. Se Pee AG STIRS VAN EAD ARE

ENTOMOLOGIA :

Notas Myrmecologicas, por H. Luederwaldt, com duas estampas fora do texto

Um caso de symbiose entre a apis mellifera e uma melliponidea indigena, a jaty, por D. Amaro van Emelen. tes

Descripção de sete especies novas de coccidas, pelo Dr. Adolpho Hempel, com uma es- tampa fóra do texto . ;

Descripção de um nova especie de aleurodi- de, pelo Dr. Adolpho Hempel

Catalogo das Vespas Sociaes do Brasil, pelo Dr. Adolpho Ducke one

Observação sobre os cerambycidas do grupo de compsocerini, por Julio Melzer, com uma estampa fora do texto.

PGS.

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780

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471

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ARACHNOLOGIA :

Scytodidas e Pholcidas do Brazil, pelo Prof. Ur. C. F. de Melio Leitão, com trinta e oito figuras intercaladas ao texto.

Notas Ixodidologicas, pelo Dr. Henrique de Beaurepaire Aragão 50k pene

HELMINTHOLOGIA :

Especies brazileiras do genero Thelazia, Bosc, 1819, pelo Dr. Lauro Travassos, com tres estampas fóra do texto.

PREHISTORIA :

Industrias metallurgicas na antiguidade, pelo Dr. Alberto Childe ;

ARCHEOLOGIA PAULISTA :

Nolas de archeologia paulista, por Benedicto Calixto. pio LES evry de

DIVERSOS :

O primero naturalista de S. Paulo, por Af- fonso VE. Taunay À

O centenario do Museu Nacional

Pres naturalistas, por Alfredo de Carvalho. NECROLOGIA : Dr. Orville Adalberto Derby.

Ricardo Krone.

BIBLIOGRAP HIA.

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O MUSEU PAULISTA NOS ANNOS DE 1913, 1914, 1915

Excerptos dos relatorios da Directoria aos Exmos. Srs. Secretarios dos Negocios do Interior

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O MUSEU EM 1913

Excerptos do relatorio do então director Dr. Hermann von lhering

PESSOAL

Não houve modificação alguma no quadro do pessoal. O zelador do Museu, por determinação de V. Excia., foi desi- gnado para escolher o material que conviésse ao Museu da grande Colleeção Limur, adquirida pelo Governo do Estado.

VISITANTES

A frequencia do Museu por parte do publico foi de 68.102 pessoas em 1913; esse total é inferior ao de 1912 (73.485), devendo ser levado em conta que nesse anno de 1912 houve uma affluencia de 10 mil creangas no dia da commemoração da Independencia quando, em 1913, nessa data, foi o Museu visitado por 3.347 pessoas, apenas, isto é : o duplo de uma bôa frequencia nos domingos communs.

COLLECÇÕES

Além das remessas «le material colligido pelo natura- lista-viajante (ao todo 12 caixas a houve os accréscimos constantes da lista annexa.

TRABALHOS SCIENTIFICOS

Os estudos scientificos concluidos durante o anno terão publicidade na Revista do Museu Paulista, vol. IX, cuja impressäo foi iniciada em Maio de 1913. Até o fim do anvo, o Diario Official havia impresso apenas 260 paginas, trabalho extremamente moroso que prejudica tambem na re- gularidade das permutas com publicações congeneres. A lista de taes trabalhos é a seguinte:

Os bugios do genero Alouatta ( Mammif.), com est. V-VII, por H. von Ihering, pag. 231.

Protecção ds aves por H. von Ihering, pag. 332.

Os Gambás do Brazil, Marsupiaes do gen. Didelphis, por H. von Ihering, pag. 338-356.

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Biologia geral das Cuculidas brazileiras, por H. von Ihering.

Novas contribuições à ornithologia do Brazil (com tres estampas ), por H. von Ihering.

O Museu Paulista nos annos de 1910, 1911 e 1912.

Necrologios : Dr. Eugenio Hussack ( com est. I), por H..

von Ihering, pag. 25.

Dr. Theodoro Peckolt (com est. IL), por H. von Ihe- ring, pag. 55.

Analyse der suedamerikanischen Heliceen, Philadelphia, 1913, por H. von Ihering.

Tres Chalcididas parasitas do « bicho do café» ( Leo- coptera coffeella Tineid) com com 3 fig. no texto e est. III, fig. 1, por R. von Ihering, pag. 85.

As diga que vivem sobre a preguiça, Bradypophila garbei n g. n. s p ( Lepid. fam. Pyralyd.) com fig. e est. HI, fig: 2, e H. von Ihering, pag. 123.

Diagnose de uma Eucoila ( Hymenopt. Cynip.), parasita das « Moscas das frustas », por R. von Ihering, pag. 224.

O genero Parachartergus Reo Do Wt. ( Vespas sociaes ) por Rk. von Ihering, pag. 226.

As especies brazileiras de Nilionidas ( Coleopt.) e a po- sição systematica da familia pelo estudo das larvas, est. III, figs. 2 e 3, por KR. von Ihering, pag. 281.

George Marcgrave, o primeiro sabio que veio estudar a natureza do Brazil, 1638-44, por R. von Ihering, pag. 307-315.

Duas especies novas de Peixes da fam. Cichlidae, por R. von Ihering, pags. 333-337 :

Biologia de varias especies de Pinotus por H. Luederwaldt.

O Museu continua a servir a muitos especialistas para as suas pesquisas, facilitando eu o mais possivel, todos estes estudos, que, às vezes, adeantam tambem a classificação das nossas collecções.

Isto refere-se particularmente à revisão da nossa rica colleeção de cobras, a que esta procedendo, o assistente do Instituto Serumtherapico de Batantan, Dr. João Florencio Gomes. No iaboratorio de entomologia trabalharam, de vez em vez, os srs. A. Hempel do Instituto Agronomico de Cam- pinas, Gr. Bondar, da Escola Agricola « Luiz de Queiroz » de Piracicaba, Fr. Iglesias desta Capital e outros. Tivemos tambem o prazer de auxiliar nos seus estudos os srs. Dr. E. Brumpt, da Faculdade de Medicina, Dr. João Bach, de Ala- gõas e A. Usteri ( botanica ). Collegas de outros museus que nos visitaram com a intenção especial de estudar o nosso material que se refere ás suas especialidades foram: os srs. A. Dueke do Museu do Pará, ( hymenopteros ). E. Gounelle de Paris (Cerambycidae ). Ao Jado destes estudos, conti- nuaram as consultas feitas por cartas e oflicios, bem como a consulta da nossa bibliothsca por scieutistas residentes nesta Capital.

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Unia lamentavel perda para o trabalho scientifico do Museu representa o desmembramento da, Estação Biologica do Alto da Serra. A mesma, em começo do anno, passou a ser propriedade federal, dependente do Ministerio de Agri- cultura, visto oomo o (Governo do Estado nada resolveu sobre a doação que eu lhe fazia. Pouco depois, porém, a Secretaria da Agricultura manifestou desejo de ter a dita Estação e matros nellas comprehendidas sob sua direcção e, apóz accordo com o Governo Federal, passou o dito estabe- lecimento a depender do serviço florestal do Estado.

EXCURSÕES

O naturalista-viajante, sr. Ernesto Garbe, emprehendeu em Abril uma longa viagem pelo sertão de Minas e Bahia, acompanhando o curso do rio São Francisco. Fazendo centro primeiro em Pirapóra, depois na cidade da Barra, colleccio-. nou amplos materiaes de todas as classes de animaes; em especial, segundo minhas indicações, acompanhou a biologia das aves. | Assim, forneceu-nos ricos materiaes de ovos e ninhos, acompanhados de dades preciosos que me ermittiram desenvolver grandemente os . meus respectivos estudos ora no prélo (vol. IX da nossa « Revista» ). Da mesma forma recebemos abundante material ichthyologico que em boa parte tambem foi estudado.

JARDIM BOTÂNICO

O Jardim Botanico atraz do edificio devido aos bons serviços que pudemos continuar a dispensar-lhe, ainda que com parcos meios, continuou a prosperar, transformando-se em um bosque promettedor e viçoso, que encerra um ele- vado numero de essencias florestaes. Esse parque presta assim bons serviços para o estudo da nossa flora e ao mesmo tempo constitue um refugio para a fáuna tão acossada neste arrabalde. Em grande contraste com os campos das vizi- nhanças, onde os desoccupados dão caça aos ultimos passa- rinhos, aqui no parque abriga-se uma avifáuna bastante variada, demonstrando assim quão pouco é preciso para rea- climatar esses elementos tão uteis na nossa natureza.

No relatorio apresentado no começo do anno passado expuz quanto havia a dizer com relação à área abrangida por este parque; nada foi modificado no correr de 1913 e assim limito-me a confirmar quanto disse, chamando a at- tenção de V. Excia. para o facto de que o terreno situado atraz do Museu é insuficiente para os fins biologicos desta re- partição, inconveniente que vertamente cada anno mais se fará sentir. Sériamente prejudicado foi o serviço no Jardim Botanico e até no proprio edificio do Museu, pela constante falta de agua de que soffrem os encanamentos do edificio.

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LISTA DAS OFFERTAS AO MUSEU

Do Cap. Henrique Setua, de Santa Rita ( Goyaz ), uma colleeção de peixes e uma de anthophilos.

Do Gymnasio Sciencias e Lettras, da Capital, uma arara vermelha.

Do Padre L. Brentano, São Leopoldo de Rio Grand: do Sul). varias especies de vespideos.

Do Dr. Emygdio Dias Moraes, de Amparo, uma collecção de ovos.

De D. Maria Elisa Rodrigues Neves, desta Capital, uma espada, dragonas ete., que pertenceram ao seu fallecido ma- rido, contra-almirante João Baptista das Neves.

De Joaquim M. Rodrigues, do Paraná, alguns fósseis.

LISTA DAS PERMUTAS

Museu de Entomologia, de Berlim, 12 especies de cinei- dellidos.

Ad. Ducke, do Pará, uma collecçäo de Anthophilos bra- zileiros.

Gr. Bondar, de Piracicaba, uma colleccäo de objectos bio= logicos.

E. Gounelle, um coleoptero raro.

O MUSEU EM 1914

Excerptos do relatorio do então director Dr. Hermann von lhering.

Durante o anno de 1914, o Museu Paulista funecionou regularmente como nos annos anteriores e tambem as suas condições geraes, como estabelecimento scientifico, conser- varam-se inalteradas. Não obstante terem continuado a vi- gorar as mesmas disposições orçamentarias, exiguas em extremo, o que es qualquer desenvolvimento de maior vulto, foram, ainda assim, consideraveis os progressos reali- zados, principalmente nas colleeções de estudo. E são estes materiaes classificados que nos habilitam a responder com rigor scientifico ás muitas e variadas consultas que ultima- mente nos têm affluido. Estas, pelo seu numero bastante elevado, fazem entrar o Museu Paulista em uma nova phase, que é a da sua utilização pelos scientistas e estudiosos do Paiz, dedicados à investigação de problemas que se ligam as condições naturaes do nosso Paiz.

PESSOAL

Não houve modificação alguma no quadro do pessoal do Museu. Gozaram de licença 0 preparador Sr. João L. Lima, que teve direito a 6 mezes com vencimentos integraes, o porteiro sr. Ricardo Lopes, 6 mezes; durante a ausencia deste ultimo, as suas funccdes foram desempenhadas pelo sr. André Soares e, para attender ao accrescimo geral de serviço em todaa repartição, foi, no começo do anno (1 de Feve- reiro ), auctorizado a contractar mais um servente, ou sejam tres ao todo.

VISITANTES

Durante o anno de 1914, o Museu foi visitado por.... 62.419 pessoas, frequencia algo inferior à do anno anterior ( 68.102) mas perfeitamente explicada pela economia que nestes tempos precarios se impõe ás classes pobres. O dia

de Setembro » não foi solennizado oficialmente; o cre- scido numero de visitantes desse dia (4.864 ) foi devido em parte 4 kermesse organizada pelo « Centro do Ypiranga ».

AQU ERA COLLECÇÕES

Além dos acrescimentos habituaes, resultado das excur- sões do proprio pessoal do Museu e notadamente do natura- lista-viajante sr. Ernesto Garbe, deram entrada no Museu: uma grande collecgio mineralogica, paleontologica e archeolo- gica, comprehendendo a maior parte da « Colleeção Limur », adquirida na Europa pelo Governo do Estado. Nao contando o Museu com pessoal suficiente para encarregar-se de mais este serviço, puramente mineralogico, e achando-se o material todo em lastimavel desordem, foi todo o conjuncto guardado em caixões, tal qual como fôra recebido: sómente a parte authropologica e paleontologica foi estudada minuciosamente pelo director, que incorporou grande parte às colleeções ja existentes, ficando outra parte, por falta dos necessarios mo- veis, guardada de maneira provisoria. A parte mais valiosa desta collecçäo é sem duvida a archeologica, que, além de muitas preciosidades, contem objectos authenticos, collecio- nados por Boucher de Perthes, no valle do Somme e por Lubbock, na Inglaterra. Trata-se deste modo de objectos comprobatorios da existencia do homem junto com o Mamuth, o urso e a hyena das cavernas e outros grandes mammiferos da Europa; é notavel que taes artefactos ainda estejam provi- dos do rotulo original, da mão propria do Boucher de Perthes. Acerescimo valioso para o começo do herbario organizado no Museu pelo sr. Hermann Luederwaldt, representa o ex- tenso herbario Usteri, recebido da Escola Polytechnica. Trata-se de um total de mais ou menos 10.000 exemplares, cuidadosamente preparados pelo dr. A. Usteri e quasi tudo classificado. Tambem esta secção, a botanica, não poude ser desenvolvida convenientemente, por falta de pessoal e acom- modação, e, entretanto, é preciso dizel-o, depois de suprimida a secção botanica da Secretaria da Agricultura. S. Paulo está desprovido de serviço botanico que habilite qualquer interessado, scientista ou agricultor, obter informações as mais triviaes sobre a nossa flora. Apezar de tudo, ainda assim o Museu não raro attendeu ás consultas que lhe são dirigidas.

TRABALHOS SCIENTIFICOS

Os trabalhos scientificos realizados pelo pessoal do Museu Paulista consistem apenas em parte de publicações impressas. Muitos estudos foram apenas iniciados, outros reverteram em beneficio das colleeções ou das consultas. Entre estes ultimos trabalhos convem mencionar os novamente emprehen- didos pelo Dr. H. von Ihering com relação as formigas cuyabanas como exterminadoras das saúvas e o sr. Rodolpho von Ihering que, por solicitação do sr. prefeito da Capital, estudou a proveniencia das mariposas nocturnas ( Myelobia smerinthia ), que na primeira quinzena de verão infestaram a cidade.

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Como o mencionamos no relatorio apresentado nas primeiras pagmas da nossa Revista, vol. IX, cada anno augmenta o numero de scientistas nacionaes ou aqui resi- dentes, que se utilizam do material accumulado e dos estu- dos realizados neste Museu. Trata-se principalmente de medicos que buscam os pontos de contacto da medicina com a historia natural e de agronomos que precuram conhecer os animaes uteis ou nocivos à lavoura e 4 criação. Procura- mos por todos os meios facilitar taes estudos, rejubilando-nos com essa boa comprehensão dos fins scientificos deste instituto.

Durante o anno de 1914, utilizaram-se das colleccôes scientificas do Museu:

Prof. Dr. F. Brumpt (da Faculdade de Medicina de S. Paulo, varios hematophagos, vectores de parasitas huma- nos, plantas etc. )

Prof. Dr. A. Bovero ( da Faculdade de Medicina de S. Paulo ), esqueletos para fins de anatomia comparada.

Dr. João Florencio Gomes ( do Instituto Serumtherapico do Butantan ), estudo do nosso material de cobras.

Ad. Hempel ( Instituto Agronomico de Campinas ), en- tomologia economica.

Gregorio Bondar ( Escola Agricola Luiz de Queiroz ). entomologia economica.

Francisco Iglesias, entomologia-economica.

Dr. A. Usteri, botanico, trabalhos de reorganização do nosso herbario, sr. Julio Melzer, particular, amador, estudos de coleopteros da fam. Cerambycidae :

Julio Costa, prof. da E. Normal de Guaratinguetá : exercicios praticos de conservação e preparação de animaes ;

Dr. F. Filippone, Montevidéu : molluscos.

Alem disto, os varios institutos scientificos, taes como “Oswaldo Cruz”. de Mavguinhos, Rio de Janeiro; Instituto Agronomico de Campinas, a Camara Municipal de S. Paulo e muitos particulares continuaram a fazer-nos consultas.

PUBLICAÇÕES

Em Setembro do corrente anno foi terminada a impres- são do vol. IX da "Revista do Museu Paulista.” O tempo gasto para a confecção dum volume de 533 paginas foi de 16 mezes, devido á extrema lentidão com que o Diario Offi- cial fazia a composição por falta de pessoal e de typos. Sao doze artigos que correspondem ao exercicio de 1914. Alem disto foi impresso e entregue, em 8 de Dezembro, o fasciculo 3 das Notas Preliminares, contendo os artigos scientificos pu- blicados pelo Museu, estudos dos seguintes auctores :

DR. H. VON IHERING

Os bugios do genero Alouatta ( Mammif. ) com estam- pas V—VI.

RODOLPHO VON IHERING

Protecção às aves;

Os gambás do Brazil, Masurpiaes do Gen. Didelphis ;

Biologia e classificação das Cuculidas brazileiras ; e No- vas contribuições para a Ornithologia do Brazil com est. IV, VII e IX; Rodolpho von Ihering.

As especies brazileiras de Nilionidas ( Coleopt.) e a po- sição systematica da familia pelo estudo das larvas, est. III, fes. 26-3. natureza do Brazil, 1638 - 44.

Duas especies novas de peixes da fam. Cichlidae ;

Notas entomologicas ( Nilio n. sp. e um 8.º parasita de Leucoptera.)

Bibliographia zoologica referente ao Brazil, 1911 a 1913.

Diccionario da Fauna do Brazil ( no almanaque de ”Cha- caras e Quintaes”, de 1914, pag. 253 - 320.

Livrinhos das Aves com estampas coloridas, trabalho popular para escolas.

HERMANN LUEDERWALDT

Biologia de varias especies de Pinotus ( Coleopt.) de 5. Paulo.

FRANCISCO IGLESIAS

Insectos contra insectos. As Coccinellidas, com est. À E fos IR à EXCURSOES

De. H. von Ihering demorou-se alguns dias na fazenda do Dr. Lopes Martins, afim de estudar o viveiro de formi- gas cuyabanas, estudo ja ha tempos iniciado no Museu e agora continuado com bom éxito.

O naturalista-viajante sr. Ernesto Garbe, tendo caçado nos primeiros mezes do anuo nos arredores da Capital, se- guiu em maio para Castro, no Estado do Parana onde se de- morou mez e meio; em seguida, foi para Santa Maria da Bocea do Monte, onde caçou durante algum tempo, dirigin- do-se depois para o curso do Rio Uruguay, cuja fauna foi iucumbido de estudar; assim esteve a principio em Uru- guayana, subindo e descendo depois o rio conforme as con- veniencias ; ahi permaneceu ainda até a presente data.

O Custos, sr. Rodolpho von Ihering, seguiu, a pedido da Camara de Monte Alto, em Agosto, para aquella região, afim de verificar o valor scientifico de um achado paleontologico : apesar das multiplas excavações que foram feitas, pude- ram ser obtidos alguns óssos fragmentarios, restos de gran- des säurios que correspondem ao periodo intermediario en- tre os chamados grês de Baurú e de Botucatu.

Geoges Maregrave, o primeiro sabio que veiu estudar a

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O sr. Joao Lima acompanhou o Prof. Brumpt da Faculdade de Medicina de São Paulo em excursão a Albuquerque Lins, obtendo não bons materiaes para o Museu, como tambem auxiliou grandemente aquelle distincto scientista em suas investigações.

O sr. H. Luederwaldt seguiu em Dezembro para o Es- tado de Santa Catharina, onde se demorou um mez e meio, collecionando invertebrados, principalmente os representantes das especies de vermes, geoplana e lumbricidas, estudadas ha tempos pelo celebre naturalista Fritz Mueller.

O JARDIM

O bello e elegante jardim em frente do Museu, que pelo seu constructor, o engenheiro Arsenio Puttmans, me foi entregue em estado imcompleto e que zonsegui successiva- mente melhorar com excepção dos grammados que necessi- tavam duma refórma completa, foi confiado pela Secretaria da Agricultura ao sr. Navarro de Andrade que, no exercicio, a que me refiro, reconstruiu as sargetas que em grande par- te tinham sido destruidas e reformou os grammados.

ACQUISIÇÕES

Do sr. Schwanda Junior: colleccäo de couros de mam- miferos e aves.

Do sr. Curt Schrottki, collecçäo de abelhas do Para- guay e do Brazil Meridional.

OFFERTAS AO MUSEU PAULISTA RECEBIDAS DU- RANTE O ANNO DE 1914

Exma. Sra. D. Luisa de Siqueira Macedo, uma garru- cha de pederneira, (transformada para espoleta), que foi usa- da pelos voluntarios na guerra de Paraguay.

Dr. Luiz Pereira Barreto, dois craneos de bois fran- queiros.

Figueiredo & C., colleeção de notas e de moedas antigas de Bancos e Camaras Municipaes ; |

Francisco Mondino, couros de onça preta e pintada de outros mammiferos de Matto Grosso.

Companhia de Pesca, Santos ( Nogueira & Almeida), 1 peixe frade e um grande peixe-lua ( 140 kºs.)

Cap. Jayme Marcondes, uma bengala que lhe foi ofte- recida pelo General M. F. de Campos Salles, que a usára.

Sr. Francisco Novaes, algumas moédas de cobre do Bra- zil Imperio.

Escola Polytechnica de S. Paulo ( com auctorização do Governo ) transferencia do Herbario do Dr. A. Usteri. (98, pacotes, com cérca de 10.000 especimens.)

Secretaria do Interior, a colleeção mineralogica, paleon- tologica e archeologica, constituida por 30 caixões ( chama- mada “Colleeção Limur”), da qual parte foi reservada para as escolas normaes e para a Faculdade de Medicina, por cuja verba correu a acquisição.

Sr. Jacques Kesselring, objectos historicos da região da Estrada Madeira, Mamoré, no Amazonas, e uma camisa de indio.

Sr. Maj. Henrique Silva, diversos peixes de agua doce, do Rio Doce, Minas Geraes.

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O MUSEU EM 1915

Excerptos do relatorio do então Director, Dr. Hermann von ihering

OS SERVIÇOS DA REPARTIÇÃO

Tanto a exposição das collecções ao publico, como o tra- balho scientifico-technico, funccionaram com regularidade. O Museu foi visitado, durante o anno de 1915, por 64.062 pes- soas, 0 que é um pouco mais do que no anno procedente.

Uma modificação séria soffreu o serviço pela reducção da verba para expediente e acquisições, de 34 para 20 contos de réis. Dando-se o caso de que todo o pessoal extra-nume- rario está sendo pago pela referida verba, a consequencia natural seria a reducçäo correspondente do pessoal. Visto, porêm, o estado de crise pelo qual passa a vida economica, tambem, em nosso Paiz, resolvi reduzir as despesas o mais possivel e conservar intacto o pessoal. Em vista de taes diffi- culdades, não foi possivel augmentar consideravelmente as colleeções e a bibliotheca, e tornou-se mesmo necessario inter- romper a distribuição da /evista.

No pessoal da repartição houve algumas modificações. O amanuense sr. Mario Passos, em virtude de permuta, re- tirou-se a 25 de Agosto do logar que por longos annos occu- pou, sendo substituido pelo sr. Arthur Pinto Payaguá. A 31 de Outubro perdemos, por fallecimento, o estimado collega sr. Bento Barbosa desenhista, a cuja famila o pessoal do Museu, representado no enterro, auxiliou por meio de uma subscripção. A 17 de Novembro entrou, para substituil-o, o sr. Paulo Ver- gueiro Lopes de Leão.

Do serviço de guarda-nocturno, não feito a meu contento no primeiro semestre, pelos srs. João Baptista e Arnese Ma- rino, desempenharam-se do melhor modo, na segunda metade do anno, os guardas Luiz Stevani e Fortunato Bega.

Coincidiu com a mudança do pessoal a installação de um relogio registrador que funeciona com toda exactidão.

O sr. H. Luderwaldt voltou a 26 de Janeiro da excur- são ao Estado de Santa Catharina, reassumindo o seu logar.

Muito sentido foi nesta repartição o fallecimento do illustre estadista, senador dr. Bernardino de Campos, protector desta repartição, que fundou, quando pela primeira vez presidente

do Estado ; bem como muito sentida foi a morte do nosso antigo collega sr. Orville Derby, chefe do serviço geologico do Brazil.

Foi grande o numero de visitas de distinetas persona- lidade durante o anno. Entre ellas mencionaremos os srs. H. Cameron Forbes, ex-Presidente das Ilhas Philipinas ; Roger Simons, do serviço florestal e Henry Ferguson do ser- viço geologico dos Estados Unidos; dr. H. Lotz, do serviço geologico de Berlim; dr. E. Rimann, do serviço geologico do Rio de Janeiro; J. Rose, do serviço botanico em Washington ; Paulo de Camargo Porto, do Jardim Botanico, do Rio de Ja- neiro; Olavo Bilac; Ad. Duke do Museu do Para e dr. Ph. Von Liitzelburg; do serviço botanico de Miinchen.

COLLEOÇÕES E TRABALHOS SCIENTIFICOS

O facto mais importante a ser registrado é a installação da secção botanica, organizada de conformidade com as or- dens do Governo, que a este Museu transferiu o grande her- bario da extincta secção botanica da Commissão Geographica e Geologica de S. Paulo. Esta, junctamente com as colle- ecções existentes, foram accomodadas no 2.º andar da torre occidental, onde, com o auxilio de diversos operarios, foi pre- parada a respectiva installação. Actualmente, as tres salas D. 6, 7, 8 contêm o herbario e a pequena bibliotheca especial, ao passo que em tres outras salas se acham accumuladas as collecgdes de amostras de madeiras, de cipós, borracha, se- mentes, fructos e objectos em alcool.

Interinamente o sr. H. Luederwaldt accumula este ser- | viço com o de entomologo; apesar de desempenhar-se do me- lhor modo possivel e a meu pleno contentamento de ambas as funeções, claro é que este estado de cousas não poderá prolongar-se sem prejuizo para uma das secções. Pessoal— mente, occupei-me, durante mezes, da bella colleeção de amos- tras de madeira, agora classificada e disposta segundo o systema botanico.

o O naturalista viajante sr. Ernesto Garbe conservou-se no começo do anno nas margens do rio Uruguay, no Estado do Rio Grande do Sul, particularmente em Cacequi, voltando no mez de Maio, depois de se ter demorado ainda algum tempo em Santa Maria da Bocea do Monte e Boi Preto, no mesmo Estado.

Outra excursão o levou, desde 25 de Setembro, a ilha de S. Sebastião; de ambas as viagens trouxe ricas collecções e consideramos como um dos melhores successos dos ultimos annos a exploração do rio Uruguey, cuja fáuna aquatica até agora poucas vezes tem sido estudada. Si os resultados não corresponderam de melhor modo à nossa expectativa, a culpa não foi do habil e diligente caçador e preparador, mas assim das incessantes chuvas, que estas elevaram extraordinariamente o nivel das aguas e diflicultaram a pesca.

Na primeira metade do anno, preocupei-me com o estudo osteologico de nossos cetaceos. A nossa colleeçäo encerra um esqueleto de Balenoptera «cutorostrata, Lac. e outro de 18 metros de comprimento de Balwnoptera musculus L., bem como partes isoladas destas especies e de Megaptera nodosa Bonn. e Balaena australis Desm., todas as especies da costa do Estado de Sao Paulo.

O Custos do Museu, sr. Rodolpho von Ihering, além dos trabalhos que lhe competem, fez estudos systematicos e bio- logicos em diversas ordens da fáuna brazileira, publicando a respeito varios trabalhos mencionados na respectiva lista. Com relação a escorpiões tem prompta uma monographia de todas as especies braziieiras, destinada a ser publicada no proximo numero da Revista do Museu.

Tive o occasiäo de franquear as collecções para fins de estudos scieutificos, aos srs. Prof. A. Bovero, illustre lente de anatomia da Faculdade de Medicina de São Paulo ( osteolo- gia); dr. João Florencio Gomes, assistente do Instituto Se- rumtherapico ( herpetologia ); Julio Melzer, especialista no grupo dos Cerambyeidas; M. Brade, botanico dedicado espe- cialmente ao estudo dos Filices; sr. Ad. Ducke, do Museu do Pará ( entomologia hymenopteros ).

Além disso, estudaram no Museu, durante maior espaço de tempo, o sr. dr. Heitor Maurano, que aqui preparou a parte systematica da sua these de doutoramento em medicina ( Do Escorpionismo ) e o sr. Bel. Fausto Lex, que aqui se preparou para um concurso de Historia Natural, no Gymnasio de Cam- pinas. Ainda os seguintes srs. tiveram proveito das nossas collecções, para fins “seientificos: T. Christowski ( Aves ); H. Maniser, funccionario do Museu Anthropologico de S. Pe- tersbugo ( Ethnographia ) O. A. Salley ( Biologia das aves ) ; M. Gude ( Curso nos methodos de preparação ).

Pelo pessoal da repartição foram publicados, durante este exercicio, os seguintes trabalhos : |

Dr. Hermann von Ihering: The classification of the family Dendrocolaptidae, The Auk, Vol. 32, Cambridge, pag. 145-153. PI. XI-XII.

Commissão das Linhas Telegraphicas Estrategicas de Matto Grosso ao Amazonas Annexo 5, Molluscos, Rio de Janeiro pag. 1-14, com 3 estampas.

Rodolpho Von Ihering: 1) Estudo Biologico das La- gartas Urticantes ou Nr 5 Annaes Paulistas de Medi- cina e Cirurgia. Vol. III n. 6, pag. 129-139 Est. VII. 2) (Osso bregmatics do Pod e em geral dos Simios, Carnivoros e Desdentados brazileiros ; loc. s. cit. Vol. n. 2a 4, pag. 126-130, Est. VI. 3) Os escorpiões do Brazil Meridional, loc. s. cit. Vol. V, n. 2 a 4 pag. 73-81.

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OFFERTAS AUGMENTO DAS COLLECÇÕES

Do Instituto Pasteur 1 tamandua bandeira. » » » 1 jabiru.

Do Sr. Fausto Lex em Barretos Uma grande borbo- leta ( gen. Arsenura e outros iasectos ).

Do Sr. Nicolau Toledo Mello ( Serra Negra ) 1 gavião vivo ( Polyborus tharus ).

Do Sr. Sacoman Bairro do Ypiranga 1 tamanduá- mirim, vivo.

Do Jardim Publico da Capital Uma grande tartaruga do mar ( morta ).

Do Sr. J. de Arruda Campos Agua Vermelha 1 jabiru.

Da Secretaria do Interior 1 fléxa de indio.

Do Museu Nacional Rio de Janeiro Moldes em gesso de ossos de baleia.

Do Sr. Christiano Euslen Boa Vista, Rio Grande do Sul 1 colleeção de diversos objectos preparados : insectos, conchas, guaiquica ( marmosa pusilla ).

Da Commissão Geographica e Geologica de S. Paulo 1 grande herbario da extineta secção botanica.

Do Sr. Roberto Linguanotto Uma bala de canhão en- contrada no Bosque da Satide e 1 ninho de ave.

Do Sr. J. de Sampaio Ferraz 1 secretaria estylo ja- ponez, que pertenceu ao Dr. Prudente de Moraes.

EM PERMUTA

Do Sr. Carlos Bruch —. La Plata, Argentina Uma colle- cção de formigas.

Do Sr. Zikan Espirito Santo 1 collecçäo de besou- ros da familia Cicindelidæ.

Do Sr. Julio. Melzer São Paulo numerosos besouros da familia Cerambicidæ.

Da Smithsonian Institution Estados Unidos Uma colleeção de carangueijos.

POR COMPRA

Do Sr. H. Pinder 3 aves 9145-9146-9148.

Do Sr. Benedicto Pedroso Plantas e troncos para jar- dim botanico e herbario.

Do Sr. J. K. Schwanda— Miritiba, Maranhão Uma colleeção de couros e aves 9137, 9141.

Uma colleeção de couros de mammiferos 3172, 3178.

Relatorio do Museu Paulista REFERENTE AQ ANNO DE 1916

Pelo Director, em Commissão,

Affonso d'E. Taunay

Sao Paulo, 30 de Abril de 1917.

Exmo. Sr. Dr. Oscar Rodrigues Alves

Dignissimo Secretario dos Negocios do Interior :

A V. Excia. tenho a honra de enviar o relatorio do Museu Paulista, para o anno de 1916, de accôrdo com a recommendação recebida por intermedio do sr. dr. Carlos Reis.

Assumindo a Directoria do Museu a 27 de Fevereiro proximo findo, julguei que o meu antecessor houvesse apresentado à apreciação de V. Excia. este documento. Para o redigir, sirvo-me dos apontamentos no archivo do Museu encontrados, notas de actos ofliciaes e informações do pessoal que no Estabelecimento trabalha.

Durante o anno de 1916 passou o Museu Paulista per fundas modificações quanto à constituição do seu pessoa! dirigente.

A 4 de Janeiro nomeava Ex”º. sr. dr. Eloy Chaves, então Secretario interino do Interior. uma commissão encarregada de proceder a um inquerito administrativo sobre as nórmas a que se cingia e regiam a direcção do Museu.

Ficou esta commissão constituida pelos srs. dr. Antonio de Barros Barreto, lente da Escola Polytechnica de S. Paulo, Reynaldo Ribeiro, lente da Escola Normal e Sebastião Felix de Abreu e Castro, chefe de secção na Secretaria do Interior

DIRECTORIA. TRABALHOS DA COMMISSÃO. IN- VENTARIO GERAL

Procedeu a commissão a exame nas contas relativas à gestão do sr. dr. Hermann von Ihering, e, ao mesmo tempo, procedeu a inventariação do material existente no Museu.

Começou a sua inspecção a 11 de Janeiro de 1916; a 10 de Maio assumiu o Custos do Museu, sr. B. Rodolpho von Ihering a direcção do Estabelecimento, interinamente,

Dos trabalhos da commissão resultou o laudo, a V. Excia. apresentado, sobre o directorado do dr. Hermann von Ihering, que em principios de Agosto foi dispensado do cargo de Di- rector do Museu, para o qual foi nomeado o sr. dr. Armando Prado.

Proseguiu a commissão no inventario encetado ; levou-o acabo com uma minucia e pertinácia dignas dos maiores elogios. Ficou a direcção munida de um precioso instru- mento de avaliação e localização de suas collecções. Reali-

zado com methodo perfeitamente orientado, e verdadeira in- telligencia do assumpto, de prompto póde este inventario geral permittir à Directoria apresentar este ou aquelle ob- jecto reclamado e exposto ou conservado em qualquer das numerosas salas do edificio.

Commentando estes servicos, ja tive, ao assumir a di- recçäo do Museu, a occasiäo de a V. Excia. recommendal-os.

Os agradecimentos que V. Excia., em nome do Museu, à commissão endereçou, foram os mais justos. Tornava-se imprescindivel a organização desse inventario geral que, assim mesmo, por absoluta falta de tempo, não poude ser ultimado.

Assim, quanto à descripção dos objectos ao publico ex- postos, na sala de numismática, e de que apenas havia sum- marias indicações.

PESSOAL

Desligou-se do Museu, em principios do anno ( Feve- reiro ), o dr. Paulo Vergueiro Lopes de Leão, que exercia o cargo de desenhista.

Foi dispensado o sr. Ernesto Amadeu, servente, por mo- tivo de restricção de despesas.

A 18 de Outubro entrou em exercicio do cargo de amanuense o sr. Fernando Prado de Azambuja, que obtivéra permissão para permutar com o sr. Arthar Pinto Payaguá, desde algum tempo a servir na Secretaria,

A 13 de Novembro entrou no goso de uma licença de tres mezes o zelador sr. Rodolpho Von Ihering.

Os restantes funecionarios do Museu estiveram em exer- cicio assiduo de suas funeções durante todo o anno.

VISITANTES DO MUSEU

Em 1916 foram as nossas salas de exposição visitadas por 66.247 pessôas ou sejam mais 2.185 do que em 1915. Temos a convieção de que muito maior teria sido essa fre- quencia, si os percursos nas linhas da S. Paulo Light fossem reduzidos.

O simples facto do estabelecimento de via dupla durante todo o trajecto abreviaria sobremaneira o tempo gasto, para trazer da cidade ao Museu os visitantes.

Não se realizou a 7 de Setembro commemoração alguma especial, allusiva à grande data nacional, assim mesmo foi nesse dia o Museu visitado por 4.455 pessoas.

EXCURSÕES

Durante o anno apenas realizaram os naturalistas do Museu duas excursões. Constituiu a primeira na viagem do srs. Ernesto Garbe e IH. Luederwaldt a Piassaguéra, com o

fito de alli pescarem alguns grandes bôtos, intento que se não poude realizar.

Approveitaram os dous excursionistas a opportunidade para angariar exemplares da fáuna e da flora dos mangues, que ao Museu recolheram.

Tendo o sr. dr. Armando Prado conhecimento de que em Barretos haviam sido descobertos importantes fósseis, du- rante os trabalhos de perfuração de póços, para fez seguir o sr. E. Garbe, que passou cérea de tres semanas, em No- vembro e Dezembro, a examinar os restos: assignalados, achando-os muito fragmentados e de diminuta valia. Ap- proveitou-se do facto de achar-se naquella região para caçar

pescar, conseguindo reunir algumas dezenas de passaros. centenas de peixes e insectos, alguns mamiferos e ainda. al- guns objectos que julgou interessantes.

BIBLIOTHECA

Poucos foram os consultantes, extranhos ao Museu, que à sua bibliotheca viéram ; devido isto, em parte, aos trabalhos da Commissão e ao inicio da catalogação geral, de accôrdo com o systema decimal, emprehendida pelo bibliothecario sr. Andréa Dó, segundo as determinações da Commissão, e de que foram redigidas 707 fichas, correspondentes a uns 3.500 volumes.

Escasseäram muito as publicações a ella enviadas, de- vido. aos acontecimentos que ao mundo enluctam. A remessa da circular, aos amigos e correspondentes do Museu, notifi- cando a posse do sr. dr. Armando Prado, fez com que nos viéssem ter à mão numerosos folhetos e revistas, sobretudo no te-americanos.

A retirada de mais de cinco mil volumes da bibliotheca particular do dr. Ihering, livros que se achavam misturados com os do Museu, occasionou profundo desarranjo em nossas collecções.

Estão ellas agora com a catalogação em andamento, organizando o bibhothecario as fichas que deverão assignalar- lhes a localização exacta e permittir-lhes a immediata con- sulta. Os serviços de encadernação de livros foram absolu-- tamente insignificantes, por falta de verba.

Decidiu a Commissão que se procedesse a um inven- tario geral de todos os livros da bibliotheca. Adquiriu-se um livro especialmente impresso para esse fim, onde estão sendo registradas todas as obras das nossas collecções e egual- mente todas as novas aquisições da bibliotheca.

REVISTA

Durante o anno de 1916 foram expedidos os tomos da Revista directamente pedidos à Directoria.

Nao permittiu a escassez da verba de expediente a re- messa de algumas centenas de volumes devidos aos corre- spondentes do Museu.

O periodo de transição porque passou o estabelecimento não consentiu à Directoria cogitar em imprimir um tomo novo da Revista.

TRABALHOS SCIENTIFICOS E OUTROS

Dentre os trabalhos realizados pelo pessoal do Museu e scientistas que o viéram visitar ou nelle estudar, cecorrem-nos os seguintes: Os do dr. Hermann von Ihering sobre Mol- luscos, Vermes e determinações botanicas no herbario do Museu; do sr. Rodolpho von Ihering sobre entomologia e zoologia em ceral, como preparação para a sua obra recen- temente publicada a « Fauna Brazileira » : do dr. Heitor Mau- rano sobre moscas: dos srs. Fausto Lex, Adolpho Hempel, Francisco Iglezias sobre entomologia; Julio Melzer sobre ce- rambycidas. dr. Lauro Travassos sobre vermes; professor dr. Achilles Bovero, da Faculdade de Medicina de São Paulo, sobre anthropologia.

Durante o anno inteiro o dr. João Florencio Gomes, assistente do Instituto Serumtherapico de Butantan, com ex- traordinaria assiduidade e dedicação, estudou o volumoso material de ophidios que o Museu possue, fazendo-lhe as de- terminações, com a proficiencia que lhe é reconhecida, não no Paiz como no exterior.

Poucos foram os scientistas extrangeiros que ao Museu viéram ter em 1916; extranhos a São Paulo, e nelle estudar, Citemos entre outros o dr. Joseph Nelson Rose, do United States National Musewm, reputado botanico, especialista em phanerogamos, em geral; Frank M. Chapman do American Museum of Natural History, ornithologo bem conhecido nas rodas scientificas e A. Salley egualmente ornithologo, residente em Santa Catharina.

Os srs. Ernesto Garbe, João Leonardo de Lima, natura- lista-viajante e taxidernista do Museu, occuparam-se du- rante o anno, sobretudo na conservação e reparação das col- lecções: os trabalhos do Inventario (Geral tomaram-lhes longos dias de serviço, assim como ao entomologo sr. II. Luederwaldt, que, no emtanto, proseguiu os seus estudos e observações myrmecologeios e botanicos, sobretudo acêrea das formigas e da flóra dos arredores de São Paulo, em vista de memorias que está a redigir para o tomo decimo da Revista.

CONSULTAS Sobre assumptos scientificos, recebeu o Museu consultas

de estabelecimentos congeneres, instituições publicas e par- ticulares e de diversas pessoas.

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Entre ellas citemos as do dr. A. Ronna, de Uruguayana, sobre escorpiões: do. dr. Gomes de Faria, de Manguinhos, pedindo a classificação de molluscos e de uma Polydora que perfura cascas; do dr. Jesuino Maciel sobre uma aranha va lycosa raptoria ); do dr. João Florencio Gomes, um rato sylvestre ( ocodon cursor ), abundante em Butanten; do dr. A. Carini sobre uma coruja (a pisorphin1 choliba); eum ophidio ( thamnoagastis natterei); do sr. Francisco Donato, da Lapa, Sao Paulo, sobre um escorpionidio caseiro ( scuti- gera forceps ); do dr. Theophilo Maciel, São Paulo, sobre insectos perseguidores da apis mellifera; do dr. M. J. Alves, sobre cocidas que atacam as aveneas; do dt. Francisco de Paula de Magalhäes Gomes, de Bello Horizonte, pedindo classificagio de hymenopteros parasitas; dos srs. Amaral Cor- reia & Comp., pedindo instrucções para combater certo gor- œulho ; do sr. A. M. Borba, lavrador solicitando informes sobre um gafanhoto; do sr. J. A. P. Gago, da Penha, São Paulo sobre formigas que atacam os pomares; do dr. Adol- pho Lutz requerendo classificação de varios molluscos de agua doce; do dr. Pirajá da Silva, Bahia, sobre coleopteros carunchadcres de varios cereaes; do sr. L. A. Pereira, de Antonina, sobre um mollusco (balanus tintinnabulos ) ; do sr. Adolpho Hempei, sobre a classificação de varios in- sectos; de d. Amaro van Emelen O. S. B., sobre nomen- elatura de apídeos e classificação de melliponidas; do sr. Francisco Dias da Rocha. da Fortaleza, Ceara, sobre de- terminação de numerosas aves; do sr. Francisco Iglesias, numerosas ccnsultas sobre entomologia; do sr. Conde A. Barbiellini, sobre larvas de coleopteros e coleopteros, além de numerosas respostas dadas a consultas de menor impor- tancia, ao Museu endereçadas de muitos pontos do Estado de São Paulo e do Brazil.

PERMUTAS

A 21 de Setembro combinou a Directoria do Museu, com o sr. dr. Frank Chapman, conservador da Secção ornitholo- gica do Museu de Nova York, uma permuta de aves, de quantas fosse possivel mandar-lhe, contra especies amazoni- cas, exemplar por exemplar em equivalencia. Fez-se esta remessa dentro de poucas semanas.

A 13 de Fevereiro recebeu o Museu, do dr. Juan Tre- moleras, de Montevideo, uma colleeção de coleopteros cara- bidos, com trinta e nove exemplares; expediu-se uma caixa a este naturalista, contendo material equivalente, das du- plicatas do Museu.

DADIVAS E ACQUISIÇÕES

Pouco numerosas foram as dadivas ao Museu em 1916, Entre as mais valiosas mencionemos :

24

Do Exmo. Sr. Dr. Eloy Chaves, então Secretario inte- rino do Interior: 2 albuns referentes ao monumento erecto, no Prado da Moóca, em honra a memoria de Bartholomeu Lourenço de (Gusmão, acompanhados pela caneta de ouro que serviu para as assignaturas do termo de inauguração do mo- numento.

Do dr. Hermann von Ibering uma osssada de baleia, que lhe fôra remettida pelo dr. Pirajá da Silva.

Do sr. H. Luederwaldt uma grande collecgao de fétos da flóra catharinense, cincoenta especies, com quinhentos exem- plares.

Do dr. Antonio de Barros Barreto, uma collecção de vinte e oito notas de diminuto valor, bilhetes de bonde e outros objectos que serviram de moeda divisionaria nos Estados do Norte.

Do dr. José Bach, amostras ae schistos betuminosos do Estado de Alagõas.

Entre outras pessoas, offereceram exemplares e aves, inse- ctos, mammiferos, crustácios, plantas, fructos, sementes e etc. , a Companhia de Pesca Santos e a Companhia Silex, os srs. Drs. A. Ronna, Fausto Lex, Antonio de Barros Barreto, José de Campos Novaes, Hermann Luederwaldt, conde Barbiellini, dr. José Bach, Tenente Coronel Pedro Dias de Campos, Ar- chitecto Kurt Brade, L. Friederichs, Pedro do Couto Junior. Annibal de Sousa Serrra, Felippe Antucei, Dr. Jesuino Ma- ciel, Julio Conceição e os Directores da Escola Agricola Luiz de Queiroz e do Jardim Publico de S. Paulo.

MATERIAL EM MÃOS DE NATURALISTAS EXTRAN- GEIROS E NACIONAES

Os acontecimentos da conflagração européa têm impedi- do a devolução de material do Museu desde longo tempo en- viado, para determinação a diversos naturalistas europeus como o dr. Adel Seitz, de Darmstadt e o director do Pom- mersches Museum, de Stettin (Lepidopteros e cicadidos, ) professor J. Silvestri, de Portici, Napolis.

De Buenos Ayres espera o Museu a colleeção de Pom- pilidas que esta em mãos do dr. J. Brethes; do. Smithso- nian Instituto uma colleeção de crustaceos, de cuja determi- nação se encarregou Miss. Rathbun, secretaria dessa notavel instituição.

A pedido da directoria, prestaram-se para determinar ma- terial do Museu os snrs. drs. Henrique de Beaurepaire Ara- gão, Lauro Travassos, do Instituto Oswaldo Cruz e Alipio de Miranda Ribeiro, do Museu Nacional, scientistas dos mais acatados nos meios nacionaes e extrangeiros. Promptamente estudaram o material enviado, que foi recambiado, reintegran- do-se às svaas collecções.

JARDIM E HORTO BOTANICO

Os trabalhos do Jardim e Horto Botanico continuaram a cargo do sr. H. Luederwaldt que dedicadamente continuou a transplantar para © horto numerosos especimens da flóra in- digena e alienigena. Acham-se ambos muito bem tratados, tanto quanto foi possivel fazer com tão escasso pessoal -— tres homens e um meniuo para uma “área de cérea de oito hectares. Por falta de verba, não foi posssivel estercar o jardim, como se devéra fazél-o, nem tão pouco promover a restauração dos grammados.

Um serviço penoso é o daréga realizado a braços, sendo conveniente o estabelecimento de uma rêde de canalização que a permitta por intermedio de esguichos.

EDIFICIO DO MUSEU

Acha-se o edificio do Museu bem conservado. Durante o anno de 1916 não soffreu reparos de grande monta.

Como numerosas portas e janellas estivessem empenadas, mandaram, tanto a Commissão, como o sr. dr. Armando Prado, concertal-as.

As portas exteriores, gradis e portões foram enverniza- dos e aliuminados.

No telhado fizeram-se diversos pequenos reparos, assim como nas cálhas.

As fendas notadas nos portaes da galeria do andar ter- reo não augmentaram, segundo o demonstram os testemunhos, nelles collocadas em Março de 1914.

MATERIAL FORNECIDO PELO MUSEU

Em 1916, das colleeções do Museu apenas sahiu para a Escola Normal do Braz, por ordem da Secretaria do Interior uma pequena colleccäo de aves e de conchas.

GUIAS E PUBLICAÇÕES DO MUSEU

Não se reimprimiu, no anno transacto, o Guia das Col- leccdes do Museu Paulista, que é tão pedido e tanta falta faz, assim como nenhuma das demais publicações editadas pelo estabelecimento.

NOVAS SALAS DE EXPOSIÇÃO

Como era natural, não se poude, no anno de 1916, abrir nenhuma sala nova de exposição ao publico; nem hou- ve mesmo nenhuma tentativa de adaptação de algum apo- sento do andar terreo para este fim.

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São estes, Exmo. Sr. Dr., os principaes tópicos sobre cs quaes me occorre representar a V. Excia. e attinentes aos diversos serviços do Museu.

A V. Excia. apresento os sentimentos da minha mais alta consideração.

AFFONSO D’ESCRAGNOLLE TA UNAY,

Director, em commissão, do Museu Paulista.

EXCURSAO SCIENTIFICA DO NATURALISTA VIAJAN- TE DO MUSEU PAULISTA A BEBEDOURO, BARRETOS, VILLA OLYMPIA, de 10 de Novem-

bro a 3 de Dezembro de 1916.

Em meiados de Outubro deste anno, chegou ao Museu Paulista uma remessa de 6ssos fósseis, amostras de diversas pedras e de terras provenientes de um poço de Villa Olym- pia, no noroéste do Estado de S. Paulo.

O remettente desses achados, o professor sr. Fausto Lex, de Barretos, communicava-nos, ao mesmo tempo. que no poço, talvez, pudéssem -ser encontrados outros melhores achados, mediante exploração systematica. Para este fim, o Director do Museu, Dr. Armando Prado, mandou-me em 10 de No- vembro proximo passado a Barretos. Alli cheguei após treze horas de viagem.

No dia. seguinte, procurei o professor Lex, afim de obter informações seguras a respeito dos taes póços.

Villa Olympia esta sita em uma outra estrada de ferro, ou melhor, no ponto terminal actual da Estrada de Ferro S. Paulo Goyaz. Tive, por conseguinte, que voltar a Bebe- donro e dahi seguir pela linha da Goyaz. O trem partiu às 6 horas da manhan de Barretos e chegou ás 11 e 40 a Villa Olympia.

Aqui tratei incontinenti de procurar o poceiro que achára os fósseis remettidos pelo Prof. Lex.

Na manhan de 12 de Novembro p. p., fui, em companhia de um official do poceiro, ao sitio do proprietario dos pócos, o sr. Jacomo Picorato, afim de com elle conferenciar Este senhor approvou immediatamente a minha pro- posta, pedindo apenas uma indemnização, que lhe prometti desde que encontrasse objectos de valor ou destruisse 0 poço, fazendo as excavações. © proprietario queria continuar a excavar o poço, apezar de não ter encontrado agua à pro-

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#nndidade de cincoenta metros. Os 6ssos achados estavam a 38 ou 40 metros do solo, em terra escura e em camadas de arenito vermelho. Estando a roldana e as respectivas córdas em péssimo estado, vi-me obrigado a procurar na villa uma armação de maior resistencia.

Tive tambem que pedir ao Museu, uma corda mais comprida, por ser insufficiente a que eu trouxéra, bem como ama lampada electrica, em virtude de ter-se a luz aberta apagado à profundidade de 25 metros.

O diametro do poço apenas alcançava, em muitos loga- res, tres palmos e meio, reinando, por conseguinte, no logar dos trabalhos ( 40 ms. ), absoluta escuridão.

Os poceiros usaram por occasião do serviço uma rolda- na fraca, que não offerecia segurança, com uma corda re- gular ligada a uma táboa, para nesta se sentarem. Assim desceram ao poco.

A corda, tendo o centro de gravidade na sua extremi- dade inferior, virava-se com a pessôa ao redor do seu pro- prio eixo, o que causava desmaios e vertigens, tornando, as- sim, a descida bastante perigosa.

Para evitar qualquer accidente, construi uma espécie de elevador: como plataforma servi-me de um barril que tinha no fundo uma cruz de madeira, em cujas quatro extremidades Yoram ligadas quatro cordas tensas até a altura de 180 centi- metros por outra cruz de madeira. Assim tinha o barril ama posi- cão fixa entre as 4 cordas e o elevador mesmo era suspenso do cabo da roldana.

Tanto o barril, como o operario, podia-o fazer descer a. qualquer profundidade, para examinar as paredes do poço, —Depois de chegarem, de São, Paulo, a corda grossa e 1 lampada electrica e experimentar o “elevador” do poço com uma carga de pedras, começou o trabalho subterrâneo, Apesar do poceiro não ser um homem pesado, o seu peso, 0 do barril, o das ferramentas e o da corda grossa exigiam 4 ho- mens fortes para permittir a subida e descida.

Ao tempo em que o poceiro excavava óssos e pedras, nós examinavamos o material excavado, velho, encontrando ape- nas pequenos vestigios de 6ssos, e tambem o dente de um saurio. Depois de, um trabalho de dois dias, com poucos achados interessantes, desistimos da empresa.

N’um poco da Villa Olympia, encontramos ainda, alem de alguns fragmentos de 6ssos, alguns pedacos interessantes de formação calcica, sobre os quaes o Dr. Barros Barreto publicarä detalhes.

Tambem em outros logares dessa região foram encon- trados fósseis, especialmente na occasiäo de excavação de poços. Infelizmente, maiores excavações custariam muito di- aheiro e o Museu Paulista não tem verba para tanto.

Emquanto esperava os instrumentos de S. Paulo, caça” va e pescava diariamente, muito embora aquella região não

Po fo EE

seja muito apropriada para isso, por falta de mattas. Os poucos restos de florestas estão quasi todos destruidos pela queimada de róças, de modo que os arbustos faltam com- pletamente. Alem disto, reinava extraordinaria secca que im- pedia a propagação dos insectos.

O ribeirão da vizinhança da villa não se presta à pes- caria de rêde. Apenas em uma lagôa, a uma distancia de cinco kilometros da villa, conseguiu-se um bom numero de peixes. Visto as condições da excursão. estou satisfeito com o seu resultado: reuni 58 passaros, 180 peixes, mais ou me- nos, 16 conchas e 230 insectos, uma cobra, um cachorro do matto, apanhado numa ratoeira de lobo e ainda alguns objectos.

A 2 de Dezembro, à 1 hora da tarde, parti de Villa Olympia, chegando, a 3, às 9,12 horas da manhan a S.Paulo.

ERNESTO GARBE.

Naturalista viajante do Museu Paulista.

NOTAS MYRMECOLOGICAS

POR

H. LUEDERWALDT

Entomologo do Museu Paulista

I Nomenclatura das formigas do Estado de S. Paulo. II Novas formigas.

HI Nidificacao etc., da ‘‘ Atta góldii, ‘‘luederwaldtii’’ e “nigrosetosa”.

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Nomenclatura das formigas do Estado de São Paulo

Fez o estudo das formigas, nas ultimas déca- das, immensos progressos. Era em 1886 0 nume- ro de todas as espécies conhecidas avaliado em 1.200; em 1893 attingiu a 2.000 e em 1910 a 9.031! A fáuna myrmecologica mais rica, encon- tra se na região neotrópica, com 1.467 espécies, das quaes 961, pertencentes à America do Sul, quando a indo-malaica, que se lhe segue, conta ap- proximadamente apenas 1.169.

Citou o sr. dr. H. von Ihering, em 1895, no tio Grande do Sul 84 espécies, emquanto que a nomenclatura seguinte, do Estado de São Paulo, importa em 315 especies. Acerca dos outros esta- dos brazileiros, ignoro si existem dados estatisticos.

No Estado de São Paulo, nos ultimos annos. o colleccionador, foi especialmente o Museu Paulista ; fóra delle, em annos anteriores, os drs. Lutz e A. Goeldi. O restricto numero das localidades, abaixo registradas, onde até agora foram colleccionadas formigas, com certa dedicação, deixa entrever no- vos achados provaveis; crêmos, porém, que em lo- gares dellas distanciados centenas de kilometros.

o prof. dr. A. Forel, que estudou a maior parte do material myrmecologico dc nosso Museu, classificou nos ultimos annos perto de 80 novas formas, colleccionadas exclusivamente no Estado de São Paulo pelo Museu Paulista. Além do dr. Forel o sr. prof. dr. C. Ennery determinou formigas do Museu.

A lista seguinte representa um estudo prelimi- nar para um catalogo das formigas brazileiras. 0 auctor começou este trabalho no anno de 1908, sob

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os auspícios do sr. dr. H. von Ihering, continuan- do-o até esta data.

E' possivel, comtudo, que nos ultimos annos tenham occorrido publicações recentes sobre novas es- pécies. Estas memorias não as recebemos em vir- tude da conflagração européa; dahi o facto de se acharem lacunas mais que provaveis nc nosso tra- balho.

Apontamentos geographicos (*)

Alto da Serra, Estação: Linha de São Paulo -- Santos, na Serra do Mar. Zona de matta virgem, humida e àspera.

Avanhandava : Estado de São Paulo, interior,

matta virgem e campo.

Baurú: Interior do Estado, matta virgem e campo.

Belém: estação da «S. Pauio Railway », perto de S. Paulo. (Campo e matto.

Sotucatúi: Interior. Campo e matta virgem.

Butantan: Arrabaide da Capital de São Paulo.

Campinas: Campo cultivado.

Campo Grande, Estação: Linha São Paulo -- Santos. (Campo e matto.

Campos do Jordão: Fronteiras de São Paulo e Minas. Na Serra da Mantiqueira. Alt. 1.200 ms. sobre o nivel do mar. (Campos com capões ralos.

Cantareira: ua Serra da Cantareira, perto de São Paulo. Matta virgem.

Morro Pellado: Interior, municipio de Rio Claro.

Conceição de Itanhaen: Villa à beira mar, en- tre Santos e Iguape. Matto e mangue.

Cubatão. Estação: Linha São Paulo -- Santos. Zona de mangue e matto.

Franca: Interior. (Campos.

(*) Estes apontamentos relativos à localização das for- migas, que aos leitores brasileiros serão superfluos, destinam- se aos ledores extrangeiros da « Revista ».

Guarujá : no littoral da ilha de Santo Amaro, perto de Santos. Matta virgem.

Iguape: Cidade da costa, ao sul de Santos. Mangue e matta virgem.

Ilha do Casqueirinho : Pequena ilha com matta virgem no mangue, perto de Santos.

Ilha de São Sebastião: Costa do mar ao norte de Santos. Matta virgem.

Ilha da Victoria: Costa do Estado de São Paulo, ao norte de Santos.

Ituverava: Interior. Matta virgem e campo.

Jaraguá: Montanha mediocre da Serra da Can- tareira, perto de Taipas, a 20 klms. de São Paulo. Matto e campo.

José Menino: Arrabalde de Santos.

Jundiahy : Interior. Campo e matta virgem.

Matto Grosso: Um resto de matta virgem de 1 klm. quadrado, pouco mais ou menos, nas vizi- nhanças de São Paulo ( Ypiranga).

Piassaguéra, Estação: Linha São Paulo -- San- tos, ao da Serra do Mar, na vizinhança de Santos. Matta virgem.

Pilar, Estação: Linha de São Paulo -- Santos. Campo e matto.

Piracicaba : Interior. Matta virgem.

Ribeirão Preto: Interior. Região caféeira.

Rio Grande, Estação: Linha de São Paulo -- Santos, perto da Estação de Alto da Serra. Campo.

Salto Grande: Interior, no rio Paranápanema. Zona fertil de matta virgem.

Santos: Clima humido-quente. Zona de mangue.

São Bernardo, Estação: Linha São Paulo -- Santos, nas vizinhanças de São Paulo. Campo.

São Manoel:. Interior. Zona caféeira.

Sao Paulo ( Capital do Estado ). Nas vizinhan- ças da Serra da Cantareira. Campo sécco, com al- guns restos de matto. Alt. 700 ms. sobre o nivel do mar.

Sorocaba : Interior. Campo.

Ypiranga: Suburbio da cidade de São Paulo, onde se acha o Museu Paulista.

Nomenelatura das formigas do Estado de Sao Paulo

J. SUB-FAMILIA : PONERINAE

ACANTHOSTICHUS ( ACANTHOST. ) serrulatus, Sin. Franca.

PARAPONERA Clavata Fabr. Ituverava.

ACANTHOPONERA dolo fog.

Ilha de Ss. Sebastião, Alto da Serra, Salto Grande, Ituverava.

Ip. dolo, var. schwebelr, n. var. Alto da Serra. Ip. mucronata Rog.

Matto do Governo. HoLcoPoNERA simples Hin.

Salto Grande. Ip. striatula Mayr. var. angustiloba For.

Ypiranga. Jp. striat., subsp. obscura Hin. Estado de Sao Paulo. Ip. striat., var. stinplicoides For.

Santos, Raiz da Serra. Ecraromma ( Korat.) edentatum Rog. Ypiranga, Salto Grande.

Ip. ( Korat. ) edent., var. iris. For. Butantan. Ip. Eorat. stregosum Hin.

Ypiranga, Campinas.

Ip. (EOTAT.) strig. var. permagua For. Franca, Sao Manuel.

Ip. (ECTAT.) tuberculatum Ol. Ituverava, Franca.

Ip. (PARECTATOMMA ) ? triangulare Mayr. Ypiranga.

Ip. (GNAMPTOGENYS) annulatuin Mayr. Raiz da Serra.

Ip. ( GNAMPT.) mordax Sin. Ypiranga.

ae

CENTROMRYMEX --- brachycola Rog. var. paulina For Ypiranga.

Ip. gigas For. Ypiranga.

DinoPoNERA grandis Guér. Estado de São Paulo. NEoponERA ( NEoPoN.) aprcalis Latr. Jaraguá, S. Grande, Ituverava, Franca. Ip. (Nropon.) crenata Rog. . Ilha de S. Sebastião, Raiz da Serra, Alto da Serra, Ypiranga. Ip. (NEoPoN.) cren., forma moesta Mayr. Santos, Alto da Serra, Ypiranga, Salte Grande, Piassaguéra. à Descripta por Mayr, como subsp., pode comiudo ser considerada apenas forma, por encontrar-se muitas vezes nos ninhos do typo. Ip. ( Neopon. ) obscuricornis Em. var. latreil- ler For. Raiz da Serra, Ilha de São Sebastião. Ip. ( Neopon.) rellosa Fabr. Ilha de S. Sebastião, Piassaguéra, Alto da Serra, Ituverava, Salto Grande, Franca. | PacayconNpyLa ( Pacuyc. ) harpax Fabr. Raiz da Serra, Salto Grande. Ip. ( Pacuyc. ) striata Sm. Ilha de Säo Sebastiäo, Iguape, Raiz da Serra, Alto da Serra, Ypiranga, Jundiahy, Salto Grande, Ituverava.

Euponera ( MESOPONERA ) leveillei Em. Botucatu.

Ip. ( Mesor.) marginata Rog. Ypiranga, Franca, Ituverava.

Ip. ( TRACHYMESOPUS ) stigma Fabr. Raiz da Serra.

PoNERA distinguenda Em. Salto Grande.

Ip. disting., var. histrio For. Raiz da Serra, Salto Grande.

Ip. cheringi For. Alto da Serra, Campos do Jordäo Ip. inexorata Wheel. var. inexpedita For. Alto da Serra. Ip. parva For. var. schwebeli For. Alto da Serra.

Ip. schinalzr Ein. Alto da Serra. Ip. schmalzi var. paulina For.

Alto da Serra.

LEPTOGENYS ( LOBOPELTA ) heringi For. Raiz da Serra.

ip. ( Losop. ) luederwaldti For. Ypiranga.

ANOCHETUS ( AnocH.) altisquamis Mayr. Raiz da Serra, Alto da Serra.

Ip. ( AxocH ) altisquamis forma fumata, n. f. Ypiranga.

ODONTOMACHUS affints Guér. Ilha de São Sebastião, Piassaguéra, Pi- lar, Matto do Governo.

Ip. chelifer latr. «Ilha de São Sebastião. Raiz da Serra, Ypiranga, Campinas, Baurú, Franca,

Ituverava.

Ip. haematoda L. var. hirsutiuscula F. Sin. Ypiranga.

lo. hacinat., subsp. insularis Guer.

Guarujá, Raiz da Serra, Piassaguéra, Ypiranga, Franca. Ip. haemat., subsp. minuta. Em. Conceição de Itanhaen. Ip. hastatus Fabr. Piassagnéra, Alto da Serra.

II. SUB-FAMILIA : DORYLINAE

Eciton ( Ecrr.)— burchelli West. ( foreli Mayr 9), Ilha Je São Sebastião, Raiz da Serra. Alto da Serra, Rio Grande, Matto do

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Dies Le O,

Governo, Salto Grande, Franca, Jun- diahy, Ypiranga. Ip. ( Ecrr.) quadriglume Hall. (*) ( Latreil- ler Lep. e fargeant Shuck. &.) Alto da Serra, Pilar, Jundiahy, Franca, Salto Grande. O até agora não foi encon- trado perto de Sao Paulo. Ip ( Kerr.) vagans Ol. (dubitatum Hin. 3 ?, segundo Ihering ). Franca. Ip. ( Ecir ) vag., subsp. francanuin 1hering. Fran- ca, Ituverava. Ip. ( Lasipus ) coecum Latr. (juriner Shuck & ) Raiz da Serra, Ypiranga, Ituverava, Jundiahy. Campos do Jordão. Ip. ( LaBip. ) crassicorne Sin. ( esenbecks West. d', segundo lhering ). Ypiranga, Franca, Ituverava. Ip. ( LaBip. ) praedator Sm. ( & descripto em 1906 por Forel. ) Ilha de São Sebastião, Guarujá, Rio Grande, Ypiranga, Salto Grande, Itu- verava, São Manuel. Ip. (Lapin. ) schlechtendali Mayr (hartigi West. 3, segundo Lhering ). Alto da Serra, Ypiranga. Ip. ( Lapin. ) hartigi Westw., subsp. hansi Foi Estado de São Paulo, Ip (Acamatus) diana For. Ituverava. Ip. ( ACAMAT. ) alligert Shuch dg. Estado de Sao Paulo. lp. ( ACAMAT. } legicnis Sm. Raiz da Serra, Alto da Serra. In. ( Acamar.) pilosum Sin. (halidayi Shuck à, segundo Ihering. ) Franca.

(*) A subsp. dulcius For., n. 14.207, não foi collec- cionada no Estado de Säo Paulo, como diz Forel no seu « Formicides néotropiques », Extr. Ann. Soc. Ent. Belg., LVI, 1912, pag. 42, mas perto da Bahia

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E' provavel, que halidayi Shuck, não seja o 4 de pilosum Sin., como Ihering indica, mas com maior pro- babilidade de raptans For. Os 99 da ultima especie, como tambem halz- dayr, não são raros aqui; no emtanto, piloswir nunca foi encontrado nos ar- redores de S. Paulo. Aqui existe ain- da Acam., legionis Sm., cujo d é conhecido. Ip. ( Acamat. ) luederivaldti Em. & (15.748). Ypiranga. Colleccionado sómente em um exemplar. Ip. ( Acamar.) pseudops For. var. garbei For. Franca. Ip. ( Acamat. ) raptans For. Ypiranga.

III. SUB-FAMILIA : MYRMICINAE

Arta laevigata Sm. Ilha do Casqueirinho, Ypiranga, Franca. Ip. sexdens L. var. bisphaerica For. Ypiranga. Ip. sexd. var. rubropilosa For. Raiz da Serra, Cubatão, Santos, Ypi- ranga, Belém, Salto Grande. ACROMYRMEX aspersa Sin. Estado de São Paulo. Ip. aspersa, subsp. dinidiata For. Ypiranga. Ip. coronata Fabr. subsp. homalops Em. Cantareira. Ib. discigera Mayr. Ilha de São Sebastião, Raiz e Alto da Serra. Ib. mesonodotalis Ein. Ilha de São Sebastião, Ilha da Vi- ctoria, Raiz da Serra.

Ip. moeller: For.

Ilha de São Sebastião, Salto Grande. Ip. moell. var. mewmerti For.

Estado de Sao Paulo. Ib. moell. subsp. modesta For.

Nha de São Sebastião, Raiz 4 Serra, Franca, Ituverava, Salto Grande.

Ib. negra Sin.

ranga, Gampos do Jordäo. Ib. nigra var. muticinoda For. Estado de São Paulo. Ip. subterranea For. Alto da Serra. Ip. subterran. var. brunnea For.

Raiz da Serra, Alto da Serra, Ypi-

Raiz da Serra e Alto da Serra, Ypi-

ranga

Ip. sublerran. var. depressiusculis For.

Cantareira, Sao Bernardo, Serra. Myocepurus goeldit For. Ypiranga. Ip. luederwaldti For. Ypiranga. TRACHYMYRMEX oethevi For. Matto do Governo.

CYPHOMYRMEX Olitrix For. subsp. lecta Ypiranga. Ib. rimosus Spin. Franca. Ip. rimos. var. fusca, Em. Santos, Alto da Serra. Ib. rimos. var. major For. Sorocaba. Ip. strigatus Mayr. Raiz da Serra. | MYRMECOCRYPTA squamosa Sin. Ypiranga. SERICOMYRMEX squainosus Sin. Estado de São Paulo.

Alto da

For.

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7

Ip. scrobifer For. Ypiranga. APTEROSTIGMA wasinanni For. Estado de Säo Paulo. Ip. pilosum Mayr. Matto do Governo. OCHETOMYRMEX mayre For. Estado de Sao Paulo. \VASSMANNIA auropunctata Rog.

Sartos.

Ip. auropuncl., var, nigricans Em. Raiz da Serra.

Ip. amropunct. var. obscura For. Santos.

Ip. cheringr For.

Estado de São Paulo. ID. == Jutzy For. Estado de São Paulo.

RHOPALOTRIX peliolata Maur. Estado de Säo Paulo.

PROCRYPTOCERUS striatus Sin. Estado de São Paulo.

Ip. striat. subsp adlerz: Mayr. Y piranga.

Ip. striat. var. schmalzi Em. Cantareira, Alto da Serra. Ip. subpilosus Sin. Ypiranga.

In, -— subpil. subsp. lepidus For. Ypiranga.

CRYPTOCERUS angustus Mayr. Raiz da Serra.

Ip. atratus L. Raiz da Serra, Poço Grande, I*ranca, Salto Grande.

Ip. clypeatus Fabr.

Baurú, Piracicaba, Ituverava, Morro Pellado.

Ip. depressus Klug. Ypiranga, Franca, Sorocaba.

a on Em

ta ee ee 1 = Ÿ + i d

Ip. depress. var. sorocabensis For. Sorocaba.. Ip. —? grandinosus Sin.

Estado de São Paulo. Ip. menutus Fabr.

Santos. Ip. —pineli Guér.

Ypiranga, Piracicaba, Botucatu. Ip. pusillus Klug.

Ypiranga, Franca, Salto Grande. CREMATOGASTER --- ? acuta For

Ituverava. Ip. bingo For.

Alto da Serra. In. brevispinosa Mayr.

Ypiranga.

In. brevispin., var. schuppi for. Estado de Säo Paulo.

In. brevispin., var.-sericea For.

À Botucattt

Ip. brevispin. subsp. tumulifera For. Ypiranga.

Ip. = clydia: For. Botucatu.

Ip. ? crassipes Mayr. Franca. :

Ip. curvispinosa Mayr. Santos, Alto da Serra, Ypiranga, Ava-

nhandava. Io. distans Mayr.

Alto da Serra, Butantan, Franca. Io. dist. var. corticicola Mayr.

| Ilha de São Sebastião. Ib. dist., subsp. parviceps For. Ypiranga. Ip. dist., Mayr. var. rugiceps Mayr. Ypiranga, Botucatu. Ip. evallens hor. Botucatu. Ip. goeldi For. Campo Grande, Ypiranga, Piracicaba.

Ip. theringt For. Ypiranga. In. limata Sin. Santos, Raiz da Serra. Ip. limata var. parabiolica For.

\aiz da Serra.. Io. lutar For. Alto da Serra. Ip. lutzi., var. florida For. Estado de São Paulo. Ip. ( PaysocREMA ) montezuinia Sin. Ilha de São Sebastião, Ypiranga.

Ip. ( Prysocr.) montez., var. fumata For. Cubatão.

In. ( Puysocr.) montez., var. ramulinida For. Ypiranga.

Ip. quadriforinis Rog. Ypiranga, Salto Grande, Campos do

Jordao. Io. quadrif., var. gracilior For. Santos, Ypiranga, Botucatu. Ip. rochar For.

Ypiranga. TRANOPELTA heyert For. Ypiranga. SoLexopsis albidula Em. var. postbrunnea For. ; Franca. Ip. clylemnestra Ein. var. leda For. Alto da Serra.

Ip. corticalis For. subsp. margotae For. Ypiranga,

Io. decipiens Em. var. scelesta For. Bauri,

Ip. franki For. Ypiranga.

Io. franha., subsp. «dae Lor. Ypiranga. Ip, geminata Fabr.

Ilia de São Sebastião. Santos, Alto da Serra, São Paulo, Campos do Jor-

or

AS

dão, Franca, Ribeirão Preto, Salto Grande, Ituverava.

Io. gem., var. diabola Wheel. Ilha de São Sebastião, Raiz da Serra e Rio Grande.

Do. theringe For. Raiz da Serra, Campos do Jordão.

In. laeviceps Mayr. Sorocaba.

Io. picta Em. subsp. gensterblumi For. Ypiranga.

In. pylades For. Raiz da Serra, Ypiranga, Santos. Ip. pylad., var. incrassata For. Uha de São Sebastião. Ip. succincta Em. var. nicar For. Franca. To. tenuis Mayr. Raiz da Serra, Ypiranga. » Io. tenms var. mainuiscens For. Santos. Monomorium pharaonis L. José Menino, Piassaguéra. Ip. ( Martia) heyerr For. Ypiranga. Ip. ( MARTIA ) rastratum Mayr. var. lueder- waldt: For. Salto Grande. MEGALOMYRMEX 2heringr For. Alto da Serra. PogoxomyRMEX ( EPHEBOMYRMEX ) naegele For. Ypiranga, Salto Grande, Ituverava, Piracicaba. PHEIDOLE ( ELASMOPHEIDOLE ) aberrans Mayr. Ypiranga. Io. anastasu Em. var. sospes For. Ypiranga. Ip. angusta For. Ypiranga. Ip. auropilosa Mayr. Ypiranga.

Ip.

Ip.

Ip.

Ip.

Ip.

Ip.

Ip.

Ib.

Ip.

Ib.

Ib.

Ip.

TD:

Ip

Ip.

Ip.

Ip.

Ip.

Ip.

Ip.

bambusaruin For. Alto da Serra, Säo Paulo. breviconus Mayr. subsp. sarcina For. Botucatu. ? crassipes Mayr. Iranca. emeryt Mayr. Alto da Serra, Ypiranga, Cantareira. emer., var. alpinensis For. Alto da Serra. fabricator Sm. Raiz da Serra. fallax Mayr. Franca. flavens Rog. subsp. asperithorax Em. var. nugas For. Baurt. flav. subsp. asperith. var. semipolita Hin. Raiz da Serra. flav. subsp. tuberculata Mayr. var. putata For. Santos. gertrudae For. Santos, Raiz da Serra, Botucatu. guilelini-inuellert For. subsp. avia For. Rio Grande e Alto da Serra. guil.-muell. subsp. buccuienta For. Alto da Serra. guil.-muell. subsp. heyeri tor. var. injuncta. Alto da Serra. | guil.-muell., var. ultrix For. Botucatu, hraepelini For. Estado de Sao Paulo. luige: For: Cantareira. lutsz, var. heinzi For. Estado de São Paulo. = ORYONS fF or. Ypiranga, Salto Grande. oxyops, subsp. régia For. Ypiranga, Botucatu.

Ib.

lo. Ip. Ip. Ip. Ip. 10. Ip. “To. Ip.

Jo.

o dp E oe rte oe Gs AS Poti DE) Ar

radoszhowskir Mayr. var. acuta Em. Ypiranga. radoszk., var. discursans For. Botucatu. radoszk., subsp. parvinoda For. Ypiranga, Bauru. radosch., su'sp. parvin. var. erubens For. Estado de São Paulo. radoszk., var. saviozae For. Estado de São Paulo. risit For. | Matto do Governo. rufipilis For. Ypiranga. rufipilis var., divena For. Alto da Serra, Campus do Jordão. triconstricta For. Franca. triconst., var. ambulans ( Em.) For. Franca. wolfringrt For. Estado de São Paulo.

LEPTOTHORAX --- schwebeli For.

Ip.

Alto da Serra. vicinus Mayr. Ypiranga.

TETRAMORIUM -- reilteri Mayr.

Estado de Säo Paulo.

PsEUDOMYRMA --- acanthobia.

Ip.

Ip. Jo. Ip.

Ip.

Sorocaba. Botucatu. championi Fer. susp. haytiana. For. var pau- lina kor, Estado de São Paulo. denticollis Em. Ypiranga, Ituverava, Salto Grande. dentic., var. infusca For. Ypiranga. elegans Sm. Santos. flavidula Sin. Ypiranga, Franca,

Ip. goeldir For. Sorocaba. Ip. gracilis For. Raiz da Serra, Ypiranga, Guarujá, Ituverava, Franca, Sorocaba. Ip. mutica Mayr. Santos, Raiz da Serra, Ypiranga, Can- tareira, Campos do Jcrdão, Alto da Serra. : Ip. pallens Mayr. Alto da Serra. Ip. pall. var. gibbinota For. Bauru. Ip. schuppt- For. Estado de São Paulo. Ip. triplarides For. Jtuverava.

IV. SUB-FAMILIA : DOLICHODERINAE

DoricHoperRUs attelaboides Fabr. Raiz da Serra.

Ip. ( Monacis ) bespenosus Ol. Ituverava, Salto Grande.

Ip. ( Hypocuraca ) gebbosus Sm. var. integra For. Ituverava.

DoRYMYRMEX goelda For, var. dubia For. Botucatu.

Ip. goeld., subsp. fuinigatus For. Ypiranga.

Ip. cheringe tor. Franca.

Ip. (Conomyrma ) pyramicus Rog. var. allico-

mis For.

Santos.

Ip. (Conom.) pyram., subsp. flavus M. Cook. Botucatu.

Ip. ( Coxom.) pyram., var. nigra Perg. Santos, Conceição de Itanhaen, Ypi- ranga, Franca, Ribeirão Preto.

Ip. (Conom. ) pyram., subsp. brunneus For.

Ypiranga, Piracicaba.

IRIDOMYRMEX drspertitus For. subsp. micans For.

Alto da Serra.

Io. humelis Mayr. $ Rio Grande, Conceição de Itanhaem. Ip. hunul., subsp. angulatus Em. Estado de São Paulo. Io. miquus Mayr. Botucatu, Sorocaba. Ip. inig., subsp. succinea For. Alto da Serra. Ip. leucomelas Em.

Tarinoma atriceps Ein. Ip. atric. var. breviscapa For.

AZTECA aesopus For.

Ip: Jp.

Ib.

Alto da Serra, Salto Grande. Alto da Serra, Ypiranga.

Raiz da Serra.

Sao Paulo. chartifex For. var. spirits For.

Estado de São Paulo. delpim Em.

Estado de São Paulo. goeldir For.

Estado de São Paulo. theringr For.

Estado de São Paulo. lanuginosa Ein.

Matto do Governo. muellerr Em.

Ilha de São Sebastião, Rio Grande,

Ypiranga, Ilha Victoria. muell.. forma nigella Em.

Matto do Governo.

- muell., forma wacketi Em.

Matto do Governo. Encontra-se junto com o typo e por isto sómente uma forma. ulei For. var. gibbife a For. Nha Victoria.

Ip. wlei, subsp. nigricornis For. Ypiranga.

V. SUB-FAMILIA: CAMPONOTINAE

BRACHYMYRMEX coaclus Mayr. Botucatu.

In. ? goeldm For. Botucatu.

Io. lóngicornis For. var. inununis For. Raiz da Serra, Ypiranga.

Ip. snicroinegas Em. Ypiranga. Ip. patagonicus Mayr. Santos, Raiz da Serra. Ip. patag. subsp. cordemoyr For. Ypiranga. MYRMELACHISTA arthuro For. Ypiranga. Io. arth. car. brunneiceps For.

Matto do Governo. : Ip. goeldw For.

Botucatu. Ip. hloeterst For. Botucatu. Ip. ( DecamarA ) muelleri For. Santos.

Ip. paderewski For. Estado de São Paulo.

Ip. rush For. Botucatu.

In. (Decam. ) ulez, var. dubia For. Santos.

PRENOLEPIS ( NYLANDERIA ) /ulva Mayr.

Raiz da Serra, Ypiranga, Jundiahy.

Piracicaba, Campinas.

Ip. ( NYLaND. ) fulva subsp. fumata For. Raiz da Serra, Rio Grande, Ip. ( NyLAND.) ? goeldi For. Ituverava, Ip. longicornis Latr.

Ilha de São Sebastião. .

Ip. ( NyzaND) vevedula ( Nyl.) Mayr.

Ypiranga.

Ip. ( NyLAND.) veved., var. antillana For. Sorocaba.

Ip. ( NyYLAND.) vivid., subsp. docilis Hor. Raiz da Serra.

Camponotus (CoLoBorsis) paradoxus Mayr

subsp. janitor For. Alto da Serra. Ip. (Myrmamptys ) alboannulatus Mayr. Alto da Serra, Cantareira.

Ip. (Myrmams.) alboannul., var. nessus For. Alto da Serra. Ip. { Myrmamp. ) fastigatus Rog.

Ilha de Sao Sebastiäo, Santos, Franca, Campos do Jordäo.

Ip. (Myrmams.) fastig., subsp. naegilu For. Estado de São Paulo ?

Ip. ( MyrmamB.) fastig., subsp. vagulus For. Bauru.

Ip. ( MYrRMAME. ) fastig., subsp. verae For.

Ilha de São Sebasiiäo, Raiz da Serra, Rio Grande.

Ip. ( Myrmamp.) novogranadensis Mayr. Santos, Cubatão.

Ip, ( MYRAMAMB. ) novogranad., var. modestior For. Botucatu. Ip. ( MyrMams. ) pelletus Mayr. Santos. Ip. (Myrmamp. ) ? personatus Em, Ypiranga. Ip. ( MyrmoTURBA ) maculatus Fabr. Rio Grande. Ip. (Myruor.) maculat., subsp. bonariensis Mayr. Rio Grande, Ypiranga. Ip. ( Myrmor.) maculat.. subsp. cingulatus Mayr. Ilha de Säo Sebastiäo, Alto da Serra, Yiranga, Avanhandava.

Ip. ( Myrmor.) maculat., subsp. cingul., var. lamocles For. Ypiranga, Franca.

Ip. (Myrmor.) maculat., subsp. fuscocinctus Ein. Ypiranga.

In. ( Myrmor.) maculat., subsp. guatemalensis

For. var. scheflert For. Campos do Jordäo. Ip. ( Myrmor.) maculat., subsp. parvulus Em var. opica For.

Ypiranga.

Ip. ( Myrmor.) maculat., subsp. semillimus Em. Franca.

ID. ( Myrmor.) melanoficus Em.

Piassaguéra, Rio Grande, Ypiranga Franca, Salto Grande.

Ip. ( Myrmor.) punctulatus Mayr. subsp. lili

For.

Ypiranga.

Ip. ( Myrmor.) punctul., subsp. termitarius Em. Ypiranga.

Ip. ( MyrmocIgas) agra Em. Avanhandava.

Ip. ( Myrmoc.) lespesa For. Ypiranga, Piracicaba, Campos do Jor- dão.

Ip. ( MyromcaMELUS ) blandus Sm. Botucatu.

(Myrmorurix ) abdominalis For. subsp. atriceps Sin. Ypiranga.

Ip. ( MyrmorH.) abdomin., subsp. cupiens For. Pissaguéra, Rio Grande, Ypiranga, Franca.

Ip. (Myrmor. ) abdomin., subsp. fuchsae For. Ypiranga, Campos do Jordão.

Ip. (Myruor. ) renggert Em.

Ypiranga, Salto Grande, Bauru.

Ib. -

Ens

Ib. AD: Ip.

Ip.

Ip,

Ip.

Ib. Ip.

Ip.

Ip. Ip. Ip. Ip. lp. Ip.

Ip.

(MyrMoru. ) rufipes Fabr. Alto da Serra, Campo Grande, Ypi- ranga, Campos do Jordão, Franca. ( MyrmoTk.) rufip., forma cajurensis, n. f. Alto da Serra. Pilar. ( MYRMorTH ) sexguttatus Fabr. Ypiranga. ( MYRMOBRACHYS-) carameno: Em. São Paulo, Franca, Campos do Jordão. ( MyRmoBR. ) crassus Mayr. Guarujá, Rio Grande, Ypiranga, Cam- pos do Jordão, Franca, Salto Grande, São Manoel, Ituverava. ( MYyRMoBR. ) crass., subsp. brasiliensis Mayr. Ypiranga, Botucatu. ( MYRMOBR. ) crass., subsp brasil., var. cla- via For. Estado de São Paulo. ( MyrMoBR. ) senex Sin. Bauru. (Myrmospuincta ) ruficeps Fabr. Franca. ( MyRMEPOMIS ) sericeiventris Gu r. Ilha de São Sebastião, Raiz da Serra, Jundiahy, Baurú, Piracicaba.

balzani Ein. Rio Grande, Poço Grande. conescens Mayr. Alto da Serra. = cuide Har. Botucatu. emeryiodicatus For. subsp. decessor For. Alto da Serra, “São Paulo. emeryiod., subsp. decess., var. opitrix For. Ypiranga. excisus Mayr. Santos. excis., subsp. trapezoideus Mayr. Raiz da Serra.

Ip. cheringe For. Ypiranga, Bauru, Botucatu. Ip. lutze For. Estado de Sao Paulo. ID. paves For. Botucatu. Inem schmaltz: Em. Rio Grande. In. trapeciceps For. Ypiranga. Ip. ? trapezoideus Mayr. Salto Grande. In. tripartitus Mayr. Botucatu.

Novas formigas brazileiras (1)

Camponotus ( Myrmothrix ) renggeri Hin., até agora tomado por subspecie de Camponotus rufipes F., deve formar em virtude de ordem biologica, uma especie propria visto como nunca consirde ni- nhos como o faz rufipes, vivendo sempre em bura- cos naturaes, apenas augmentando-os um tanto.

Camponotus ( Myrmothrix ) rufipes F., forma cajurensis, nova forma (11.813, 17.492 ),

Q Esta forma differe do seu typo pela côr parda ou pardo-vermelha do corpo, especialinente do abdomen, pelo menos quanto avs soldados. Peél- los não vermelhos, mas de cor amarello-dourada. O prof. A. Forel a mencionou em 1911. (*) Até hoje, é apenas conhecida na região da Serra do Mar, por exemplo, na Estação do Alto da Serra, bem como na do Pilar, não, porém, se encontran- do mais na vizinhança de São Paulo. Esta forma acha-se commumente na Serra, onde vive junto com o respectivo typo, mas sempre em ninhos certos. H. Luederwaldt leg.

Anochetus altisquamis Maur., forma fumata, nova forma (18.898, 17.214).

© Inteiramente parda ou mais ou menos par- do-vermelha; mais claras são as pernas, antenas, a ponta do abdomen e, ainda talvez, o petiolo e as mandibulas. Em numerosos exemplares tanto do Ypiranga, como tambem de Christina ( Est. de Mi- nas Geraes ). H. Luederwaldt leg.

+ (1) Este artigo devia ser o primeiro da série. Um descuido na entrega dos originaes veio causar-lhe a interpolação. ( N. do A, ). (*) Dr. A. Forel «Ameisen des Herrn Prof. yon Ihering aus Brasilien etc.» Deutsche Entomol. Zeitschrift 1911, pag 310.

e

Pachycondyla metanotalis, nova espécre C1719 ox,

Q Muito semelhante ao Pachycondyla harpax, tambem é distincta a sua carina facial, a qual deve, no sentido estricto, separar os generos Necponera e Pachycondyla; differencia-se comtudo da pri- meira pelos caractéres seguintes: Metanoto com- primido, em cima muito mais estreito de que o da harpax; o petiolo não é cubico, como nessa, mas semelhante ao da Neoponera villosa, apenas mais curto; na parte anterior alcança o seu tamanho maior, decrescendo para traz quasi immediatamente ; a superficie superior é marginada e tanto quanto a trazeira, confundem-se completamente; inclinando-se para a frente. Corpo um pouco maior e robusto como o da harpax. Os olhos como os da mesma especie. Christina (Est. de Minas Geraes). 1 Ex. H. Luederwaldt leg.

Acanthoponera dolo Rog. var. schwebeli, nova var. (17.556).

© Differe-se do typo por falta de ambas as espinhas do metanoto, assim tambem quanto à es- pinha do petiolo. Um pouco menor do que o typo. Estação Alto da Serra ( São Paulo). Alguns exem- plares. E. Schwebel leg.

Eciton ( Labidus) praedator Sm. (19.448).

9 Habito geral é o de uma rainha de cupim. O corpo anterior ( cabeça, thorax, petiolo) um pouco maior, do que o de um operario bastante grande. O abdomen, porém, extracrdinariamente desenvolvido; os segmentos pardos, brilhantes das costas e ventre, separados entre si por membranas largas e brancas, com excepção do primeiro se- gmento : formando o abdomen total um sacco de Ovos.

Cumprimento total 33 mm. Abdomen cylin- drico, mais grosso (no terceiro segmento ), tendo uma largura de 11 mm. e uma altura de JO mm. O corpo anterior 7 mm. de cumprimento.

==> 5 5 = jo

Cabeça em posição vertical, muito mais alta de que larga, 4.5 3 mm., de largura egual, occi- put em toda a sua extensão igualmente arqueado ; brilhante, pontuado finissima e distanciadamente, em cima do sulcus frontalis pintas de olhos densissima- mente aggrupadas o que torna a cabeça mais opaca.

Mandibulas cylindricas, progressivamente afi- nando-se, fracamente curvas e quando fechadas, to- cando-se no meio do labrum ; finamente pontuadas. Palpi masxillares e labiales com 2 articulos. La- brum forte transversal, na margem posterior duas vezes mais largo de que comprido, chato, para de- ante bem estreitado, angulos anteriores arredonda- dos; margens lateraes um pouco sinuosas, margem posterior fracamente arredondada. Margem anterior emarginadamente larga, achatada e um pouco an- gulosa. Clypeus largo-trianguiar, ligeiramente abo- badado, transformando-se no sulcus frontalis, bem distincto e rectilineo. Este terminando em uma co- vinha, pouco mais ou menos, no meio da cabeça. Areae frontales muito curtas, sem os lobulos eleva- dos do operario, maior por dentro ao lado das an- tennas. Cova das antennas arredondadas, por fora sem sulco facial do operario maior. Scapus quasi rectilineo, extendendo-se apenas até o fim do sulco frontal, comprimido. Na margem inferior estreitan- do-se ligeiramente para a ponta; a parte extrema rectilinea. Funiculus quasi tres vezes do compri- mento do scapo, setiforme, com 11 articulos. O pri- meiro articulo mais curto, o ultimo mais comprido ; os outros diminuem-se paulatinamente. Olhos au- sentes. Thorasx muito mais comprido de que alto, sem rudimentos de azas. Pro-mesothorax sem su- turas, em cima muito mais estreito de que abaixo ( visto de frente ), decrescendo em forma de telhado, muito mais alto de que o metathorax, em cima re- ctilineo, angulo posterior bem arredondado. anguio anterior distincto, mas tambem muito obtuso; na frente rapidamente declinando e, ás poucas, termi- nando no cabeção um tanto saliente. Metanotuin

horizontal, em cima arqueado, quasi quadrado, com angulos fortemente arredondados.

O petiolo tem apenas um articulo; postpetiolo inteiramente cicatrizado com o primeiro segmento abdominal e delle se destacando sómente pela côr mais clara e por uma borda finissima. Esse arti- culo cobrindo o metanoto, esta com elle ligado por meio de uma saliencia bem curta; absolutamente differente da dos operarios. Apresenta-se como uma chapa curta e vertical, com mais de gue 2.5 mm. de largura, convergente para traz. Esta chapa ca- vada gamelliforme na sua superficie anterior e com bordos bastante agudos; o bordo anterior em cima encurvado para dentro accentuadamente, em ambos os lados, uma sinuosidade na parte posterior; an- gulos anteriores (visto por detraz) larga e forte- mente salientes e na porta largamente embotados.

Membranas lateraes ao abdomen comportam de 5mm. em cima 2-3 mm. de largura. Segmentos costaes e ventraes aplanados; os primeiros, do se- gundo em deante, pouco mais ou menos equivalentes a o mm. (O primeiro seginento cobre o petiolo e me- tanotum (a saber decrescendo fortemente para baixo e para atraz), 8 mm. de largura, em cima aos lados 3 mm. de comprimento, encima, na parto anterior, no meio, profundamente encolhido. Us 3 segmentos seguintes quasi eguaes, transversaes, de forma um pouco quadrada, os angulos arredondados. Pygidium fortemente arqueado, para traz bem estreitado, com o bordo anterior largo, quasi rectilineo; atraz com sinuosidade curta; em cima impressão oval e chata ; a membrana lateral bem estreita. © segmento anal corresponde a figura 2 em «Genera Insectorum » fasciculo 102 pag. 6: de comprimento quasi igual a largura, 1.7 mm, mais ou menos, atraz arredon- dado; em cima e abaixo densamente pelludo, curto e de côr amarellada. Cada qual das 5 placas cos- taes, no meio, com um grupo de pintas finas -bas- tante densas. Segmentos ventraes transversaes. O primeiro segmento ventral com bordo posterior bas- tante rectilineo. Os 4 segmentos seguintes com bor-

\

do anterior profunda e angulosamente encurvados ; bordo posterior do segundo segmento quasi recti- lineo, com saliencia triangular no meio; o do 3.° segmento ligeiramente encurvado e o do 4.º distin- ctamente anguloso. O ultimo segmento ventral para traz bem estreitado, cordiforme; tambem o bordo curto posterior com um corte profundo e anguloso ; tendo a superficie uma impressão chata. Todos os segmentos ventraes quasi sem esculptura. O aguilhão é visivel, ambas as suas sedas têm comprimento superior a 1 mm.

Pernas em todos os femures e em todas as ti- bias bem comprimidas. Estas de largura quasi igual sómente um tanto estreitadas para a ponta, um pouco encurvadas, com um espinho comprido, terminal. Todos os pés com 5 articulos. Todas as unhas simples.

A côr brilhante, parda na cabeça, no thorax, petiolo e nos segmentos dorsaes ; amarello-parda nas antennas, pernas e nos palpos, segmentos ventraes e no labrum. Membranas brancas, opacas.

Antennas e pernas pelludas, curtas e ajustadas ; além disto, o vestimento bem humilde.

Tres vezes o encontrou auctor Eciton praeda- tor no ninho: uma vez, no matto abaixo de um cepo de arvore, as outras vezes, no campo em ter- miteiros deshabitados ou, pelas formigas anterior- mente despojados de Corzitermes sp. Não se deu ensejo para examinar os primeiros dois ninhos; no terceiro, porém, no dia 23. X. 16, conseguiu feliz- mente descobrir uma femea! Os operarios do Mu- seu encontraram o respectivo ninho no horto bota- nico, chamando-lhes a attenção os ataques furi- bundos, que lhes fizeram. Antes de abrir-se o ter- miteiro, fez-se uma insufilação de ether sulphurico no buraco praticado por um ferro agudo, para ton- tear as formigas. Em seguida tapou-se cos terra, o buraco, bem comc varias outras aberturas, pelas quaes as correições surgiram em bandos enormes. Depois de abrir-se o termiteiro, passados £0 minu- tos, mais ou menos, viu-se o seguinte:

Logo nas entradas e corredores do envolucro muito duro, do termiteiro, vestigios abundantes de inse- ctos muito numerosos documentaram a presenga de ra- pinantes. Tambem como nucleo exterior estavam amontoados em diversos logares, restos de insectos mortos. Os ovos finos e brancos achavam-se em uma massa só, espalhados em diversos logares, a moda dos

termitos, distribuidos certamente pelos ¢ 9, não po- dendo fazel-o a femea por causa de seu grande ab- domen, nem tão pouco o poderia uma rainha de cupim. Infelizmente esqueci-me de colleccionar ovos, restabelecendo-se de pouco a pouco as formigas do desmaio etherico e difficultaram bastante os trabalhos. Quando, em outra manhan, queria reparar a minha falta, era tarde demais, porque as correições tinham levado, durante a noite, toda a criação. A rainha estava por mais on menos, no meio do nucleo e morta por ter sido alcançada pelo ether. Além de certo numero de larvas miudas de 3-7 mm., esbran- quigadas, fivalmente articuladas (13 artículos?) verosimilmente as larvas das correições estiveram em innumeros casulos claro-pardacentos com nym- phas de operarios, que se achavam amontoados soltos em todas as partes no nucleo, nos corredores e nas cavidades, importando a sua quantidade em um litro e meio. Os casulos são approximadamente de forma de uma pêra, de côr claro ou escuro-isabel, opaca ; os mais pequenos tem 2,5, os maiores 8.0 mm. de comprimento. Estes têm no seu maior circuito, 3 mm. de diametro, todos a mostra no pólo delgado, uma côr parda. Os machos tinham sahido. En- contrando-se, porém, innumeros tubos vasios de 20 mm. de comprimento e 7 mm. de largura pardo- claros, opacas, cylindricos, bastante delgados, elas- ticos, provenientes, não ha duvida, dos machos. O comprimento total destes tubos importava provavel- mente em 23-25 mm., pelo motivo de não encon- trar-se um unico completo.

Não achamos nerhum dos habitantes no ninho, dos cupins, e sim a colonia de nm Camponotus ab- dominalis-cupiens de um Crematogaster sp. no en-

volucro. O motivo, pelo qual o praedator tolerava estas formigas ou, pelo menos, 0 maior Camponotus na sua intima vizinhança, é talvez a mesma das martas, que não roubam na vizinhança do seu ninho, para não revelar a presença.

Para descobrir talvez mais ninhos de correições examinamos o jardim botanico bem como a sua vi- zinhança, no dia seguinte, mas sem resultado algum. Isto, e o facto, de não se encontrar mais esta for- miga desde a destruição do ninho em cima referido, a saber, desde 6 mezes, na vizinhança do Museu, a concluir que, pelo menos as especies maiores do genero Eciton têm ninhos duradouros em certas dis- tancias. A manutenção de taes ninhos exige um grande territorio de caça. Tambem as observações feitas com E. coecum, no borto botanico, sustentam esta opinião. Porque tambem esta especie parece não existir mais em roda do Museu, desde a destrui- ção do ninho descripto pelo Dr. H. von Ihering. (9)

A rainha do Eciton praedator vive, sem duvida, durante varios annos. No decurso da sua existenca, fecunda-se annualmente pelos “cd”, provavelmentie para evitar incesto, por exemplares provenientes de outros ninhos. O tamanho de seu abdomen faz ac- creditar em sua existencia mais prolongada. O des- envolvimento é similhante ao das rainhas dos ter- mitos. Num cnpim recente encontram-se apenas ¢ 9 com abdomen pouco ou nada desenvolvido; em ni- nhos velhos, porém, geralmente, taes specimens re- velam abdomen bem inchado.

A observação em cima relatada por von Ihe- ring, | c. pag. 227 «Die Ameisen von Rio Grande do Sul» Berliner Entomol. Zeitschr. Bd. XXXIX, 1894, pag. 382, a saber, que Eciton não tem ninhos ambulantes, mas ninhos duradouros, foi comprovada exactamente quanto a Eciton-Labidus, pelas indicações acima referidas. E” possivel, que ninhos recentes em que a rainha está em estado movel, forçados pelas circumstancias exteriores, ve-

(*) Dr. H. von Ihering « Biologie und iVerbreitung der brasilianischen Arten von Eciton», Ent.Mitt, 1912, B. I, no 8, pag. 228.

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jam-se obrigados a emigrar para o fim de se es- tabelecerem novamente, como tambem fazem outras especies, por exemplo Acromyrmex nigra. Uma vez, o abdomen crescido, e especialmente em casos de alcançar o tamanho do exemplar do Museu, pro- hibe-se uma emigração por si mesmo. Fica a rainha completamente inutilizada para mover-se no chão mais do que am millimetro. Pôdem-se encontrar fe- meas novas, de vez em quando, em romarias de for- migas ambulantes; não se distinguem por se as- semelharem superficialmente às grandes operarias.

A nossa rainha devemol-a ao jardineiro do Horto Botanico do Museu Paulista, sr. Angelo Amadio, que já, repetidas vezes, mereceu os nossos agrade- cimentos pelos objectos entregues às nossas collecções.

elt

Nidificacao etc. da Atta góldii, lue- derivaldti e nigrosetosa

Myocepurus géldi Forel.

Tempo de enxamear: X, XI, I, II.

Muito commum nos campos ao redor da Ca- pital de São Paulo. escapando à vista por sua pe- quenez ; ao passo que frequentemente descobrem-lhe os ninhos os trabalhos da terra. Esta formiga se alimenta sempre no chão, nunca em cima de plantas. Recolhe as flores brancas da «aroeira vermelha» Schinus terebinthifolius Raddi. e amontoa-as em frente ds suas entradas; collecciona sementes de Bidens pilosus L., bem como excrementos de la- gartas.

Säo os ninhos subterraneos, nos campos ou em capoeiras etc., a uma profundidade de 30 cms., äs vezes até 1.20 m., em cavidades redondas de dia: metro de 10 cms., mais ou menos. As paredes destas cavidades säo polidas e, näo raras vezes, em parte cobertas com excrementos escuros das formigas.

Apresentam-se as culturas de cogumelos muito differentes das das outras especies de Atta; estão suspensas do tecto das cavidades, umas ao lado de outras, como as roupas em um armario. Attinge- lhes o cumprimento 4.5 cm., geralmente porém, mostram-se mais curtas e com uma espessura de 1.5. Estes lobulos compõem-se, como sempre, de materia molle, porosa, rescendendo aos cogumelos e pene- trada de mycetos, geralmente de côr amarello-parda. Consiste em serragem fina, palhinhas cortadas, pe- dacinhos de folhas, flores e fragmentos de flores etc. Em diversos buracos encontraram-se grandes e pe-

IT ta

quenas quantidades de pedaços maiores de plantas, no fundo amontoadas, escondidas na terra, que não empregam para as culturas de cogumelos. Creio que este material, aqui sujeito a um processo de fermentação, servirá mais tarde, em pedacinhos, para a organização das referidas culturas. Retiram as formigas o respectivo lixo dos ninhos, depondo-o fora, perto das sahidas. As colonias são pequenas em relação às de Atta s. stv. e Acromyvmex e contém, talvez, quando muito, algumas centenas de

wwe

Os olheiros correspondem ao tamanho das formi- gas, de 2 mm., de diametro e säo redondos. Em regra apenas existe um; por occasião da enxameação e talvez, do augmento dos formigueiros, abrem-se numerosas portas, vinte e uma chegâmos a contar.

Em tempo secco as formigas erguem, ao redor dos olheiros, monticulos funiliformes bem regulares quanto ao volume, que, entretanto são derrubados pela primeira chuva. Em tempo chuvoso, porém, a área collada forma pequenas cratéras, cujos bordos formam figuras, entre estas o 8 por exemplo, onde as respectivas portas se approximam muito.

A Atta goldii, consciente da sua fraqueza, fica

immobilisada quando incommodada, encurva-se, si-

mulando a morte. Nunca ataca, nem em vista da destruição de seu ninho.

Estas formigas enxameam de vp procedendo a copula em folhas de plantas etc., onde as femeas passeam procuradas pelos gg muito mais ageis. Observei uma ©, attacada, varias vezes, por um g', recusar-se à copula, End parte do abdomen contra a folha.

Varias vezes occorre que, durante a enxameação nas vizinhanças de um ninho, se encontrem dd em grande numero e quasi nenhuma 9. Em com- pensação observaram-se, nas visinhanças de um ninho, apenas estas e nenhum q. Para o fim da enxa- meação, emquanto as 99 e os S 4 abandonam o

ninho, as Z% começam, outra vez, o seu trabalho,

To

levando novo material havido de vegetaes. Nas suas excursões os Jd e as GG são muitas vezes atacados por outras formigas, especialnente Pheidole.

Myocepurus luederwaidti For.

Formigas do campo. Ninhos nos mesmos lu- gares, como os do Myocepurus góldi, mas muito mais raros. Um ninho em condições de ser bem examinado, encontrou-se a uma profundidade de 15 cm. mais ou menos; a cavidade arredondada tinha um diametro de 4 cms. mais ou menos. Culturas de cogumelo não compostas de lobulos separados por baixo pendentes, como no caso da güldir, mas feitas de uma massa e homogenea, suspensa, quer do fundo da cavidade, quer das radiculas, que haviam penetrado no buraco. Varreduras ao lado da ca- verna.

Acromyrmex nigroselosa For.

Enxameacao: X, XII.

Formiga do campo, legitima e frequente, pelo menos nas vizinhanças da cidade de São Panlo.

Ataca, além de muitas outras plantas, as se- guintes: Araucaria brasiliana Lamb., opuntia ficus indica Mill. e, a euphorbiacea Sapium biglandu- losum M. Arg., apesar do seu leite. As folhas aci- culares dos « pinheiros », especialmente das plantas novas, corta-as, completamente, carregando-as. Muitas vezes, estas formigas rompem com os dentes as folhas bem como a casca e as pequenas pilulas finas, brancas, tanto quanto outros exsudatos de resina provém ge- ralmente destas formigas ou das suas parentes.

Os ninhos semelhantes aos de Atta negra, mas sempre sem recobrimento; tambem no campo, bem como nas capoeiras ralas, às vezes em termiteiros ; são sempre subterraneos, mas pouce profundos, cr. 10-30 cm., em cavidades naturaes ou feitas pelas formigas, por exemplo, em tocas abandonadas de tatu. Os olheiros dão directamente no ninho ou ficam a uma distancia de 0.50-1 m. ; existem sempre varios, fora

mesmo do tempo da enxameaçäo. Cheguei a ob- servar ate 6.

Por baixo da cultura de cogumelos de um ninho acharam-se 2 Scatophilus exaratus Burm. ; tambem um Taenilobus sp. habitava o mesmo ninho.

Os enxames são tão numerosos como os de

2

Atta nigra, isto é, contendo alguns milhares de ¢ ¢.

Vale a pena registrar, a seguinte pequena ob- servação : varios $ $ estavam occupados em fra- gmentar excrementos humanos meio seccos e tran- sportal-os. Nesta occasião, subitamente, uma das

formigas atirou-se a uma particula das fézes - ainda,

molhada e curioso ! fugiu o animalejo rapidamente demonstrando todas os signaes de grande susto e nojo, a limpar as mandibulas na gramma e na aréa.

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Ninho de MYOCEPURUS GOELDII, For Femea de ECITON PRÆDATOR, Sm.

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As Jazidas Mineraes Brazileiras

7 pelo ; A Dr. Alberto Betim Paes Leme - J À Professor de Mineralogia no Museu Nacional e na Es- a cola Polytechnica do Rio de Janeiro tm - PE fe a LE à E

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As jazidas mineraes brazileiras (1)

Uma jazida mineral é um corpo de rocha do qual uma combinação mineral, .ou um metal em estado nativo, póde ser extrahida economicamente.

Não existe uma porcentagem, fixada de ante mão, do mineral na rocha a partir da qual essa ro- cha se torna um minerio.

Exeinplifiquemos : qualquer rocha eruptiva, qual- quer granito por exemplo, contêm o ferro, o alu- minio, contém a potassa, a soda, a magnesia e a cal. São elementos ou substancias extremamente banaes ra natureza e que têm aliás valor economico ; entretanto o seu preço de extracção, na maioria dos casos, não seria compensado pelo valor da quan- tidade extrahida.

Os progressos da metailurgia moderna têm di- latado consideravelmente os limites fixados. Minerios que nenhum valor outrora tinham, são hoje apro- veitados com vantagem. Os minerios de ferro p. ex. contendo phosphoro, mesmo em porcentagem relativamente pequena, permaneceram abandonados até a descoberta do processo Thomas para a trans- formação das fontes phosphorosas em aço.

Além de tudo, a proporção do metal no mine- rio, necessaria ao seu approveitamento industrial,f é funcção do valor desse metal. Quando se trata por exemplo do ouro em alluvião, 5 grs. em uma tone- lada 0,0005 op, representa um excellente minerio. Ao lado disso os nossos minerios de ferro de Minas Geraes contendo perto de 700 kilos de metal por tonelada seja 70 °/, ainda não puderam, por assim dizer, ser aproveitados.

(1) Prelecção realisada no Museu Nacional, por occasião da inauguração da « Sala Derby »,

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Apezar das considerações precedentes difficul- tarem essa definição, resumiremos dizendo com de Launay, que uma jazida mineral é uma concentra- cão anormal de uma substancia util.

De modo a figurar o feitio que pode adoptar uma jazida faremos algumas rapidas considerações sobre a sua genese.

Recurrererios a uma hypothese, porque a hypo- these é necessaria à coordenação dos factos. Essa hypothese é a mais vulgarizada na geologia moder- na. Deixaremos de mencionar outras mais recentes e talvez mais arriscadas.

A terra foi primitivamente fluida. Durante a sua "consolidação, os diversos elementos chimicos distribuidos até então confusamente, se localizaram mais ou menos por densidade. ‘Emquanto os mais pesados constituam um nucleo central, metalico, era esse nucleo envolvido por uma verdadeira escó- ria, combinação de metaes mais leves, alcalinos e terrosos, com alguns metalloides, o oxygenio e o silício.

Essa escória é formada pelos silicatos diversos encontrados nas nossas rochas eruptivas. A classi- ficação por densidade mencionada, foi perturbada por turbilhões constantes, localizados, analogos aos que ora observamos no Sol. Esses turbilhões deter- minaram a diffusäo de certos elementos metailicos pesados em regiões mais superficiaes.

Por sua vez em, torno da escória rochosa se reuniram os elementos mais leves em uma atmos- phera de cuja parcial condensação, consequente ao resfriamento, resultaram os mares.

Partindo desse leve esboço. indaguemos como e onde se encontrarão os elementos metalicos densos que valorizam as jazidas mineraes.

O seu ponto de partida é o nucleo central, que nos é inaccessivel. A sua presença na escória que envolve esse nucleo, isto é no magma eruptivo, é accidental ; provêm, como dissemos, de turbilhões lo- caes constantes.

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E’, pois, em primeiro logar na rocha eruptiva que encontraremos o minerio. Nessa rocha primi- tivamente liquida, magma, o metal em seu composto, isto é no minerio, póde ter crystallizado isoladamente as vezes em concentrações anormaes. Teremos as jazidas de inclusão. Tambem no magma por um processo, que se assemelhou ao processo conhecido em physica pela lquação, pôde se ter dado uma differenciação, sob temperatura determinada, resultan- as segregações de m'neraes utilizaveis.

As jazidas de anclusão ou de segregação. têm um volume e formas necessariamente caprichosas. São frequentes nas rochas chamadas basicas, pobres -em silica, rochas escuras e pesadas. Nellas são en- contrados metaes ein estado nativo como o cobre e a platina, metaes oxydados, como a magnetita ( Fe3 04), a ilmenita (ferro titanado ), a chromita ( ferro chromado ) e tambem alguns sulfetos.

As rochas acidas, claras, ricas em silica, são caracterizadas pela presença de elementos de grande actividade chimica e de grande mobilidade. os mi- neralizadores.

Esses elementos, chloretos, fluoretos, vapor dagua etc., se combinam facilmente aos metaes. Os productos dessa combinação, mais infusiveis do que o magma de onde provêm, se distribuem pelas fra- cturas, pelas fendas de retrahimentos produzidos na massa do magma quando este se sclidifica, ou em suas vizinhanças, formando os veios de pegmatito. Temos assim concentracções mineralizadas em pe- gmatitos nos veios de retrahimento, nos veios de contacto ou de desprendimento immediato. Sado as jazidas de Pneumatolyse ( minereos de estanho, de tungsteneo, etc. )

Os phenomenos que acabamos de mencionar, li- gados à solidificação, portanto, ao resfriamento de um magia em fusão, suppõem em geral a pene- tração dessa magma em uma região mais fria da crôsta terrestre.

Esse movimento exige deslocamentos e ruptu- ras da parte ja solidificada e são consequencias do seu resfriamento.

Ora, a crosta da terra se acha embebida d'agua como uma verdadeira esponja. pelas fracturas as- sim determinadas. essa agua circula movida pelas condições variaveis de pressão e temperatura.

A agua que desce ao longo de uma fractura se aquece, alem disso o effeito da pressão fazendo cre- scer a sua faculdade de dissolver em contacto com as emanações magmaticas, essas emanações serão dissolvidas.

Sempre pelo effeito da circulação, quando essa agua mineralizada tiver volvido a regiões mais frias ao longo das paredes de fracturas serão depositados em crostas successivas os elementos dissolvidos.

Teremos assim os veios ou filões das jazidas hydro-thermaes.

As aguas mineralisadas percorem egualmente os planos de contacto de camadas diversas e ahi constituem jazidas de contacto; imbebem as cama- das permeaveis exercendo às vezes uma acção chimica da qual resulta uma jazida, deposito por substituição.

Durante esse tempo, durante todos os tempos, a erosão, isto é, essa raspagem ccnstante exercida pelos agentes atmosphericos sobre todas as saliencias do sólo, destrde as cabeças dos veeiros e outras mas- sas de rochas mineralizadas que afiloram.

Os detrictos da erosão se accumulam nos valles, nas praias em alluvides, em futuras camadas sedi- mentarias,

Em certos pontos privilegiados se formam as- sim por concentração novas jazidas mineraes.

Esses sedimentos podem egualmente ser conse- quencia de um phencmeno chimico secundario deter- minando a precipitação mineraes valiosos, tal sejam os phosphatos, alguns minereos de ferro, alguns cal- cáreos.

Os vegetaes incluídos nos sedimentos em con- sequencia de fermentação se transformam, em com- bustiveis percorrendo um cyclo mal conhecido.

Todos os sedimentos, finalmente sob a acção do tempo e dos diversos agentes geologicos recrystal- lizam. Quando essa cristallização affecta as jazidas mineraes faz-se ella as vezes com purificação e consti- tuem-se então jazidas de metamorphismo.

Tendo, geologicamente definido os differentes typos que podem affectar as jazidas mineraes, con- sideremos, agora, as jazidas mineraes brazileiras a cuja exposição se acha reservada a nova sala Derby. Passemos assim, successivamente, em revista o Ouro, o Ferro, o Manganez, o Cobre, o Chumbo, os me- taes raros os diamantes e os combustiveis que tão grandes interesses despertam actualmente.

O Ouro

Consideremos o seu cyclo de transformação desde o magma eruptivo até 0 sedimento recente, isto é, o alluvião.

Em Minas Geraes, e muito bem o mostrou Hus- sak, as jazidas auriferas as mais primitivas têm li- -gações intimas com um magma granitico.

Vejamos de facto a Mina da Passagem, entre as cidades de Ouro Preto e de Marianna. Temos ahi um veio-incluido entre os estratos de um schisto quartzoso e de um schisto amphibolitico. Esse veio contem pyritas arsenicaes associada ao quartzo au- rifero, e em seus geodos notam-se crystaes de feldspa- tho vêm-se ninhos de turmalinas pretas ( carvoeiras ) ; alem disso nos contactos com o schisto apparece, com nitidez, o phenomeno -de metamorphismo, figu- rado pela presença de distheneo, de granadas, de an- daluzita. Alcalis dos feldspathos, acido borico das turmalinas são elementos de um magma granitico immediato. Por isso Hussak considerou como uma apophyse extra-acida de um magma granitico, e um veio de desprendimento immediato desse magma, cujo affloramento é encontrado distante 1 kilometro.

Km Morro-Velho, um pouco ao Sul de Bello- Horizonte, o veio se acha encaixado em calco-schistos, O veio ou antes a massa lenticular alongada como uma chaminé, foi explorada até uma profundi-

dade visinha de 2.000 metros hoje a mina mais profunda que existe). Ahio quartzo aurifero é tam- bem rico em pyritas arsenicaes e em pyritas magne- ticas; a elle se acham associados crystaes de feld- spatho (albita }, e de scheelita ( tungstato de cal), que indicam uma origem granitica. Todavia, a vizi- nhança parece ser menos immediata. Ha como uma transição para os veios hydro-thermaes.

E de facto, pouco alem, em Bicalho, a 3 leguas _de distancia, o caracter hydrothermal dos veios é po- sitivo. A impregnação no schisto, intima em certos pontos, é quasi exclusivamente quartzo com crystaes de pyrita disseminados em sua massa.

Tambem em relações intimas com o granito estão os veios de Diamantina que segundo Derby são ver- dadeiros pegmatitos auriferos, ricos em rauscovita, xenotina e zirconita. Ja temos em Minas portanto por assim dizer 2 phases na evolução do ouro :

1.º Relações immediatas com o granito; (Pas- sagem, Diamantina e Morro Velho). 2.º Caracteres francamente hydro-thermaes.

A intrusão desse magma granitico aurifero e a consequente impregnação hydrothermal parecem ter sido anteriores aos sedimentos denominados itabiritos, da serie sedimentaria recrystalizada de Minas. De facto, os veios parecem, em geral, cortar apenas os schistos argilosos e os quartzitos micaceos inferiores aos itabiritos.

Provavelmente, os itabiritos foram constituidos, pelo menos em parte, pela sedimentação de detrictos de rochas impregnadas ou injectadas por veios auri- feros, de sorte que, frequentemente, esses itabiritos são auriferos.

Quando os itabiritos auriferos são friaveis, con- stituidos exclusivamente por ferro oligisto, chamam- os Jacutingas onde foram encontradas grandes con- centrações auriferas. jacutinga eram as cele- bres jazidas de Congo-Soco e de Maquiné que de- ram até 9 kilos de ouro por tonelada,

Poderemos portanto considerar o ouro do ita- birito como um ouro sedimentario.

Temos assim uma terceira phase da evolução do ouro.

Nas regiões de impregnação aurifera as rochas decompostas, ferruginosas, onde domina o itabirito, concentraram ainda mais O ouro.

Apparecem ‘assim as lumonitas ou ocres auri- feras por exemplo perto do Itacolomy de Mariana), constituindo por assim dizer, uma quarta phase na evolução do ouro,

Finalmente todas as rochas mais ou menos au- riferas, continúam a ser raspadas pela erosão. Os seus detrictos vão sendo concentrados, vêm sendo atravez dos tempos geologicos, nos valles consti- tuindo alluviões auriferos mais ou menos antigos.

Assim quasi todos os rios do centro de Minas Geraes são ferteis em ouro. Citaremos, por exem- plo. o rio das Velhas, o Ribeirão do Carmo que passa junto da cidade de Ouro Preto e o rio Pira- cicaba onde se têm feito tentativas de dragagem. Ahi se acha o ouro na sua quinta e ultima jarida.

Os estudos ainda muito escassos existentes so- bre outras regiões do Brazil não permittem que nellas se avalie até que ponto pode se applicar o cyclo de evolução que acabamos de traçar.

O Ferro

Se encararmos o mesmo cyclo de evolução ap- plicando-n'o ao ferro poderemos então partir das proprias rochas eruptivas.

O ferro, represeniando perto de 5°/, da com- posição media da crosta externa da terra, acha-se como elemento universal de todas as rochas erupti- vas onde é encontrado sob a forma de silicatos, de sulfetos e de oxydo magnetico, às vezes associado a0 titanio.

Não se trata todavia, em geral, de concentra- ções anormaes que fariam dessas rochas jazidas de mineraes de ferro.

Essas concentrações anormaes sob a fórma de massas mais ou menos volumosas, segregadas em

rochas basicas, constitúem aqui no Brazil geralmen- te as jazidas de ferro da costa, ao longo da serra do mar.

São conhecidas essas jazidas em Santa Catharina, no Paraná ( região de Antonina) em S. Paulo ( Ja- cupiranga e Ipanema ). |

Provavelmente as jazidas de Angra dos. Reis, de S. Geraldo e de Macahé, no Estado do Rio mal conhecidas, pertencem a esse mesmo typo, assim como, as jazidas de Catalão, em Goiaz ; de Itambé, da Serra do Presidio e outras de Minas Geraes ; de Sao Christovam em Sergipe etc.

Nas segregações o ferro e o titanio se sepa- ram conjunctamente de modo que se trataem geral de magnetitas titaniferas ou de ilmenitas.

Dessas jazidas faremos referencia maior apenas is de Jacupiranga e Ipanema. Ahi a magnetita esti em uma rocha pyroxenica denominada Jacupi- ranguito, que por sua vez é uma differenciação de um magma nephelino-syenitico.

Nas phases de evoluçäo que se seguem isto é, nos veios pneumataliticos e hydrothermaes, o ferro geralmente sob a forma de sulfetos, ( pyritas ) não é explorado como minerio de ferro.

As jazidas sedimentarias isto é, na phase que se- gue, são encontradas as principaes jazidas de ferro exploradas em outros paizes.

Aqui no Brazil, ou porque não sejam bem conhe- cidas, ou porque outras jazidas sejam infinitamente mais valiosas não se lhes têm feito até hoje referencias. Salvo em sedimentos metamorphoseados isto é, em sedimentos que pela sua antiguidade e devido à acção de diversos factores geolegicos como o calor e a pressão se modificaram numa rocha compacta e crystallina.

Nessa cathegoria incluiremos os itabiritos, rocha a que já, nos referimos formada pela alternancia de ferro oligisto e de quertzo; sendo ora quasi um quartzito, ora uma massa lenticular de ferro oligisto compacto com dimensões por vezes consideraveis,

O itabirito é um dos termos da serie geolo- gica de Minas. E” encontrada em torno da região da Serra do Espinhaço, em uma faixa de 250 ki- lometros de largura, dirigida grosseiramente de Este para Oeste, desde o rio Doce até a região do Abaeté. A espessura da camada de itabirito póde' attingir 200 metros. Não nos estenderemos sobre o modo porque se fez o metamorphismo nem scbre o typo de rocha que soffre esse metamorphismo. Não nos parece que haja dados positivos.

Citaremos algumas jazidas no itabirito com da- dos do nosso competente mestre Dr. Gonzaga de Campos.

A jazida de Gaia em Sabará, pode conter 288 milhões de toneladas.

As tres jazidas, Conceição, Esmeril, e Caué em ltabira do Matto Dentro, conjunctamente attingem O28 milhões.

O Pico de Itabira do Campo, 32 milhões.

Em summa, as nove principaes jazidas do ita- birito poderão fornecer perto de 1 bilhão de to- neladas.

Todas essas jazidas de itabirito, expostas em seus afloramentos às acções meteoricas e a erosão têm reconstituido novas jazidas de ferro sobre a for- ma de conglomerados itabirilicos que occupam tal- vez 10º da área total occupada pelos itabiritos. Esse conglomerado com perto de 50º/ de ferro é denominado Canga, abreviação da palavra indigena Lapanhoacanga.

O Dr. Gonzaga de Campos, attribuindo uma espessura média de 2 metros a esse conglomerado e suppondo que elle occupe apenas 5°/, da área itabiritica, calcula que haja uma reserva de 1.700 milhões de toneladas.

Manganez

As jazidas de manganez brasiletras, segundo os trabalhos de Derby, parecem pertencer a dois typos.

O primeiro typo está representado nas jazidas das vizinhanças de Miguel Burnier, em Minas.

Ahi a origem é a francamente sedimentaria. Tra- ta-so de camada de 2 a 3 ms. de espessura associada ao Itabirito, e comprehendida entre calcareos. Derby admitte serem os oxydos de manganez derivados de um carbonato de manganez. Atiribue aliás, uma origem semelhante ao peroxydo de ferro dos itabi- ritos. Acceitando-se essa theoria, de Vogt, a rocha e o minereo seriam provenientes da descalcificação de calcareos ricos em Mn ou em Fe.

, Convem notar, em reforço a esse modo de ver, a ausencia de elementos elasticos, tanto no itabirito, quanto no minereo e riqueza em Mn. de certos itabiritos.

A esse typo de jazidas pertencem igualmente os minerios de Rodeio, da regiao de Ouro Preto ; os minerios de Bello Horizonte, os depositos de Urucum, em Matto-Grosso ; e os depositos do Para.

Quanto ao segundo typo, caracterizado pelas jazidas Queluz de Lafayette em Minas, a sua ori- gem nos parece menos bem evidenciada.

Em estupo minucioso Derby provou serem esses minereos resultantes da decomposição de uma gra- nada manganesifera, a espersartina. A espersartina é encontrada em uma rocha, o queluzito, associada a um pyroxeneo, ao quartzo, as vezes à ilmenita e ao rutilo. Convém notar tambem a presença fre- quente de graphito.

Derby no queluzito uma segregação magmati- ca. Esse ponto de vista parece ter sido mais ou menos acceito por todos os nossos geologos.

Entretanto. Hussak, discorda, considerando o queluzito como uma rocha metamcrphoseada, me- tarmophismo de contacto de um magma granitico com o carbonato de manganez. E de facto, a gra- nada é o mineral de metamorphismo por excellen- cia ao contacto dos calcarios, ende se acha justa- mente associado a silicatos ferro-magnesianos com os amphiboleos formando a rocha denominada —Kam. Além disso, a presença de praphito reforçaria a jheoria de Hiwssak. Segundo Hussak, a origem dos 2 typos de minereos, seria, pois, a mesma, 0 003 Mn.,

Emquanto em Lafayette teria havido metamorphis- mo por contacto de um magma granitico, em Bur- nier o metamorphismo seria todo elle devido a acções meteóricas, metamorphismo esse que nós chamamos metasomatismo.

As jazidas de Cariguaba em Santa Catharina, estudadas pelo Dr. Calogeras, pertencem a esse 2.º typo, assim como as jazidas de Barbacena e as jazi- das conhecidas na Bahia, em Bomfim, na Serra do Itiuba, em Nazaret:, etc.

Entretanto, o manganez, associado em menores proporções ao Ferro inagnetico, que se encontra em Antonina, deve ser em qualquer hypothese conside- rado elemento de uma segregação magmatica.

O Chumbo. O Cobre. O Zinco.

O chumbo, o cobre e o zinco, sob a forma de sulfetos ( blenda, chalcopyrita e galena ) encontram- se frequentemente associados ao quartzo ou à cal- cita, em veios hydro-thermaes. Das jazidas de ga- lena brazileiras. a mais estudada parece ter sido a do Ribeirão do Chumbo em Abaeté, Minas, onde o minerio está associado à calcita.

Visitamos juntos o Sumidouro de Marianna, no Vasado, uma jazida de galena, em quartzo, cortando o gneiss. Além disso, são conhecidas jazidas em Yporanga, Apiahy, S. Paulo, no municipio. de Chi- que-Chique, Bahia etc.

O cobre ( chalcopyrita ou chalcosina ) no veio se transforma nas regiões submettidas a acções das aguas meteoricas em carbonato hydrado, malachita e azurete.

Em Camaquan, no fio Grande do Sul, acha-se em um conglomerado em contacto com uma rocha andesitica, cortado por veeiros de chalcosina. A ro- cha de onde vem esse cobre parece ser um gabbro Identificado em profundidade pelos trabalhos de ex- ploração.

Egualmente em (Caçapava e em Quaraim foram reconhecidos minereos de cobre.

Em Minas-Geraes, junto & Serra da Moeda, entre os valles do Rio das Velhas e do Paraopéba, parece existir um veio de quartzo cuprifero, cujo afloramento se extende por varics kilometros.

O Estanho. O Tungstenio. O Molybdeno. O Thorio. O Zivconio. O Uranio.

A cassiterita, asylo do estanho, é, por excel- lencia o mineral vizinho dos magmas graniticos, em geral, presente nos veios de desprendimento imme- diato. Actualmente, consta-nos que um Syndicato Belga está explorando em Encruzilhada, no Rio Grande do Sul, uma jazida da qual o « Museu Na- cional » recebeu recentemente amostras. Ignoramos, todavia, as condições exactas de sua jazida.

Devemos notar que o nosso illustre mestre Dr. Costa Senna identificou a cassiterita, ha annos, ao Norte do valle do Rio Jequitinhonha, perto de Sa- Jinas o

Quanto ao tungstenio, sob a forma de Wol- fram, foi elle egualmente explorado, em um veio de quartzo tambem perto de Encruzilhada, no Rio Grande Grande do Sul.

O Molybdenio é encontrado representado pelo seu sulfeto, a molybdenita, em Bahu, Santa Catha- rina, em veios hydro-thermaes dc quartzo, cortando um gneiss amphibolitico. |

O Uranio, do qual se extrahe o radio, tem sido caracterizado sob a forma de niobio-titanatos complexos, a euxenita, em Minas Geraes. No mu- nicipio de Pomba estudamos uma jazida onde a eu- xenita se apresenta como elemento de uma apo- physe ácida, pegmatito, de um magma syenitico.

Muito recentemente identificamos uma nova ja- zida desse mineral, mais pobre em titaneo, perto de S. Paulo de Muriahé, na Serra do Pangarito, achan- do-se então relacionado com um granito associado a aguas-marinhas e zirconita.

O Thorio acha-se presente na monazita ( phos- phato de terras raras ).

tes 79 SE,

Essa monazita, é um mineral que existe disse- minado em alguns granitos e gneiss da Serra do Mar, especialmente ao Norte do Rio de Janeiro.

Na decomposição e erosão dessas rochas re- sultaram localizações nas praias de bancos de areias, com fórmas lenticulares, onde se operaram concen- trações que têm attingido 30 º/o de monazita.

Sempre, pelo mesmo processo, a monazita appa- rece nos fundos de rio ao lado dos elementos den- sos, particularmente dos satellites do diamante.

Quanto ao Zirconio, sob a forma de zirconita, accompanha elle frequente a monazita na sua evolu- ção da rocha granitica ao banco de areia.

Existem alem disso grande jazidas nas visinhan- cas de Poços de Caldas, tanto em S. Paulo ( Cas- cata ), como em Minas, onde o zirconio se apresenta sob uma forma differente, em mascas que parecem ter sido postas em movimento e precipitadas por um agente aquoso. Torna-se mister um estudo scienti- fico dessas jazidas.

Aguas-Marinhas. Topazios. Turmalinas.

São mineraes caracterizados pela presença de ele- mentos que classificamos, ha pouco, de mineraliza- dores, e cuja funcção e mobilidade foi definida a proposito dos magmas acidos. Esses mineraes se acham pois nos veios de desprendimento immediato, nos pe- gmatitos.

À riqueza da região de Arassuahy, em Minas, nessas gemmas, faz della uma região privilegiada.

Nas vizinhanças de Ouro-Preto, a jazida de Bôa- Vista tem sido uma fertil productora de topazios.

O Diamante

O diamante merece uma menção especial entre as pedras preciosas.

Não parece haver ainda hoje accôrdo absoluto entre os scientistas quanto à sua origem. Uns que- rem ver nelle um elemento de um magma eruptivo, outros um elemento de metamorphismo, isto é, um

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modo de transformação do carbono sob a acção dos agentes de metamorphismo.

A sua presença no Kimberlito pareceu dar razão aos primeiros.

O Kimberlito é uma brecha, um agglomerado, que enche chaminés vulcanicas na Africa do Sul, ag- glomerado de diabase, de fragmentos de schisto, de granito e de um eclogito, ( rocha metamorphica de granadas ).

Os partidarios da origem da metamorphica vêm ao contrario, no diamante de Kimberlito um elemento do eclogito, isto é, de uma rocha de metamorphismo.

Entretanto, descobertas recentes do diamante encaixado numa rocha eruptiva, o dulerito, em Oakey, Nova Galles do Sul, confirmariam a sua origem eru- ptiva.

Essas considerações têm algum interesse entre nós deante da descoberta recente pelo Dr. Draper, na região diamantifera de Abaeté, de rochas do typo Kumberlito, com a mesma associação eclogitica da Africa do Sul,

Exceptuando a descoberta recente do Abaeté, entre nós o diamante foi identificado como elemen- to de rochas sedimentares, embutido em um grez grosseiro, conglomeratico, tanto na região de Dia- mantina, como na região de Lavras, na Bahia.

Derby na formação da Bahia a continuação da Serra do Espinhaço e, portanto, a continuação da serra diamantifera de Minas.

O grez conglomerado diamantifero capeia a Serra de Minas e não parece ter sido affectado, segundo Derby, pela formação aurifera que cortou e impre- gnou essa série.

Elemento do conglomerado, o diamante, após a erosão, se concentrou no leito dos rios em pontos privilegiados, poços e canaes, pela dureza e pela densidade do diamante. Nesses pontos são encontra- dos igualmente outros elementos com a mesma equi- valencia physica, embora de proveniencia differente. O diamante denso e duro se encontra no cascalho grosseiro e com elle os seus satellites, em numero

Er Rip es

de 57, substancias densas das rochas sedimentares, metamorphicas e eruptivas que margeiam a formação.

Para terminar faremos algumrs referencias aos combustiveis.

A sua origem é vegetal. Eram plantas teste- munhas de uma vegetação cuja exuberancia parece exceder de muito à vegetação actual. Durante os grandes periodos de enchentes caracterizados por verdadeiras avalanches de agua, em geologia o gran- dioso é sempre permittido, os detrictos vegetaes se accumularam nos deltas dos rios ou nas lagôas onde elles desembocavam. A sedimentação mineral super- veniente, capeando esse sedimento, interrompeo o tra- balho de destruição dos agentes microbianos, seguindo- se, a um periodo de fermentação, a formação das hu- Jhas e de lenhitos. Consequente tambem a fermentação, hydro-carburetos, liquidos expellidos pela massa vege- tal impregnaram os sedimentos vizinhos, em schistos betuminosos, e se accumularam em depressões ou convexidades estratigraphicas, sob a forma de petroleo.

A formação da hulha se prende às vizinhanças do periodo geologico carbonifero, devido, talvez, à exuberancia da vegetação e as suas condições cli- matericas especiaes.

No Sul do Brazil, durante o periodo Permo- carbonifero, isto é o periodo que succedeu imme- diatamente ao periodo carbonifero, deve ter havido um braço de mar ou uma série de lagôas marinhas de aguas paradas, ao longe de uma faixa ondulosa que, partindo do Rio Grande do Sul junto à costa de Santa Catharina, se internava no Paraná, vindo terminar ao Sul de S. Paulo.

Em determinados pontos dessa faixa desembo- cavam grandes rios que depcsitaram, em periodos de enchentes, os vegetaes dos quaes originou o nosso combustivel.

Outras sedimentações vegetaes, lagunares, cara- cterizam o periodo terceiro, dando os lenhitos de Caçapava em S. Paulo, de Fonseca, de Gandarella, em Minas, e da bacia do Amazonas.

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Scytodidas e Pholcidas do Brasil

pelo DR. MELLO LEITAO

Lente de Zoologia da Escola Superior de Agricultura,

Director da mesma Escola

I Phólcidas

No volume TI da Revista do Museu Paulista, Moenkhaus publicou um pequeno trabalho sobre ara- nbas, no qual se extende mais para as Pholcidas, de que descreve seis especies novas. No referente, porém, à divisão da familia em grupos e generos se limita a traduzir a chave de Simor. Tendo tido em mãos quasi todas as especies conhecidas do Bra- zil atê a presente data, animei-me a escrever esta breve memoria, com a redescripçäo de todas essas especies e respectivas chaves de determinação.

As phólcidas constituem uma das mais homo geneas familias de araneidos, tendo sido criadas por G. Koch em 1850. Por sua disposição ocular, pelo desmesurado de suas pernas, pela disposição de suas peças buccaes, destacam-se de todas as outras ara- nhas entelegynas.

O céphalothorax dessas aranhas é curto, largo, quasi circular, não raro reniforme ; a parte cepha- lica é pequena, elevada, como encravada na parte thoracica, da qual está nitidamente separada por um sulco profundo em V; a parte thoracica apre- senta o sulco mediano profundo, às vezes excavado em fosseta.

O pediculo que une o cephalothorax ao abdo- men apresenta sempre duas lacinias chitinosas, ora parallelas, ora convergentes para traz, onde se re- unem em V.

O clypeo é altissimo, duas ou tres vezes maior que a área ocular, levemente excavado abaixo dos olhos antericres, e convexo e mais ou menos incli- nado adeante.

Os olhos occupam toda largura da região ce- phalica e estão dispostos em tres grupos: dois grupos lateraes de tres olhos nocturnos, formados pelo lateral anterior e pelo médio e lateral posterio-

Eté

res; e um grupo médio, formado pelos dois olhos anteriores, diurnos, muito menores que os restantes.

() esterno é plano, largamente cordiforme, tão ou mais largo que longo, com entalhes lateraes, cor- respondendo às coxas, e com uma larga truncatura posterior.

As cheliceras são fracas, cylindricas, sub -paral- lelas, soldadas entre si em grande parte de sua ex- tensão, sendo ligadas na parte basal por uma su- tura membranosa; a truncatura apical apresenta uma ponta chitinosa, dura, geralmente aguda, op- pondo-se à garra, que é curta, espessa na base e pouco curva, de quilha inferior levemente serri- lhada. No genero Artema a ponta chitinosa apical é seguida de uma apophyse allongada.

O labio é immovel, inteiramente soldado ao es- terno, largo, de ápice largamente marginado e mem- branoso.

Os maxillares são, às vezes, estreitos e paral- lelos, mas geralmente são largos, fortemente con- vergentes, contiguos no ápice; a face inferior é desprovida de escópula ou levemente penicillada na ponta.

As pernas são excessivamente longas e delga- das; as coxas cylindricas e contiguas, excepto as posteriores, largamente separadas; patellas peque- nas e quasi similhantes ; metatarsos delgadissimos, mais longos que as tibias; tarsos ainda mais del- gados, prolongados em onychio curto e membra- noso, sustentando as unhas. Estas são em numero de tres: as superiores ponco robustas, levemente curvas, inteiramente dentadas; a: inferior muito curva, ponteaguda, com um ou dois dentes mini- mos.

O abdomen é de forma muito variavel. O tu- berculo anal é grande, semi-circular ou triangular obtuso. As fiandeiras anteriores são um pouco se- paradas, havendo, no intervallo, um pequenino có- lulo; as fiandeiras posteriores são um pouco me- nores, conicas, fortemente comprimidas, guarnecidas de longas crinas villosas.

O palpo do macho é muito caracteristico; o trochanter é sempre pequeno, appendiculado, não raro provido de uma apophyse inferior; femur muito grosso, comprimido e claviforme; patella muito pe- quena, ora annular, ora mais larga em cima do que em baixo; tibia entumescida, oval ou globulosa ; tarso profundamente dividido em dois ramos muito dissimilhantes; o externo é quasi vesiculoso e o in- terno allongado em forma de apophyse muito longa ; bulbo globuloso ou oval com varias apophyses.

Os habitos das phólcidas são muito uniformes : são sedentarias e moram nos buracos das arvores, embaixo das pedras, em grutas ou nas habitações humanas.

As teias ora são irregulares, for nadas de grossos fios pouco elasticos e pendentes, irregularmente cru- zados em rêde frouxa; ora apresentam no meio um grande lençól de tecido mais denso, curvo em cu- pula, e sustido em cima e em baixo por uma rêde irregular. A aranha fica sempre ao meio da teia, na face inferior, em posição invertida.

Todas as pholcidas do Brazil pertencem à sub- familia das pholcinas. Dos sete grupos em que Si- mon subdivide esta sub-familia, quatro são repre- sentadas no Brazil, separadas pelos caractéres da seguinte chave: |

A Esterno bruscamente terminado atraz em pequena ponta obtusa Arlemeas ;

AA Esterno largamente truncado atraz;

B Olhos anteriores, vistos de frente, dispos- tos em linha recta ou procurva :

C Olhos posteriores, vistos de cima, dispostos em linha procurva (os lateraes adeante dos médios ) Blechrosceleas ;

CC Olhos posteriores dispostos em linha re- curva (os lateraes um pouco atraz dos médios ) Pholceas ;

BB Olhos anteriores, vistos de frente, dis- postos em linha recurva Sineringopodeas.

RE ea I Artemeas

As artemeas se reduzem ao genero Artema, que différe de todos os outros das pholcidas por ter o esterno terminado atraz em ponta; as cheliceras providas, além da ponta chitinosa commum, de uma segunda ponta mais longa, cylindrica e truncada; e os maxillares esureitos e quasi parallelos até a pase.

Artema Walckenaer 1857

« Cephalothorax mais largo que longo, larga- mente arredondado dos lados e com bem nitida e espessa margem; região thoracica com a estria me- diana inteira muito profunda, dilatada em fosseta ; região cephalica pequena, não proeminente, separada por dois sulcos convergentes. Olhos approximados grandes, similhantes ( os médios anteriores não muito menores do que os outros ); os quatro olhos anterio- res equidistantes, pouco afastados, dispostos em linha recurva, quasi recta; os quatros posteriores em linha mais recurva, os médios mais affastados entre si que dos lateraes, mas o espaço interocular não é muito maior do que um diametro de olho. Area dos olhos médios trapezoide, geralmente de base e al- tura eguaes. Clypeo um pouco deprimido abaixo dos olhos, em seguida muito obliquo, em geral tres vezes mais alto que a area ocular e muito mais lonzo que as cheliceras. Esterno mais largo que longo, muito estreitado para traz entre as coxas pos- teriores, onde termina em ponta obtusa. As quatro pernas anteriores são mais longas e mais robustas do que as outras. Abdomen muito alto, globoso, mais alto que largo, a região epigastrica coriacea, muito sailente e, na femea, a eminencia genital situada pouco atraz do meio do ventre. Palpos da femea delicados, de tibia terete, tarso muito mais longo que a tibia com a patella e acuminado. Palpos do macho de femur muito grande, claviforme; patella muito pequena, annuliforme ; tibia espessa e dilatada, tres vezes menor que o femur; tarso pequeno, de

Gane

apophyse externa grande, denteada, truncada e di- latada no apice. Cheliceras do macho muito de- primidas e excavadas na face anterior, tuberculadas e com uma alta quilha na face externa.

Artema atianta Walckenaer Ins. Apt. 1827 Vol. I, p. 656

A. a. Taczanowski Horae Soc. Entom. Ross, 1874, Vol. X, p. 103. A. a. Simon Proc. Zool. Soc. London,

1894, p. 519.

A. v. Cambridge Biol. Centr. Amer. 1902, Vol. IL, p.. 366, pr. 34, É. 19 e 16.

Syn.: À. convexa Blackwall Ann. Mag. Nat. Hist., 1858, Vol. 2, p. 332; e 1866, Vol. 18;, p. 409:;, 1867, Vol. 19, p.. 394

Pholcus rotundatus Karsch Stettin Entom. Zeitung, 1889, Vol. 40, p. 106.

Artema atlantica Banks Proc. California Acad. Soc. 1898, Vol. I. p. 212.

q —7 mm. Cephalothorax amarello parda- ceuto muito claro, com uma linha mediana fusca, mais larga ao nivel da estria thoracica média, bi- fida na extremidade anterior; dos lados ha algumas manchas pardo-escuras e o meio da margem frontal é proeminente e brunea. Cheliceras ver nelho-bru- neas; maxillares hbranco-amarellados; labio muito largo, diminuindo para o apice, amarello parda- cento, bruneo na base e com uma linha curva trans- versa mais escura, de convexidade anterior, junto ao apice. Esterno largo, brilhante, cordiforme, com pequenas saliencias lateraes, amarello-brunete, sendo a parte posterior bruneo-escura. Abdomen reves- tido de cerdas, projectando-se sobre a base do ce- phalothorax, de colorido branco-pardacento, diffusa- mente manchado de pardo baço. Na linha média do dorso ha uma série de manchas fuscas e de cada lado dessas manchas ha listras obliquas da mesma cor, que se extendem sobre as pleuras. Fiandeiras pequenas, de apices negros. O tuberculo anal é or-

lado por uma delgada linha negra e apresenta duas manchas negras transversaes. Epigyno muito des- envolvido e sºliente, bruneo-avermelhado, mais es- curo adeante, clareando para a parte posterior.

S Ta& mm. Colorido perfeitamente egual ao da femea. As cheliceras têm o segundo dente chitinoso da margem interna quasi negro, e essa margem é levemente serrilhada em sen terço basal ; a face anterior apresenta um como crista dentada em sua borda voltada para a face da chelicara ; essa crista é convexa em sua borda anterior, pontuda, e de colorido fulvo escuro. Palpos esbranquigados, o femur muito dilatado, piriforme, de base mais estreita que o apice, com uma linha escura junto à articulação da patelia; esta é muito estreita, repre- sentada por um annel muito delzado, cerca de cinco vezes mais longa que larga e mais estreita que a patella, com uma apophyse interna e levemente ex- cavada no apice, de colorido egual ao do femur; tarso fulvo-escuro, com apophyse interna quasi ob- soleta, mamillar, e apophyse externa não muito alon- gada, achatada, levemente biobada no apice e le- vemente concava no ponto de inserção do bulbo que é claro, muito dilatado. terminando bruscamente em ponta no estylete que é levemente helicoide, pon- teagudo, quasi negro.

As pernas em ambos os sexos são branco-par- dacentas ou bruneo-claras, com anneis negros no apice dos femures e na base e no apice das patelllas e tibias ; junto a esses anneis negros ha outros, ge- ralmente mais estreitos, brancos.

O colorido dessa especie, como aliás o de varias phólcidas das habitações, é muito variavel. Nos commodos claros, de paredes alvadias, o colorido geral é branco-pardo-claro e as manchas do abdomen são cinereas e menos abundantes. Nos logares som- brios o colorido é pardacento mais escuro, as man- chas são mais numerosas, mais escuras, fuscas e violaceas.

Habitat. Esta espécie, que é encontrada nas Antilhas, e, no continente, do Mexico até o Paraguay,

é muito commum em todo o littoral do Brazil, muito menos frequente em localidades do interior.

Il Blechrosceleas

Phólcidas de olhos posteriores dispostos em linha procurva, todos de egual tamanho; olhos an- teriores muito desiguaes, os medios, não raro, cerca de dez vezes menores que os lateraes, dispostos em linha recta ( pelos vertices) e de regra, pouco se- parados. O rebordo. membranoso, ' arqueado, da peça labial é, no entretanto, muito reduzido, e esta parte parece transversa e truncada em linha recta no apice. Pernas muticas em ambos os sexos. Abdomen de forma muito variavel. Palpo do macho - curto e torudo, trochanter sem apophyse, femur muito espesso, patella mais ou menos larga em cima, delgada em baixc, tibia quasi tão longa quanto o femur, oval, e tarso muito curto, com uma longa apophyse externa dirigida para baixo. Cheliceras macho com um dente, de situação variavel. São representadas no Brazil por quatro generos, sepa- raveis de accôrdo com a seguinte chave:

A Olhos médios da fila anterior muito se- parados dos olhos lateraes ; trapezio dos olhos medios de base muito mais larga que a altura Lietoporus.

AA Olhos medios da fila anterior contiguos ou pouco separados dos olhos lateraes ; trapezio dos olhos medios de base igual du mais curta (rara- mente um pouco maicr ) que a altura. *

B Olhos anteriores sub-contiguos, formando uma linha procurva. Cheliceras do macho com longo dente uncinado e divergente na borda externa Psilochorus.

BB Olhos medios anteriores mais ou menos separados dos olhos lateraes, formando com estes uma linha recta.

C Abdomen muito convexo; epigyno alcan- cando o meio do ventre. Pernas do segundo par, no macho, de femures um pouco mais robustos e duplamente serrilhados em baixo. Coryssocneimis.

CC Abdomen oblongo; epigyno mais curto. occupando a base do ventre. As pernas do terceiro par, no macho, é que tem os femures mais robustos, porém não serrilhados em baixo Blechroscellis.

Litoporus Simon 1893

Olhos anteriores pequenos, os medios contiguos mas muito mais distantes dos lateraes, dispostos em linha recta; área dos medios trapezoide, de base muito maior que a altura. Olhos posteriores em linha procurva. Abdomen oval curto, sub-globuloso. Pernas filiformes, similhantes. Cheliceras do macho providas, adeante, de um dente interno ou de uma quilha transversa perto da base. Typo L. aerius Simon.

Este genero é representado no Brazil por cinco especies, que podemos separar pela seguinte chave : a Cephdlothorax de colorido uniforme :

b Todo animal amarello-claro, excepto o es- terno, o clypeo, os maxillares e o labio que são enegrecidos; ventre com uma faixa azul, curta L. imbecillus (Keys ).

bb Cephalotorax amarello escuro ; abdomen branco-amarellado, de escudo ventral alaranjado. L. luteus ( Keys).

aa Cephalothorax manchado :

6 Cephalothorax tendo no ponto de união da V cephalico com a estria thoracica uma mancha em crescente :

c Abdomen claro unforme ; resto do cephalo- thorax de colorido uniforme L. fulrus

cc Abdomen manchado; cephalothorax com uma larga faixa L. iguassuensis.

bb Cephalothorax sem essa mancha em cre- scente :

c Faixa interrompida com uma barra clara transversal L. aguassuensis, |

cc Faixa inteira :

d Faixa mediana estreita, pardo-avermelhada ao nivel da estria mediana; margens claras; ab- domen verde-claro uniforme. L brasiliensis.

Rae À

dd Faixa mediana parda, bifurcada ao nivel do V cephalico, seguindo-o ; margens do cephalo- thorax com uma linha escura; abdomen azul-cin- zento no dorso, mais claro dos lados e no ventre L. genitals.

Litoporus wnbecillus ( Keys.) . >

L. I. Moenckhaus « Revista Ga do Museu Paulista», 1898, Vol. I], pag. 104 ( Fig. 4 :) 1

Syn. Pholcus imbecillus Keyserling Spinnen Amerikas, Brazil. Sp., 1891, pag. 170, se Ce Oia SS

¢ 3,1 mm. Toda aranha é amarello-clara ; o esterno, o clypeo, o labio e os maxillares são mais escuros, ennegrecidos. As pernas têm, junto à extremidade dos femures, no meio dos metatarsos, no meio e na extremidade das tibias, um annel bruneo, e as patellas são brunetes. No vertre ha uma curta faixa mediana azul. Olhos lateraes pos- teriores separados dos lateraes anteriores e dos mé- dios posteriores cerca de dois diametros. Habitat. Diversas localidades dos Estados do Rio de Ja- neiro e de São Paulo.

Litoporus luteus ( Keys.) (Fig. 2.)

Pe L. I. Moenckhaus « Revista do N Museu Paulista» Vol. JH, pag. 105.

Syn. Pholcus luteus Keyserling Spinnen Amerikas, Brazil. Sp., 1891, pag. 171, er. Mo do TLT.

4 3,2 mm. Todo cephalothorax, palpos e pernas amarello-escuros; abdomen branco-amarel- lado; escudo da parte anterior do ventre e fian- deiras alaranjados. Abdomen um terço mais longo que largo. Tem o mesmo habitat da especie an- terior.

Litoporus fulvus Moenckaus « Revista do Museu Paulista», 1898, vol Til, pag. 109; pr. 9, É 4 (Figs: 3 e 4).

J 8,6 mm. Cephalothorax, labio, maxillares e esterno de cor des- maiada com uma pequena sombra de amarello, especialmente no cephalothorax. Cheliceras um pouco mais escuras, pardo- claras na extremidade. No encontro do V cephalico com a estria thoracica ha uma mancha pardo avermelhada, em forma de crescente. Olhos postos em manchas ne-

4 gras. Pernas pardo-amarelladas, tendo no

apice das tibias um annel desmaiado. Palpos ama- rellos. Cephalothorax quasi nú; o resto do corpo revestido de pellos trigueiros e brancos; os do apice do labio são trigueiros e os das cheliceras parda- centos. Abdomen claro. Em torno da base das fiandeiras ha um annel amarello, continuo com uma pequena faixa ventral mediana; adeante dessa faixa o ventre é amarello. Em alguns exemplares a faixa amarella é guarnecida de uma linha fina, e ha, dos dois lados do abdomen, uma faixa azul-clara, lon- gitudinal, mediana. Fiandeiras pardas, de pontas mais claras. Hab. Iguape —S. Paulo.

Litoporus 1quassuensis sp. n.

2 —2 mm. Cephalothorax claro tendo a re- giao cephalica fusca; a região thoracica é clara e tem uma larguissima faixa longitudinal mediana fusca que começa na borda posterior e se une à região cedhalica; no ponto de união ha uma gran- de mancha clara em V, de vertice posterior, bem mais larga ao nivel do vertice que nas extremida- des anteriores; essa mancha é unida à parte clara marginal por duas curtas faixas obliquas. O clypeo oastanho escuro. As cheliceras são pardo-claras, le- vemente lavadas de fusco. As pernas são claras com

um annel negro na regiäo subapical dos femures e das tibias, com as patellas negras e um annel ne- gro na base dos metatarsos. Esterno claro, da côr do cephalothorax; labio e maxillares pardacentos. O abdomen é subglobuloso, tendo no dorso e dos lados manchas violaceas esparsas, sendo todo ventre de colorido uniforme.

O macho que foi apanhado ainda não tende at- tingido a maturidade sexual é do mesmo porte que a femea No cephalothorax a faixa mediana da re- gião thoracica é inteirameute separada da região cephalica por uma larga mancha transversa paral- lela O abdomen tem as manchas violaceas muito mais abundantes, contfluentes no dorso, onde deixam apenas no meio do dorso uma grande mancha trans- versal quasi circular, clara. Hab.: Nova Iguassú ( Rio de Janeiro ). Coll. Blanc de Freitas.

Litoporus braziliensis Mo- enckhaus « Revista do Museu Paulista », 1888, vol. III, p. 110, DEMO (lies: re 6:

S 3,0mm. Cephalotorax desmaiado, com uma linha estreita, pardo-avermelhada na estria tho- racica. Olhos situados em areas negras. Labio, maxillares, che- liceras e esterno um pouco mais

escuros que o cephalothorax. Per- nas pardo-amarellas; metatarsos com um annel basal e metade api- cal mais claros. Femur e tibia com um largo annel desmaiado, precedido de outro escuro, na ex- tremidade apical; base da tibia com um annel similhante. Ab-

6 62 d ; .

omen de colorido verde-claro uni- forme, um pouco mais claro no ventre, duas vezes mais longo que alto, mais largo logo atraz da mar- gem anterior, estreitando-se abruptamente logo atraz

5

de ae

do meio, e bem mais baixo junto a extremidade posterior. Fiandeiras pardas. Hab. Poço Grande Sao Paulo.

Litoporus genitals Moenckaus « Revista do Museu Paulista », 1898, vol. Il, p. 107, pr. 5,f.5. (Figs. 7,

Seas C ,

o —3,0mm. Cephalothorax des- maiado, com uma linha marginal es 7 curae uma faixa mediana parda que, ao nivel do V cephalico se bifurca, seguindo-o. Clypeo com largas faixas convergentes, indo dos olhos lateraes à margem. Olhos em areas negras sendo que as dos grupos oculares lateraes têm uma orla azul clara. Che- liceras pardacentas bem como os maxillzres e o labio. Esterno amarello claro. Pernas amarel- ladas, de metatarsos mais claros e com um annel claro no ápice dos fe- mures e tibias, estas com um annel su- Qt bapical verde-escuro. Palpos pardacentos. Abdomen de dorso azul-cinereo, de lados e ventre mais claros. - Dorso do abdomen com duas linhas longitudinaes parallelas, medianas, formadas por pequenas manchas; dos lados ha outras, similhantes, que se alargam para as fiandeiras. Duas ou tres 9 séries diagonaes de manchas unem as medias às lateraes. No ventre ha uma faixa longi- tudinal que vae do epigyno ao terço medio. Fian- deiras pardas ; epigyno pardo-escuro. Abdomen duas vezes mais longo que alto, regulamento elliptico adeante, terminando atraz em ponta.

S— 3,9 mm. Colorido mais claro; pernas mais longas e delgadas. Cheliceras com o dente commum e mais uma proeminencia romba curta no

quarto basai e outra grande, tambem romba, pro- vida de pellos duros e longos, na parte mediana. Hab : Pogo-Grande S. Paulo ).

Psilochorus Simon 1893

Cephalothorax mais largo que longo, arrendon- dado dos lados e com espessa margem; região tho- racica com a estria mediana inteira, muito pro- funda, dilatada em fossêta; região cephalica pe- qzena, não ou pouco proeminente, separada por dois sulcos convergentes. Clypeo um pouco deprimido abaixo dos olhos, e depois muito obliquo, em geral tres vezes mais alto que a area ocular e muito mais longo que as cheliceras. Olhos anteriores subcon- tiguos, em linha procurva, os médios muito menores que cs lateraes. Olhos posteriores em linha leve- mente procurva, os médios atraz um pouco maiores que os lateraes. Area dos olhos medios grande, de base um pouco maior que a altura. Abdomen glo- buloso ; o epigyno da femea muito grande e muito alto. Cheliceras do macho providas, na margem ex- terna, de um dente longo, gh e uncinado. Typo: Es pullulus ( Hentz ).

Este genero é representado no Brazil por duas especies conhecidas, a saber :

a Esterno e escudo ventral pardos; epigyno bicorne ; area ocular negra P. ceruleiventris.

aa Esterno e escudo ventral allaranjados ; epgyno com os angulos apenas levemente salientes ; area ocular fulva P. Fluininensis.

Psilochorus ceruleiventris Mello Leitão Broteria, 1916, Vol. XIV, p. 18.

4 mm. Cephalothorax pardo-avermelhado com a estria mediana thoracica e o V cephalico bruneo-vermelho-escuros ; area ocular negra. Che- liceras, maxillares, labio e esterno pardos. Pernas avermelhadas, com o apice dos femures e patellas amarellos, terço apical das tibias bruneo. Abdomen azul-esverdeado, com manchas azues-escuras grandes, em duas séries parallelas, no dorso. Epigyno ver-

melho-escuro, muito alto, bicorneo, com uma estria 1orizonta a, na base. .— irl ; | tal, negra, na base. Hab Espirito Santo

Psilochoros fluminensis, sp. n. ( Figs. 10 e 11.)

3% 8 mm. Cephalotorax amarello-claro, ten. do no centro uma grande mancha fulva que vae desde um pouco atraz da estria thoracica até a mar- gem do clypeo, occupando toda a ärea ocular. Olhos nocturnos com uma orla negra. Clypeo muito largo, amarello pallido. Chelice- ras amarello-fulvas, tendo além da ponta chitinosa habitual da chanfradura apical, na face anterior, junto à borda externa, uma apophyse grossa e terete, curta, cinzento-escura, no terço apical: e com uma apophyse levemente curva, uncinada, divergente, provida de pellos trigueiros no terço basal da margem externa. No ponto de soldadura das duas cheliceras ha duas estreitas li- nhas longitudinaes fulvo-escuras, uma em cada che- licera. Esterno alaranjado; labio e maxillares ful- vos, estes mais claros; coxas amarellas. Pernas fulvo-escuras sem annellação, clareando de modo regular para as pontas dos tarsos. Abdomen, no vivo, bruneo-fulvo mosqueado. Nos exem- plares conservados em alcool o abdomen se torna quasi immediatamente azul-esver- deado, mosqueado; ha sempre uma faixa clara na varte anterior do dorso. Ventre amarello, de escudo anterior, sobre as aber- turas dos pulmões, alaranjado-fulvo ; a zona 11 ventral junto ds fiandeiras é amarella, côr de canario. Palpos fulvos; feinur claviforme, com uma apophyse basal interna e uma carena apical, cêrca de vez e meia mais longo do que largo no ápice ao nivel da carena; patella triangular, de ápice in- terno, mais larga que alta, mais estreita que a base do femur; tibia mais longa que larga, com uma

apophyse ponteaguda no terço apical da margem interna; tarso muito curto, aberto em duas apo- physes, sendo a interna curva, acompanhando a con- vexidade da base do bulbo, muito longa, bifida na extremidade, ambas as pontas negras e com duas cerdas tambem negras, e a externa seguindo quasi a direcção do tarso, pequena, inamillar, com algu- mas cerdas em ligeiras elevações; bulbo piriforme, de estylete achatado, contorcido, bifido; em todos os segmentos dos palpos ha pellos trigueiros espar- SOS.

q— 6 a 7 mm. Todo o animal de colorido si- milhante ao do macho, mas de tons mais claros. Cheliceras sem as apophyses acima descriptas, ama- rellas. Epigyno fulvo, muito alto, de angulos late- raes salientes. Hab.: Pinheiro ( Estado do Rio de Janeiro ).

Coryssocmenis Simon 1893

Cephalothorax similhante ao de Psilochorus ; olhos posteriores dispostos como nesse genero, mas os olhos anteriores formam uma linha recta ( tirada pelos ápices ). Abdomen subglobuloso ; epigyno gran- de occupando-o meio do ventre. Pernss do macho muito singulares, com os femures do segundo par nm pouco mais espessos, levemente angulosos e du- plamente serrilhados em baixo. Cheliceras do ma- cho muito granulosas na face anterior e providas na mesma face de um dente submediano, dobrado para a margem interna. Typo: CG. callaica-Simon,

O genero Coryssocnemis é representado no Bra- zil, até o presente, por tres especies aescriptas, separaveis de accordo com a seguinte chave :

a Abdomen sem manchas: b Toda aranha azul-cinzenta C. occultus.

bb Cephalothorax de colorido differente do do abdomen :

c Abdomen cinzento-azulado ; cephalothorax amarello ©. discolor.

= AO

ce Abdomen castanho esruro no dorso e cla- ro no ventre O. occultus.

aa Abdomen manchado :

b Gephalothorax com uma grande mancha dorsal em forma de borboleta C lepidopterus.

bb Cephalothorax sem essa mancha : c Cephalothorax sem faixa longitudinal : d Pernas de colorido uniforme C. banksi.

dd Pernas com anneis nos femures e nas ti- bias C. togata.

cc Cephalothorax com uma faixa longitudi- nal C. alliventer.

Coryssocnemis occullus sp. n.

2 1,5 mm. Cephalothorax reniforme, bran- co, tendo sémente a área ocular negra; palpos e cheliceras cinzentos. Pernas cinzentas com o ápice das tibias, dos femures e as patellas brancas e com um annel mais claro no terço médio das tibias. Es- terno claro com uma faixa marginal pardo-esverdeada em U largo; labio e maxillares pardos. Abdomen de dorso castanho-escuro com uma estreita faixa um pouco mais clara na metade anterior; na região apical ha um curto entalho clero, de colorido igual ao do ventre que é esbranquiçado uniforme. Alguns exemplares que foram colhidos na mesma teia e que me parecem ser da mesma especie são de colorido uniforme, tendo apenas os olhos com uma orla ne- gra. Hab Estas aranhas foram apanhadas por mim em Pinheiro ( Rio de Janeiro ), nas bainhas de fo- lhas seccas de uma pequena palmeira.

Coryssocneinis discolor sp. n.

S 3,9 mm. Cephalothorax, cheliceras e per- nas pardo-amarellados uniformes; esterno, labio e maxillares levemente ennegrecidos. Abdomen cin-

nov RO fs

zento negro ou cinzento-azulado uniforme e inteira- mente revestido de pellos trigueiros curtos. Palpos de colorido igual ao das pernas, tendo o femur cla- viforme com uma apophyse romba apical interna e com am pequeno tuberculo sub-basal, na borda in- terna; patella triangular; tibia mais de duas vezes maior que a patella, provida, em sua borda interna, de uma apophyse interna muito allongada, sinuosa, ponteaguda, chitinosa; a apophyse externa é curta e levemente chanfrada ; entre as duas apophyses ha uma ligeira eminencia mamillar ; o bulbo, quasi dei- tado sobre a hematodocha, é piriforme allongado, de apice achatado e levemente sinuoso. Hab.: Nova Iguassi ( Rio de Janeiro ). Coll. Blanc de Freitas.

Corysscenemis lepidoplerus sp. n.

5 2,2 mm. Cephalothoray pardo-claro com uma pequena mancha azul-clara mediana, junto à borda posterior ; na parte anterior da região thora- cica ha uma grande mancha parda de bordas enne- erecidas, curvas, de concavidade interna, prolongan- do-se quasi até o clvpeo, de onde voltas em di- recçäo ao V cephalico, unindo-se então uma à ou- tra na linha mediana; na parte média dessa grande mancha papilioniforme ha uma linha longitudinal estreita, fulva, bifurcada adiante, formando um Y muito aberto e lembrando o corpo da borboleta com as antennas; a região cephalica é parda, de colori- do igual ao da mancha papilioniforme ; os olhos es- tão postos em manchas negras. Clypeo e cheliceras pardos Esterno, labio e maxillares são castanho- escuros. O abdomen é mosqueado de azul-negro, tendo uma estreita faixa clara longitudinal no meio do dorso; o ventre é claro com uma faixa media- na longitudinal quasi negra, interrompida em seu tecco anterior pelo epigyno, que é claro, e termi- nando ao nivel do terço posterior. As pernas são claras, de colorido uniforme. Hab.: Nova Iguassu (Rio de Janeiro). Coll Blanc de Freitas.

—— #ROZ cae

Coryssocnemis banks, Moenkhaus «Revista do Museu Paulista», 1898, Vol. III, p: 96, pr. 5, f-2. ( Digs. Leeda en Anh,

q 2, 8 mm: Cepha- lothorax desmaiado. Clypeo e uma estreita linha mar- to) ginal do cephalothorax pardo amarellados ; a região cephalica e uma , ADE larga faixa longitudinal da região thora- <] cica são de cor parda. Chaliceras, maxil- lares, labio e esterno pardo-avermelha- dos. Pernase palpos verde-claros, um pouco avermelhados nas extremidades ; os olhos posteriores e os lateraes ante- riores estäo situados em manchas negras semicirculares e os olhos medios ante- 13

riores em mancha negra oval.

Abdomen com numerosas man-

chas azul-claras, quasi conti-

guas; no meio do dorso ha uma 14

estreita faixa longitudinal que

vae da borda anterior até as

fiandeiras, faixa de colorido amarello. Ventre claro entre o epigyno e as fian- deiras; o epigyno é pardo-avermelhado e as fiandei- ras são pardas, com um annel estreito mais claro em torno da base.

JS 2,1 mm. Cephalothorax, cheliceras, ma- xillares, labio, esterno e pernas mais claros que na femea, comquanto do mesmo colorido. Manchas do abdomen egualmente de azul mais claro; ventre bran- co. Cheliceras providas de uma eminencia comprida, do terço medio da margem interna e que se dirige ao nivel obliquamente para deante, para dentro e para baixo, formando um como espinhv comprido e agu- do, além do dente chitinoso commuin que se encon- tra nas cheliceras da femea; a base desse espinho é granulosa. Ilab.: Poço-Grande ( S. Panlo ).

103

Coryssocnemis togata ( Keyser! ).

(Fig. 15).

C. t. Moenckaus, «Revista do Museu Paulista», 1898, Vol. III, p. 95. Syn. Pholcus togatus, Keyserling, LE Spinnen Amerikas, Brazil. Sp., 1891, p. 172, pr. V, oh Le.

Ss 9, mm Cephalothorax amarello-aver- melhado ; parte posterior da regiäo cephalica e uma mancha que cerca os olhos diurnos ( medios ante- riores ) bruneas. Cheliceras, maxillares, labio, palpos e esterno amarello-avermelhados. Pernas pardas, com um largo annel amarello na extremidade dos femu- res e das tibias. Abdomen de dorso e pleuras ama- rellos, de dorso ornado de manchas azul-negras, com excepção da parte anterior, sem manchas. Pernas densamente pillosas. Abdomen duas vezes mais longo que largo, cylindrico. Hab.:— Varias localidades dos Estados de S. Paulo e Rio de Janeiro.

Coryssocnemis altiventer ( Keyserl ).

(Fig. 16.) Fe Cia"

16 C. a. Moenckhaus, « Revista do Mu-

seu Paulista», Vol. III, 1898, p. 44. Syn, Pholcus altiventer, Keyserling, Spinnen Amerikas, Brasil. RR IS9L op. 179, prof 120.

q 1, 7 mm. Cephalothorax amarello, com uma larga faixa longitudinal brunea, attingindo adiante o clypeo e comprehendendo toda a região ce- phalica, e terminando atraz na estria mediana tho- racica. Cheliceras, maxillares, !abio e esterno bru- neos, principalmente este ultimo. Pernas amarello claras, tendo junto ao apice dos femures e das tibias um annel bruneo-negro; as patellas são bruneas. Abdomen amarello-claro, salpicado de manchas es- curas redondas; na parte posterior do ventre ha junto às fiandeiras, duas pequenas estrias escuras. O segmento terminal dos palpos é bruneo escuro. Hab. : varias localidades dos Estado de S. Paulo e do Rio de Janeiro.

Blechroscelis Simon 1893

Cephalothorax e olhos similhantes aos do ge- nero Psilochorus, mas os olhos anteriores formam ( pelos apices ) geralmente uma linha recta e os olhos medios anteriores säo pequenissimos, distinctamente separados dos olhos lateraes. Area dos olhos medios bem ampla, de base egualou muito pouco menor do que a altura. Abdomen oval allongado, raramente subglobuloso. Epigyno da femea variavel, raramente ultrapassando o meio do ventre. Pernas muticas, cobertas de pellos curtos; no macho os femures do terceiro par de pernas são mais robustos do que os outros e sensivelmente espessados para o apice. Che- liceras do macho muticas na margem externa, mas providas na margem interna de uma apophyse de- primida, contigua, dirigida para abaixo. Typo. B. annulipes ( Keyserl ).

O genero Blechroscelas é até o presente repre- sentado no Brasil por cinco especies, das quaes uma nova para a sciencia, e que se podem disunguir pe- los caracteres da chave abaixo :

a Dorso do abdomen sem manchas, às vezes com faixas :

6 Dorso amarello-azulado ; lado e ventre com faixas longitudinaes azul-escuras DB. cyanco . te- nial.

bb Todo abdomen de colorido uniforme, ver- de-amarellado B. viridis.

aa Dorso manchado :

6 Dorso com uma faixa longitudinal media- na desmaiada e com manchas angulares B. simoni;

bb Dorso sem a faixa longitndinal acima re- ferida ; |

c Quatro pares de grandes manchas azul- escuras no dorso ; colorido geral cinzento-esverdeado. B. cyaneo-maculata ;

cc Todo abdomen mosqueado de azul-escuro ; colorido geral cinzento-azulado ; rima das fiandeiras alaranjada B. coerulea.

TOS

Blechroscelis cyaneo teniata ( Key- serl: )- (Pigs. Vie 18.)

B. c. Moenckhaus. « Revista do Mu- seu, Paulista», 1898, Vol IH, p. 99.

Syn. Pinions cyaneo- un Key- serling, Spinnen Amerikas, Brazil. SAT ANG pro VE fo 42%

º 5, mm. Cephalothorax \ amarello com um largo annel mar- © ginal vermelho ; olhos anteriores col- 18 locados em uma mancha mais es- cura; parte posterior da região cephalica egualmente mais escura. Cheliceras, HN bie. esterno e palpos vermelho amarellados ; pernas bruneo-claras com a extremidade dos femures e das tibias assim como os palpos mais claros. Abdomen amarello de tons azulados, com faixas longitudinaes azul-escuras, sendo duas no dorso, uma larga de cada lado ( nas pleuras abdominaes ) e uma mais estreita no ventre ; todas estas faixas se estendem sómente até o terço posterior do abdomen. Epigyno bruneo negro; a esevação onde estão postas as fiandeiras é amarella, Abdomen duas vezes mais longo que largo, mais es- pesso ao nivel do terço medio e um pouco mais es- “pesso na parte anterior, que ao nivel da inserção das fiandeiras, que são terminaes.

5 6. 1 mm. Colorido e desenho perfeita- mente eguaes aos da femea, mas as pernas são mais longas e o cephalotorax que, na femea, é mais lar- go que longo e é no macho tão longo quão largo. As cheliceras têm adeante, na borda interna, na união do terço apical com os dois terços basaes um pequeno- dente ponteagudo, além do dente chitinoso apical habitual. Hab: Diversas localidades dos Es- tados de S. Paulo e do Rio de janeiro.

Blechroscelis viridis sp. n. ( Figs. 19 e 20)

J 4 mm. Cephalothorax amarello, muito le- vemente sombreado para as margens lateraes e poste- rior com uma delgada faixa longitudinal vermelha.

TOR

que começa ao nivel da união da região cephalica com a região thoracica, comprehende a estria me- diana thoracica e terinina junto à margem posterior. Cheliceras, maxillares, labio, palpos e coxas das pernas são de colorido egual ao do cephalothorax, sem o sombreado. Abdomen cylindrico, mais de tres vezes mais longo do que largo, de colorido uniforme, veade- amarellado; no declive apical pos- terior ha duas pequenas manchas

escuras, apreciaveis quando se : observa a aranha por traz; fiandei- ras negras. Pernas de femures ver- 19

melhos. com os apices amarellados, bem como to- das as patellas; tibias ennegrecidas de apices ama- rellos; metatarsos de articulação basal amarella, tendo em seguida uma zona larga quasi negra eos dois terços apicaes assim como os tarsos amarel- los. AS pernas são revestidas de pellos curtos, ex- cepto as tibias que apresentam em sua face irferior densos pellos bem mais longos, trigueiros. As che- liceras apresentam, na base, um tuberculo arredon- dado, situado na borda externa: na face anterior ha apenas um pequeno espinho, curto e negro; na chanfradura da garra ha, além da ponta chitinosa habitual, uma outra ponta de egual ta-

manho e colorido. Os olhos estão situa-

dos em manchas negras, havendo na dos

olhos anteriores uma pequena ponta me-

diana. Palpos do femur dilatando-se para

o apice, mais longo do que largo; patella

curta, com um pequeno nodulo escuro

na base e outro no apice, ambos na face

20 externa; tibia mais longa que larga, mais longa do que a patella, dilatando-se tambe. para O apice, onde é bilobada; tarso muito curto, apresen- tando em sua parte externa uma longa apophyse angulosa e tendo no ponto de angulação uma ou- tra pequena apophyse concava; 0 apice do tarso, no pouto de inserçäo da hematodocha, é trilobado,

cada lobo com uma cerda trigueira ; bulbo sub- globuloso, prolongando-se em um estylete curvo, de ponta escura retorcida ; esse estylete é proximamente parallelo à apophyse externa. Hab: Pinheiro ( Es- tado do Rio de Janeiro ).

| Blechroscelis simoni, Moenckhaus « Revista do Museu Paulista», 1898, Vol HI, p. 101, pr. V. fete (ele. La ¢ —1,7mm. O cephalothorax é desmaiado, tendo na margem uma linha bruneo-clara; a estria mediana da regiäo thoracica é parda e as estrias ra- diantes são um pouco mais escuras; a parte ante- rior da região cephalica é egualmente um pouco mais escura. Cheliceras des- maiadas; labio e ifaxillares mais escuros. O esterno e a extremidade proximal dos fe- mures são sombreadas de verde; os outros segmentos das pernas são desmaiados. Todas estas partes são revestidas de pellos curtos escuros mais abundantes no labio, nos ma- xillares, no esterno e nas pernas. Abdomen com abundantes manchas de côr azulada, de forma an- gular bem definida; os intervallos entre essas man- chas, uma estreita faixa longitudinal mediana do dorso e uma area sobre o epigyno são de côr des- maiada ; todo abdomen tem pellos compridos, seti- formes, escuros. Fiandeiras desmaiadas, cobertas de finos pellos pardos. Epigyno desmaiado com uma. estreita orla brunea. Abdomen quasi espherico, um pouco mais alto de que longo; epigyno muito grande. Hab.: Poço-Grande (S. Paulo ).

Blechroscelis cyaneo-maculata ( Keyser! ).

B. c. Moenckhaus, « Revista do Museu Pau- lista», 1898, V. III, p. 100.

Syn.: Pholeus cyaneo-maculatus, Keyserling, Spinnen Amerikas, Brazil. Sp. 1891, p. 173, pr. V. f. 119-a, 119-b e 119-c.

Poy

9 4,3 mm. “Cephalothorax amarello-averme- lhado com estria mediana thorácica e a parte pos- terior da região cephalica bruzeas; cheliceras, ma-

xillares, labio, esterno e palpos amarello- avermelhados. Pernas pardas com o apice 2 dos femures e das tibias, assim como a 2 base dos metatarsos, amarello. Abdomen de dorso cinzento-esverdeado com quatro pares de erandes manchas azues; ventre mais amarello ; epigyno vermelho-bruneo. Per- nas com pellos pouco abundantes. Ab- domen pouco mais longo do que largo, de dorso muito convexo. 43 mm. Colorido e dese- nho em tudo eguaes aos da femea, 23 mas de pernas mais longas e abdomen mais terete. Cheliceras tendo adeante, na borda in- terna, uma pequena apophyse e, na uniäo do terço apical com os dois terços basaes, um pequeno dente ponteagudo ; no apice ha a ponta chitinosa commum. Hab.: ( Rio de Janeiro ).

Blechrescelis coerulea ( Keyserl ).

B. c. Moenckhaus, «Revista do Museu Pau- lista »;21898, -V. HI, p. 401;

Syn.: Pholcus cœruleus, Keyserling, Spinren Amerikas, Brazil: Sp.; 189 -p.: PRE pe NE To

q Cephalothorax amarello com a estria me-

diana thorácica e a região cephálica pardacentas.

_ Cheliceras, maxillares, labio e esterno ama-

GN rellos; palpos pardos. Pernas bruneo-es-

curas com o apice dos femures e das tibias

amarello. Abdomen cinzento-azulado-claro,

24 mosqueado de azul-escuro dos lados e no

dorso; ventre mais claro; epigyno verme-

lho-bruneo e elevação onde estão situadas as fian-

deiras amarello-allaranjada. Abdomen um terço mais

longo que largo, subglobuloso. Hab.: ( Rio de Ja- neiro ).

E cs E

HI Pholeeas

Olhos posteriores dispostos em linha recurva, estando os olisos médios desta fila situados um pouco adiante dos lateraes; olhos anteriores dispostos em linha recta ( quando tomada pelo centro dos olhos ) ; os olhos médios anteriores são muito pequenos, quasi contiguos mas largamente separados dos late- raes; área dos olhos médios geralmente muito mais larga que alta. A's vezes ha apenas seis olhos, es- tando ausentes os olhos médios anteriores, os ou- tros dispostos em dois grupos. Abdomen de fôrma muito variavel. As pholceas são presentemente re- presentadas no Brazil pelos quatro generos que se- paramos na seguinte chave:

A Os olhos medios anteriores ausentes:

B-- Olhos mediocres, pouco proeminentes, formando duas áreas bastante separadas. Abdomen globuloso ou gibboso Sperinophora.

B B Olhos grandus e proeminentes, forman- do duas áreas muito pouco separadas; abdomen longo, sensivelmente dilatado para traz, truncado e fino no ápice Metagonta,

A A— Os olhos medios anteriores presentes, de modo que os olhos estão dispostos em duas filas de quatro :

B Olhos anteriores subcontiguos Area tra- pezoide dos olhos medios de base igual ou pouco maior que a altura Physocyclus.

B B Olhos medios anteriores bem separados dos olhos lateraes; área trapezoide dos olhos me- dios de base muito maior que a altura. Pholcus..

Spermophora Hentz 1832

Clypeo largo e subvertical ou muito proclive. Olhos reunidos em duas áreas lateraes, muito sepa- radas, havendo de cada lado tres olhos pouco pro- eminentes, quasi eguaes, contiguos ou subcontiguos

e formando um triangulo de vertice voltado para dentro. Abdomen subglobuloso ou entumescido, po- dendo por excepção ser longo e fusiforme. Palpos da femea delicados, de tarso acuminado, geralmente mais longo que a tibia. Typo: S. meridionalis Hentz. Ha no Brazil duas especies deste genero, ambas descriptas pelo conde Keyserling, que se pó- dem distinguir :

a— Abdomen manchado, subglobuloso, mais alto que largo S. maculata.

aa Abdomen de colorido uniforme; subcy- lindrico S. wnicolor.

Spermophora maculata Keyserling, Spinnen Amerikas, Brazil. Np., 1891, p. 2 LT pe VE 1220 rio oi): 25

q 1,6 mm. Cephalothorax amarello com uma larga faixa mediana longitudinal brunea, faixa que comprehende toda a area occular e se estende adeante atê a base das cheliceras e termina atraz na estremidade posterior da estria media thoracica, esta faixa é mais estreita atraz. Maxillares, labio esterno e pernas amarellos, tendo estas ultimas no apice dos femures e na base e apice das tibias um annel bruneo-escuro. emur dos palpos amarello e os outros segmentos bruneo-negros. Abdomen ama- rello, tendo na linha media do dorso cinco ou seis pares de manchas azul-escuras, sendo as anteriores maiores e indo diminuindo para a parte posterior ; dos lados ha algumas outras manchas arredondadas, mais claras. Labio tão longo quão largo. Esterno arredondado em sua margem posterior. Abdomen um terço mais longo que largo e tão alto quão longo. Hab. Blumenau ( Santa Catharina ).

mn" Spermophora unicoior Keiser- 26 ling, Spinnen Amerikas, Brazil, Sp. 1891,

ps 17SNDIE NT, CMRB e264): 1,7 mm. Toda argile é amarello-clara ; apenas os olhos estäo orlados de vermelho- bruneo.

III

Labio e esterno como na especie anterior. Abdomen um terço mais longo que largo, mas menos alto que largo, subcylindrico. Hab. Serra Vermelha ( Rio de Janeiro ).

Metagonia Simon 189%

Différe de Spermophora por ter os olhos bem maiores e muito proeminentes, o olho interno de cada grupo lateral ( correspondente ac olho medio posterior das aranhas com oito olhos ) um pouco me- nor que os demais; os seis olhos formam daas areas pouco separadas ( cerca do diametro do olho internc ). Abdomen longo, sensivelmente dilatado para traz, onde é truncado e bifido. Typo: JZ. brfida Simon.

,

Este genero é representado no Brazil por duas especies até o presente conhecidas e que são as unicas do genero. KHllas se pódem distinguir do seguinte modo :

a Abdomen manchado M. bicornia.

aa Abdomen de colorido uniforme A1. bifida.

Metagonia bifida Simon, Ann. Soc. Entom. de Frande, 1893, vol. LXII, p. 318.

q Cephalothorax branco-sujo com a região toracica ornada de duas pequenas linhas fuscas di- vergentes muito separadas atraz Seis olhos grandes orlados de negro. Abdomen branco-sujo, de colo- rido uniforme, duas vezes mais longo que o cepha- lothorax, sensivelmente mais largo atraz onde é truncado, com angulos turbinados e salientes. Hs- terno e pernas de colorido pallido, tendo estas os fe- mures e as tibias com dois anneis fusco-avermelha- dos, dos quaes um é subapical e outro é subbasal. Epigyno muito grande, convexo, fortemente rugoso transversalmente, situado no meio do ventre. Hab. Rio de Janeiro.

Metagomia bicornis ( Keyserl) (Fig. 27). M. b. Simon, Hist. Nat. Ar. 1893, Vol 1, pag. 472.

er Lie)

Syn.: Spermophora bicornis, Keyserling, Spin- nen Amerikas, Brazil, Sp. 1891, pag. 179, pr. VI, f 124.

q 2,4 mm. Toda aranha é amarello clara. O cephalothorax possue adiante uma curta faixa transversal negra e atraz desta faixa varias man- chas de identico colorido. Olhos cerca- dos de orlas escuras. Esterno com a parte posterior negra; coxas das per- Es nas marchadas de negro. Femures com 27 dois anneis negros; na parte sub-apical das tibias assim como no ápice e na base dos me- tatarsos ha um annel de egual colorido. Abdomen manchado de negro no dorso e na face posterior Abdomen um terço mais longo que largo, estreito adiante, vae se dilatando e espessando para a ex- tremidado posterior onde termina em duas apophy- ses rombas e divergentes, Habit.: Botucatu ( São Paulo ).

Physocyclus Simon 1893

Olhos anteriores dispostos em linha recta, ap- proximados, quasi contiguos. Olhos posteriores la- teraes contiguos aos medios. Olhos medios occu- pando uma área trapezoide maxima, de base igual ou pouco maior que a altura. Pernas muticas em ambos os sexos, as posteriores muito mais longas que as anteriores, com os femures sensivelmente es- pessados na base. Clypeo, cheliceras e palpos, em ambos os sexos lembram estas mesmas partes do genero Artema. Typo: P. globosus ( Taczanowski ).

,

Este genero é representado no Brasil par uma unica especie que, pela forma do cephalothorax da femea, é afim do P. Duguesi-Simon.

Physocyclus difficile sp. n. ( Figs. 28 e 29). q 25 mm. Cephalothorax de colorido unifor- me, desmaiado, assim como o clypeo. Coxas das per-

nas da cor do cepualothorax. Maxillares, labio e esterno olivaceos. Pernas de colorido uniforme, amarello-pallidas, 28 de metatarsos e tarsos inda um pouco mais desmaiados. Cheliceras avermelhadas. A forma do cephalotho- 29 rax como no genero Artema. Abdomen azul-celeste, tendo no dorso uma faixa longitudinal mediana branca. Venire alvadio. Epigyno fulvo, muito desenvolvido, com dois grandes cornos muito sa- lientes, dando ao epigyno altura igual à largura da base. O esterno tem a chanfradura posterior con- cava e as margens lateraes terminam adiante em dois angulos agudos bem salientes. Hab. Pinheiro

( Rio de Janeiro ). Phoicus Walckenaer 1894

Olhos anteriores dispostos em linba recta, os medios cerca de tres vezes menores que os lateraes, contiguos, mas separados dos lateraes mais de um diametro destes ultimos. Olhos lateraes posteriores contiguos aos medios. Olhos medics occupando uma área trapezoide de base muito maior que a altura. Clypeo mais de tres vezes mais largo que a area ocular, levemente deprimido logo abaixo dos olhos, e depois obliquamente proclive. Pernas muticas em ambos os sexos. Cheliceras do macho providas de um dente dirigido para traz, collocado na base da margem externa; ha um segundo dente junto ao apice. Palpos da femea delicados, de tarso acumi- nado, igual ou pouco mais longo que a tibia. Typo: P. phalangioides ( Fuesslin ).

Este genero é representado no Brazil apenas por tres especies, das quaes duas são novas para a sciencia; as especies dadas por Thorell, Blackwall e Keyserling como pertencendo a este genero não pertencem nem mesmo ao grupo das phólceas. As tres especies se separam facilmente de accordo com a chave que ora apresentamos :

a Abdomen allongado, cylindrico ; cephalo- thorax deprimido, plano, com a estria mediana tho- racica bem visivel.

6 Abdomen com uma faixa longitudinal pal- lida, ramificada, sem manchas ou com manchas par- das; garra das cheliceras sem cerda basal externa negra. P. phalangioides. .

bb Abdomen com manches azues, em ambos os sexos; garra das cheliceras (no macho ), com uma cerda espiniforme basal externa P. dubio maculatus.

aa Abdomen globuloso ; cephalotoras con- vexo P. anomalus.

Pholcus phalangioides ( Fuesslin ).

P. p. Walckenaer, Faune Paris: 1802, Vol) pesa

P. p. Waickenaer, Ins. Apt., 1897 Vols Lops, 692;= pr, CMI Hee See

P. p. Blackwall, Spiders Great Britain & Ireland, 1864, Vol. Il, p. 208.

P. p. Simon, Arachn. de France, 1874; Vol. 1,7 p. 261

Emerton, Trans. Connecticut Acad., Sc., 1882, Vol. VI, p. 30, Pe Vi tee

P. p. Keyserling, Spinnen Amerikas, Brasil Sp. 69d tp: Moo:

P. p. Rosenberg, Spinnen Deutschland, 1902, pe 219 prs NEC 00);

P. p. Emerton, Comm. Spiders, 1902, p 128; "11: 90906" DOM

P. p. Petrunkewitch, Ann. Entom. Soc. Ame- rica, 4909, Vol tp SA NOIRE

Syn.: Aranea phalangioides, Fuesslin, Verzi Schweiz Ins., 1775., p. 61.

Aranea meticulosa, Fourer, 1785, Entom. Pa- ris, p. 407.

Aranea pluchii, Rossi, Fauna etrusca, 1790, Vol. Il, p. 134 (ad partem ).

Pholcus nemastomoides, Koch, Die Arachni- den, 1838, Vol. II, p. 27.

Pholeus ptuchii, Lucas, Rev. Mag. de Zool, 166, Vol. Tsp. 2c.

Pholcus americanus, Nicolet, in Gay Histo- ria Nat., Chile, 1849, vol. III, p. 463.

Pholeus atlanticus, Henz, Journ. Boston Soc., 160 Vol NE dp: 284, pr Xs) 67.

Pholcus opilionoides, Ann. Soc. Entom., France, feos Vol MP na 120 pr: tr do are

S— Ta 8 mm. Céphalothorax amarello des- maiado com uma grande mancha parda em fôrma do folha ra parte mèdia da região thoracica, com- prehendendo a estria mediana thoracica; adiante dessa mancha ha uma faixa longitudinal mediana que se estende pela região cephaiica entre os gru- pos lateraes de olhos nocturnos e adiante dessa faixa ha uma pequena mancha parda onde estão os olhos medios anteriores. Cheliceras quasi tão altas como o clypeo, bruneo-claras, levemente angulosas na borda externa com um dente basal externo, dirigi- do para cima e um pouco para fóra, e um dente apical interno negro, dirigido quasi em linha recta para baixo. Labio, maxilares e esterno amarello desmaiados. Pernas pardacentas, de patelias mais escuras, e com um annel desmaiado, precedido de um outro annel quasi negro, no ápice dos femures e das tibias. Pernas excessivamente allongadas. Ab- domen pardacento, tendo no dorso tres ou quatro pares de manchas grandes, situadas nos dois terços posteriores ; ventre desmaiado, com uma larga faixa longitudinal escura. Palpos amarellados ; o trochan-